São Paulo, Brasil
Outra vez o Flamengo não jogou bem.
O time, que vem das eliminações na Copa do Brasil e na Libertadores, pelo menos venceu o clássico contra o Botafogo, que tem uma das equipes mais fracas da sua história.
E que caminha firme para a Segunda Divisão.
Com forte pressão para que a conquista do Brasileiro seja obrigatória, o Flamengo ganhou três pontos indispensáveis. Pela fragilidade do rival.
Sofrido 1 a 0, gol de Everton Ribeiro.
Teve Gustavo Henrique expulso.
Chegou à terceira colocação, com 42 pontos, dois do líder São Paulo.
Rogério Ceni fez o óbvio.
Colocou seu time para marcar sob pressão o rival, esperando as inevitáveis falhas de um elenco limitado.
O que resultou no gol flamenguista, na falha de Marcinho, que errou o passe. A bola ficou com Gerson, que atuou mais adiantado. E ele, aos nove minutos do segundo tempo, serviu Everton Ribeiro. O chute foi colocado, Diego Cavalieri não defendeu.
Mas chamou a atenção a falta de objetividade flamenguista, quando tinha a bola dominada. Muita troca de bola e poucas infiltrações, finalizações. Mesmo contra uma equipe inferior, faltou convicção.
Após o jogo, como é costume seu, desde quando treinou o São Paulo, Rogério Ceni fez questão de falar como se o time que dirige tivesse feito uma partida marcante. O que esteve longe de acontecer.
"Era importante jogar bem. Acho que o time controlou o jogo como um todo. Vamos ficar com a imagem daquela falta, a expulsão no fim do jogo (expulsão de Gustavo Henrique).
"Mas, como um todo, o Flamengo teve o controle do jogo, propôs, tentou, teve as melhores oportunidades.
"O finalzinho do jogo teve um suspense grande, se a gente tivesse feito o segundo gol teríamos definido. Eu queria mais gols, mas acho que o time controlou bem o jogo, teve a posse, o controle. O Botafogo se defende muito em linha baixa, é difícil penetrar", disse Ceni.
Só para lembrar, os botafoguenses tomaram 30 gols em 23 jogos.
Rogério Ceni segue mostrando muita teimosia.
Como apostar em Gustavo Henrique, em péssima fase.
O zagueiro mal colocado, não teve outra saída hoje, a não ser agarrar Lucas Campos, aos 42 minutos do segundo tempo, evitando que ele entrasse na área flamenguista com a bola dominada.
Sua expulsão acabou com a vantagem de um homem a mais que o Flamengo tinha, com o cartão vermelho que Victor Luiz recebeu por ter dado um pontapé em Rodrigo Muniz.
"Num dos momentos cruciais, ele (Gustavo Henrique) fez o correto no momento correto. Tivemos um pequeno erro, e ele corrigiu mesmo tendo de se sacrificar. Eu acompanho o treinamento de todos os zagueiros.
"Trabalho a linha de quatro atrás, tenho me dedicado bastante. Hoje foi um dia importante, porque há muito tempo o Flamengo não fechava um jogo sem tomar gols", dizia, tentando se justificar.
Com 25 dias no Flamengo, o treinador já perdeu muito do prestígio que trouxe, ao abandonar o Fortaleza e substituir Domènec Torrent.
As eliminações na Libertadores e na Copa do Brasil foram muito pesadas.
A pressão para vencer o Brasileiro segue enorme.
A vitória magra, e com o time jogando mal, diante do fraco Botafogo não passou confiança.
Pelo contrário.
As milhares de críticas nas redes sociais servem como parâmetro da desilusão.
Ceni tenta compensar a sua falta de inspiração tática alegando trabalho. Até em demasia.
"Duas vezes por semana, eu, pessoalmente, cruzo de 200 a 250 bolas eles", enfatizou, para destacar que tenta consertar um erro que considera crônico, a perda exagerada de gols do Flamengo.
Ceni aproveitou uma pergunta sobre um possível pacto que teria feito com os jogadores, para conquistarem o Brasileiro e tocou em um ponto que incomoda não só torcedores, como a diretoria.
Uma possível acomodação do time por tudo que conquistou em 2019.
"O pacto que se tem aqui é com o Flamengo.
"Tanto meu com o clube e os atletas com o clube.
"Na figura de treinador, eu me incluo nesse pacote.
"O que posso falar desses caras...
"Sei que o torcedor pode pensar em falta de interesse, acomodação.
"Isso não existe..."