Cosme Rímoli Flamengo dá aula de futebol no Morumbi. Mesmo com o São Paulo melhor, vitória carioca por 3 a 1. Time de Dorival a um passo da final

Flamengo dá aula de futebol no Morumbi. Mesmo com o São Paulo melhor, vitória carioca por 3 a 1. Time de Dorival a um passo da final

O São Paulo pressionou, chutou mais a gol, buscou o ataque. Mas em dois contragolpes sensacionais, 'de almanaque', o Flamengo marcou dois gols. Na raça, Rodrigo Nestor descontou. Mas Cebolinha marcou o terceiro gol

  • Cosme Rímoli | Do R7

Gabigol marcou o segundo gol do Flamengo. Vitória encaminha vaga na final do time carioca

Gabigol marcou o segundo gol do Flamengo. Vitória encaminha vaga na final do time carioca

Gilvan de Souza/Flamengo

São Paulo, Brasil

Aula de futebol do Flamengo no Morumbi.

Em dois contragolpes incríveis, com trocas de passes, deslocamentos e velocidade que desnorteram a defesa do São Paulo, que estava jogando melhor.

E vitória do time de Dorival Júnior por 3 a 1, na primeira partida da semifinal.

Impondo o favoritismo do melhor elenco, da equipe que joga o futebol mais bonito do Brasil.

A vantagem é excelente para a briga para chegar à final da Copa do Brasil. 

Até porque o segundo jogo, no dia 14 de setembro, será no Maracanã lotado de flamenguistas.

O São Paulo terá de vencer por três gols de diferença para ficar com a vaga.

Bastaram seis chutes a gol do rubro-negro e três gols. 

"Estava precisando do gol, traz confiança, importante no momento difícil do jogo. Sei o peso que é representar a camisa do Flamengo. Tava me cobrando muito por esse gol, é difícil chegar no meio da temporada", disse Cebolinha, que marcou aos 48 minutos do segundo tempo, quando o São Paulo ainda sonhava, ao menos com o empate.

Já Calleri simbolizava toda a agonia da derrota.

Everton Cebolinha tira a camisa e celebra, mostrando o corpo tatuado, o seu primeiro gol no Flamengo

Everton Cebolinha tira a camisa e celebra, mostrando o corpo tatuado, o seu primeiro gol no Flamengo

Foto: Marcelo Cortes / Flamengo

"Tristeza, decepção. Tínhamos muita ilusão na Copa do Brasil, somos fortes no Morumbi. Mas pegamos um time de muita qualidade, sabíamos que se não igualássemos na intensidade, não daria na técnica. Não sei se algum time levou o Flamengo na área deles assim como fizemos.

"Mas futebol é feito de gols, eles fizeram três, nós, um. Precisamos de muito mais. É possível virar, como jogamos no segundo tempo, tivemos chance de fazer o gol. Precisamos caprichar um pouco mais, encaixar a pressão. E jogar como jogamos no segundo tempo", tentava se animar o atacante argentino.

Calleri e os cerca de 51 mil torcedores que foram ao Morumbi viram como Rogério Ceni conseguiu travar o Flamengo. Impedir que o time carioca ditasse o ritmo do jogo, como tanto gosta. O treinador foi muito inteligente ao colocar sua equipe com três zagueiros, improvisando o veterano Rafinha ao lado de Diego Souza e Léo Pelé.

Mais seis jogadores nas intermediárias.

E apenas o isolado Calleri na frente.

Era a atitude para dominar a zona inteligente do jogo.

Dorival Júnior não esperava essa atitude radical, já que o São Paulo atuava em casa. 

O técnico veio com o Flamengo eficaz, letal e simples que montou, desde que chegou à Gávea. Sepultando teorias modernosas e sem nexo de Paulo Souza.

No ortodoxo 4-4-2, só havia um cuidado bem claro. A presença da vitalidade de João Gomes na intermediária, deixando o consagrado, mas veterano, Vidal no banco de reservas.

A partida começou com o São Paulo adiantado e com os jogadores encaixados nas artérias rubro-negras. Principalmente na saída de bola no tiro de meta flamenguista.

Reinaldo atuava como ponta-esquerda. O plano era explorar o pouco poder defensivo de Rodinei. E o time paulista começou com suas linhas avançadas.

O Flamengo celebra o gol de Gabigol. Era como se o Morumbi tivesse virado o Maracanã

O Flamengo celebra o gol de Gabigol. Era como se o Morumbi tivesse virado o Maracanã

WANDERSON OLIVEIRA/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO - 24.8.2022

Além da importância da semifinal, estava escancarada a intenção de Rogério Ceni de ganhar a sua primeira partida contra o Flamengo. Foram sete partidas do técnico contra o clube. E sete derrotas. Em 2017: 2 x 0, comandando o São Paulo. Em 2019 foram três derrotas: 2 a 0 e 2 a 1, quando comandava o Fortaleza. E 2 a 1, na rápida passagem pelo Cruzeiro. Em 2020, nova derrota no Fortaleza: 2 a 1. Em 2021, tomou uma goleada por 4 a 0, no São Paulo. E neste ano já havia perdido por 3 a 1, também, lógico, no São Paulo.

Só que o seu desejo começou a morrer aos 11 minutos.

Quando se iniciou a aula de futebol do Flamengo. Com um contragolpe sensacional, que começou com o goleiro Santos. Em troca de passes, a bola foi parar nos pés de Everton Ribeiro. Ele acertou um cruzamento excelente, na cabeça de João Gomes, que testou firme, sem chance para Jandrei. Flamengo 1 a 0. 

O gol não intimidou o São Paulo, que seguiu pressionando.

E até teve a chance de empatar, e Patrick, livre diante de Santos, depois de dividida de Calleri, chutou forte. No travessão. O lance aos 32 minutos animou ainda mais a empolgada torcida do São Paulo no Morumbi.

O time de Rogério Ceni foi valente, brigador. No primeiro tempo, deu dez arremates, contra só três do Flamengo. 

No segundo tempo, o São Paulo entrou ainda mais guerreiro, brigador. E corajoso. Outra vez forçando pelo lado esquerdo. A bola rondava pela grande área flamenguista.

Quando o empate parecia iminente, bastou Pablo Maia perder uma bola na intermediária. O Flamengo encaixou outro lindíssimo contragolpe. Arrascaeta cruzou, Jandrei se esticou todo para socar a bola, que sobra para Everton Ribeiro, que chuta muito forte. No rebote, Gabigol estufa as redes são-paulinas no Morumbi. 2 a 0, aos 21 minutos. 

Rogério Ceni, desiludido, sofreu a oitava derrota consecutiva 'sua' para o Flamengo

Rogério Ceni, desiludido, sofreu a oitava derrota consecutiva 'sua' para o Flamengo

Rubens Chiri/São Paulo

A partida parecia já perdida. A torcida desanimara e o ritmo do São Paulo já era mais lento, o que o Flamengo queria. Até que, aos 33 minutos, Igor Vinicius ajeitou para Rodrigo Nestor acertar um chute fortíssimo, sem chance para Santos, 2 a 1.

O Morumbi se assanhou.

Os torcedores voltaram a sonhar com o empate. Rogério Ceni adiantou de vez seu time.

E, outra vez, o Flamengo conseguiu encaixar uma jogada rápida de contragolpe.

Everton Cebolinha recebeu de Arrascaeta na entrada da área.

Acertou chute sem defesa para Jandrei.

Aos 48 minutos do segundo tempo.

3 a 1 Flamengo. 

O atacante não só selou a definição do jogo de hoje.

Mas muito provavelmente a decisão para quem chega à final.

E Rogério Ceni segue com seu estranho tabu...

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