Bauermann viajou para a Turquia. Pensou que escaparia da punição. Errou. Um ano suspenso. No mundo todo
Reprodução/AlanyasporSão Paulo, Brasil
"Eles vão ter penas pesadíssimas.
"Para o bem do futebol brasileiro, eles têm de ser banidos.
"Eles não vão matar a credibilidade do nosso esporte.
"E a situação será resolvida rapidamente."
A promessa foi do presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, referindo-se aos jogadores envolvidos na máfia das apostas. O caminho foi rápido, fulminante, em relação à lentidão da Justiça Esportiva no mundo.
As federações e a CBF trabalharam de forma conjunta. O presidente Ednaldo Rodrigues enviou a denúncia do Ministério Público à Fifa. Junto com ela, todas as provas de manipulação dos atletas.
E os dirigentes, que muitos erros cometem no futebol deste país, desta vez acertaram em cheio quando sugeriram à Fifa que a punição valha para todas as confederações e federações do mundo.
Foi assim que foi travada a esperta manobra de Eduardo Bauermann, jogador que pertencia ao Santos e que teve seu contrato rescindido depois que conversa dele com um apostador foi gravada. E chegou ao Ministério Público.
Gabriel Tota. Banido do futebol profissional pelo resto da vida. No mundo todo
Reprodução/TwitterBauermann viajou até a Turquia e assinou contrato com duração de dois anos com o Alanyaspor. Só que, sem entrar em campo uma única vez, teve o contrato rescindido. A manobra não deu certo.
A Fifa decidiu que a pena imposta pelo Brasil valeria para o mundo todo.
Valorizou as decisões do Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
Três jogadores foram banidos para sempre do futebol: Igor Catatau, Matheus Gomes e Gabriel Tota.
E oito tiveram penas pesadíssimas:
• Ygor Catatau (eliminação)
• Paulo Sérgio (600 dias)
• Gabriel Tota (eliminação)
• Paulo Miranda (720 dias)
• Fernando Neto (380 dias)
• Eduardo Bauermann (360 dias)
• Matheus Gomes (eliminação)
• Mateusinho (600 dias)
• André Queixo (600 dias)
• Moraes (720 dias)
• Kevin Lomónaco (380 dias)
As penas levaram em conta o envolvimento dos atletas. Houve os que aceitaram o dinheiro dos apostadores. E houve aqueles que "trabalharam" para convencer os companheiros a aceitar propina. Estes estão banidos.
Houve troca de mensagens entre os dirigentes de todo o país.
O presidente Ednaldo Rodrigues está entusiasmado. Acredita que o Brasil deu exemplo ao mundo. E que os jogadores daqui não se envolverão mais em corrupção. Por saberem que correrão o risco de serem banidos no mundo todo.
Se o Brasil não vence a Copa do Mundo há 21 anos, pelo menos hoje tem o que comemorar.
Recebeu uma dose necessária de credibilidade...
Veja as conversas entre jogadores e criminosos envolvidos no escândalo das apostas no futebol
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