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Cosme Rímoli - Blogs

Felipão tentará salvar o pior negócio da história do Palmeiras: Borja

O colombiano conseguirá, em agosto, superar os gastos com chileno Valdivia. Sem Guerra, o treinador buscará integrá-lo de vez, à sua família Scolari

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Felipão vai tentar fazer algo que a diretoria sonha: recuperar Borja
Felipão vai tentar fazer algo que a diretoria sonha: recuperar Borja

São Paulo, Brasil

Em janeiro de 2017, ele ganhava 6 mil dólares, cerca de R$ 23 mil. 

Sonhava com o futebol europeu e mostrar o quanto foi desperdiçado na passagem relâmpago pelo Livorno, em 2013. Tinha apenas 20 anos e só entrou em campo oito vezes, não marcou um gol sequer.

Voltou para a Colômbia. Rodou pelo Olimpo, Santa Fé, Cortuluá até chegar no Atlético Nacional. Após a temporada importante de 2015, com a conquista da Copa-Sulamericana, veio a mágica de 2016, com a conquista da Libertadores, com atuações brilhantes nos jogos decisivos.


A China oferecia a independência financeira definitiva. Mas o Palmeiras representava o trampolim para a Europa, além de muito dinheiro.

Assinou contrato de cinco anos, em fevereiro de 2017. Salário, 85 mil dólares, R$ 321 mi. Mais a luva de 1,2 milhão de dólares, R$ 4,5 milhões. Diluída nos salários. A conta final: Miguel Borja ganha 17 vezes mais do que recebia em 2017.


Para o Palmeiras foi um gasto enorme, o maior de sua história, com um jogador. Foram 10,5 milhões de dólares, cerca de R$ 39,7 milhões. E por 70% dos seus direitos. 

Só que havia uma cláusula na venda. Se, no dia 17 de agosto de 2019, o Palmeiras não tiver vendido o jogador, será obrigado a comprar os 30% restantes do clube colombiano. Por mais 3 milhões de dólares, R$ 11,3 milhões.


Ou seja, Borja pode custar nada menos do que R$ 51 milhões.

O Palmeiras está desesperado, tentando vendê-lo.

Primeiro porque não quer pagar mais essa fortuna por um reserva. Além disso, precisa devolver o dinheiro que foi emprestado pela Crefisa para a compra. O clube tem dívidas com a empresa em mais de R$ 120 milhões.

Só que o jogador já recusou cinco propostas para ir embora e se mostra radical. Só aceita sair se for o clube que ele desejar e por uma oferta financeira maior do que tem no Brasil.

A esperança era enorme. E se transformou em incrível decepção...
A esperança era enorme. E se transformou em incrível decepção...

Como já aconteceu com o chileno Valdivia, no mesmo Palmeiras, ele é escudado por um contrato de cinco anos.

Até 2022, Borja não tem com o que se preocupar.

Agora vem o lado mais bizarro de tudo.

Felipão está descontente com Deyverson.

E precisando de um atacante com as características de Borja.

Um 'matador' que se conforme em ficar na área, de costas aos zagueiro, abrindo espaço para os meias e volantes que chegam de surpresa para arrematar.

Aos 26 anos, Borja está no seu melhor estado atlético.

Mas dos 34 jogos do Palmeiras, só fez 14.

O que realmente acontece?

O blog conseguiu informações importantes no Palmeiras.

Aos 70 anos, milionário e cercado do melhor elenco do país, Felipão segue trabalhando como no início de carreira.

Ele exige o ambiente de 'família' no Palmeiras.

Ou seja, quer todos integrados.

Reservas e titulares convivendo em harmonia, em uma disputa renhida, mas sem cara feia, participando de cada treinamento.

Fazendo questão de total integração, sem panelinhas à parte.

Na visão de Felipão, Borja e Guerra se isolaram. Os dois ex-companheiros do Atletico Nacional passaram a treinar mecanicamente, sem fazer a menor questão de esconder a insatisfação com a reserva.

Borja e Guerra tiveram pouquíssimas oportunidades de jogarem juntos
Borja e Guerra tiveram pouquíssimas oportunidades de jogarem juntos

Se isolaram.

Falando em espanhol, não buscavam soluções, propunham ao treinador uma maneira que pudessem render mais.

Nada.

Só mostraram decepção por atuarem pouquíssimas vezes juntos. No Atlético Nacional, se entendiam muito bem.

Não tiveram coragem de enfrentar Felipão, como Borja fez, por exemplo, com Roger Machado, chutando uma garrafa de água ao ser substituído na semifinal do Paulista, contra a Ponte Preta, em abril de 2017.

E gritando "Sempre eu, sempre eu".

Borja é tímido, desconfiado, tem a personalidade fechada. 

Bem diferente de Deyverson, que beija, abraça, samba com Felipão.

Na tentativa de recuperar pelo menos uma parte dos 3,7 milhões de dólares, R$ 11,9 milhões, com Guerra. O Palmeiras renovou seu contrato até 2020 e o emprestou ao Bahia.

Sem o grande amigo, que se apresentou no clube nordestino na segunda-feira, Borja passou a conversar mais com seus companheiros.

Felipão está disposto a dar outra chance.

E escalá-lo no clássico deste sábado contra o São Paulo.

Mas a diretoria, principalmente Alexandre Mattos, busca clubes interessados no colombiano. O atacante recusou três propostas da China, uma dos Estados Unidos e outra do México. 

O Atlético Nacional o aceita por empréstimo, pagando apenas metade do seu salário. Mas depois de 17 de agosto, quando tudo indica que receberá mais R$ 11,3 milhões do Palmeiras.

A situação de Borja é confortável.

O pior que pode acontecer com ele é seguir treinando, sem jogar e recebendo R$ 400 mil mensais até fevereiro de 2022.

Por enquanto, ele não quer mercado menores, como a China, Estados Unidos e México.

Seu sonho: se transferir para um clube médio ou grande na Europa se torna impossível, sendo reserva no Palmeiras.

Para tentar se impor no clube, no Brasil, o primeiro passo que precisa dar é procurar Felipão.

Esquecer a frustração destes dois anos e cinco meses.

E pedir para fazer parte da família Scolari.

Esquecer a timidez, a raiva, a decepção de não ser tratado de maneira especial.

Porque Felipão não o tratará.

Ou então, se contentar em ficar isolado.

Rico, mas sem jogar, sem se concentrar.

Apenas vendo o dinheiro entrar na sua conta bancária.

O 'caso Borja' pode superar os gastos com o 'caso Valdivia'
O 'caso Borja' pode superar os gastos com o 'caso Valdivia'

E perder os melhores anos do seu auge físico como jogador.

A situação é bem complicada.

Borja pode não ser tão sarcástico quanto Valdivia.

Mas está conseguindo causar um prejuízo maior.

Se tornar o pior negócio feito por Alexandre Mattos.

Na história do Palmeiras...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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