Felipão se vinga de Galvão Bueno e da CBF. Globo apela para Carioca
O treinador não superou mágoa com narrador e com Del Nero. Não foi à premiação na CBF. Humorista o substituiu, tentou fazer piada. Ninguém riu
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O mundo ocidental utiliza o calendário gregoriano, criado pelo Papa Gregório XII, em 1582, para adequar e facilitar o relacionamento entre os países.
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Desde então, as pessoas de boa saúde mental e alfabetizadas sabem diferenciar um dia do outro.
E ontem era o dia 3 de dezembro de 2018.
Aos 70 anos, Luiz Felipe Scolari sabia muito bem a data significava.
À tarde recebeu a premiação de melhor técnico do país, escolha feita pela ESPN/Brasil.
E viria a noite de ontem.
Ele era o convidado especial de outras duas premiações importantes.
A primeira: a entrega dos troféus para os melhores profissionais do futebol brasileiro.
Premiação oficial da CBF e, após a entrega de troféus, passagem obrigatória no Sportv, canal a cabo da Globo.
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A segunda: a escolha para estar entre os "Brasileiros do Ano", da revista Isto É.
As cerimônias aconteciam no mesmo horário.
A revista fez sua festa no Credicard Hall, em São Paulo.
Enquanto a entrega dos troféus para os melhores do futebol na temporada aconteceu na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, no luxuoso prédio que serve como sede da CBF.
Felipão nem pensou duas vezes.
Foi para a premiação da revista.
E discursou, emocionado.
"Ser escolhido como esportista do ano em um País em que temos esportistas de diferentes qualidades e que deveriam estar aqui é uma honra muito grande.
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"Voltar ao Brasil após alguns anos fora como treinador e receber esta homenagem também é muito importante na minha vida e na minha carreira.
"E preciso agradecer a quem hoje me põe nessa situação: o Palmeiras.
"Foi essa equipe que me trouxe de volta.
"E é a quem serei grato eternamente."
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, chegou a notícia que Felipão não estaria na premiação.
E, se quisessem, seu auxiliar Paulo Turra receberia o troféu no seu lugar.
A mágoa com a CBF ainda está no peito de Scolari.
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Ele não se esquece da maneira com que foi tratado por Marco Polo del Nero e José Maria Marin, após o fracasso da Seleção Brasileira na Copa do Mundo.
Os dois que o cobriram de abraços e beijos na conquista da Copa das Confederações e que juraram que ele seguiria no comando do Brasil, fosse qual fosse o resultado do Mundial, e ouviram do técnico que a geração era imatura, viraram as costas a ele na derrota.
Mesmo com Scolari se violentando, abrindo todos os treinamentos para a imprensa durante a Copa, porque Marin e Del Nero queriam agradar a Globo. Permitiu que Luciano Huck e Mumuzinho interrompessem coletivos do Brasil na Granja Comary.
O presidente e o vice da CBF o despacharam sem dó após a quarta colocação no Mundial. Na reunião decisiva, Felipão levou um calhamaço detalhado de cada jogador, todo o trabalho físico, a análise dos motivos dos vexames. E a perspectiva de montar time muito melhor para 2018, na Rússia.
Marin e Del Nero não quiseram nem ver seus relatórios.
O demitiram rapidamente.
E ainda tonto de raiva, se sentindo traído, Felipão percebeu. Havia em frente ao luxuoso prédio de Marin uma viatura da TV Globo. E usou uma saída lateral para não ser filmado, demitido. Não ter de passar pelo constrangimento de dar entrevista no pior momento de sua carreira.
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O repórter Marco Aurélio Souza escreveu para o blog e disse ter sido 'coincidência' a viatura de reportagem estar em frente ao prédio de Marin, no mesmo momento no qual Felipão era demitido.
Scolari não é bobo.
Sabe o quanto Del Nero segue influente na CBF, apesar de estar banido do futebol pela Fifa.
E quer distância da CBF.
Assim também como de Galvão Bueno.
Ele não perdoa as críticas depois do fracasso no Mundial.
Não quis correr o risco de ter de dar entrevista a ele, no seu programa Bem, Amigos, após a premiação dos melhores do Brasileiro.
A CBF e a Globo não quiseram Paulo Turra.
E a emissora decidiu por uma saída constrangedora.
Colocou o humorista Carioca para receber o prêmio, imitando Felipão, como fazia no extinto programa Pânico.
Vergonhoso.
A recusa a Turra só afastou mais Felipão.
Ele quer ainda mais distância do luxuoso prédio da Barra da Tijuca.
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Os 7 a 1 nunca vão morrer no peito de Felipão.
Assim como a reação das pessoas ao seu maior vexame.
Daí virar as costas à premiação da CBF.
E não querer encontrar Galvão Bueno.
Que que lhe cobria de abraços e elogios.
Até chegaram os vexames.
Felipão brinca ter memória de elefante.
Nunca esquece.
A noite de ontem foi apenas a constatação.
A mágoa segue muita viva no seu peito...
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