Felipão não teve saída. Jogadores exigiram Grêmio sem medo de atacar. Para não serem rebaixados
Os atletas não suportaram mais o esquema defensivo de Felipão. E cobraram do técnico orientação mais corajosa, para evitar o terceiro rebaixamento do Grêmio na sua história. Diante da diretoria, técnico cedeu
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Felipão tem o gênio explosivo.
Sempre impôs suas vontades por onde passou.
Desde clubes até Seleção Brasileira.
O 7 a 1, na Copa de 2014, nasceu em uma 'teima' sua, ao não aceitar a indicação do observador da Alemanha, o também treinador Alexandre Gallo, que recomendou ampliar a marcação no meio-campo. Luiz Felipe não aceitou a sugestão e o país teve a sua mais vergonhosa derrota.
Desde então, Felipão passou por quatro clubes. Só teve sucesso na China, quando comandou o clube mais rico e com elenco repleto de jogadores importantes. Venceu seis títulos com o Guangzhou Evergrande, que pertence à bilionária Evergrande, empresa imobiliária mais valiosa do mundo, que entrou em crise no mês passado.
Mas se Scolari desfrutou do auge do time com aporte financeiro maior que os rivais, nos clubes brasileiros o técnico só conseguiu vencer o Brasileiro de 2018, com o auxílio inestimável da bilionária Crefisa, dando um elenco melhor do que os outros.
Sua terceira passagem pelo Grêmio, entre julho de 2014 e maio de 2015, foi marcado pela frustração. Teve uma saída digna, não assumindo a demissão, depois dos péssimos resultados. No Palmeiras também foi mandado embora, por não mudar o esquema tático da equipe.
No Cruzeiro, o projeto em 2020 também fracassou. Embora o treinador alegasse que assumiu para evitar a queda para a Terceira Divisão, era lógico que o clube, que deve mais de R$ 1 bilhão, contratou o treinador caríssimo para subir para a Série A. Não conseguiu.
Ficou sem trabalho desde janeiro deste ano. Só voltou a um clube em julho, para sua quarta passagem pelo Grêmio. Depois da eliminação na pré-Libertadores, a diretoria acertou a demissão de Renato Gaúcho. E investiu em uma mentalidade "mais moderna" com Tiago Nunes. O resultado foi vergonhoso.
Felipão foi chamado às pressas para evitar o rebaixamento do time para a Segunda Divisão.
E vem fazendo um trabalho fraquíssimo. Com ele, o time foi eliminado da Copa Sul-Americana, pela LDU, em casa. Caiu na Copa do Brasil diante do Flamengo. E no Brasileiro está mergulhado na zona do rebaixamento, na 18ª posição.
Com Felipão, o Grêmio jogou 19 vezes. Tem nove vitórias, dois empates. E oito derrotas. Depois do fracasso, no domingo, em Porto Alegre, perdendo para o Sport, houve uma grande discussão entre os jogadores no vestiário. Eles gritaram entre si, se cobraram, deixando Scolari à parte.
Na segunda-feira houve uma reunião entre a diretoria, Scolari e os jogadores. Foi quando o treinador recebeu o pedido surreal.

Os atletas imploraram para o treinador montar um esquema mais ofensivo. Querem liberdade para atacar. E enfatizaram que não concordam com o excesso de cruzamentos para a área, que só facilitam a marcação adversária.
O técnico não teve outra saída a não ser concordar.
E ele, nas últimas 17 partidas do clube no Brasileiro, prometeu montar esquemas que privilegiem o ataque. Mas que use mais a capacidade de Douglas Costa, Ferreira, Campaz e Diego Souza, de tabelarem, se aproximarem. Liberar Vanderson e Rafinha para ajudar em triangulações pelo lado do campo. Montar uma equipe mais intensa, muito menos previsível na frente.
O Grêmio tem o segundo pior ataque do Brasileiro.
Felipão fará 73 anos no próximo mês.
Ele já sabe que não deverá ficar no Grêmio em 2022, apesar de seu contrato ir até o fim do próximo ano.
Tudo o que ele pode desejar é evitar que seu clube de coração vá para a Segunda Divisão.
E ter um fim de ciclo como treinador em Porto Alegre com dignidade.
Inteligente, ele fez o que detesta.
Cedeu.

Seu time já está escalado de forma ofensiva hoje, contra o Cuiabá.
Como os jogadores, a diretoria e a torcida querem.
Apesar de personalista, Felipão aceitou.
Pelo bem do 'seu' Grêmio.
Para o clube não repetir 1991 e 2004.
Passar pelo vexame de ser rebaixado.
E também para não manchar o currículo do técnico...
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