Feio. Brasil não quis golear Zâmbia. Para fugir dos Estados Unidos
Pia Sundhage colocou time misto e orientada a não golear Zâmbia, que ficou com um a menos. Escolheu o adversário das quartas das Olimpíadas. Venceu por 1 a 0, pegará o Canadá. Fugiu dos Estados Unidos e Suécia
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
A Seleção Brasileira de Futebol Feminino fez algo triste.
Fugiu da liderança do grupo F.
Escolheu ser segundo colocada.
Constrangedor, mas compreensível, para quem conhece o potencial de seu time e dos Estados Unidos e Suécia.
Pia Sundhage sabia que a Holanda iria trucidar a China, como o Brasil havia feito.
E elas não escolheram adversário, como o Brasil.
Venceu por 8 a 2.
Sem medo do futuro, do cruzamento com o grupo mais forte.
A técnica sueca decidiu não só poupar jogadoras, como também diminuir o ritmo de jogo contra Zâmbia, que havia perdido por 10 a 3 para as holandesas.
Tudo ficou ainda mais feio com a expulsão de Mweemba, aos 12 minutos do primeiro tempo.
Ou seja, o time africano, fraquíssimo, ainda tinha uma jogadora a menos. Ficou ainda mais evidente o quanto a Seleção Brasileira não estava interessada em golear. Não queria fazer gols para que a Holanda ficasse em primeiro no grupo. Para que ficasse com o segundo colocado do fortíssimo grupo G. Seria Suécia ou Estados Unidos. Acabou sendo as norte-americanas.

O Brasil escolheu o segundo colocado do grupo E, o Canadá.
Mesmo com inúmeros improvisos, time desconfigurado, desentrosado, a Seleção venceu.
1 a 0, em cobrança de falta de Andressa, da entrada da área. Bateu bem, a goleira Musole não conseguiu vencer.
A partir daí, não houve mais o interesse legítimo da Seleção Brasileira mista de marcar mais gols. Era evidente que a postura havia sido treinada, exigida por Pia.
Marta, a principal jogadora da história do país, fazia questão de manter o ritmo cadenciado, lento. Sem gana para buscar o ataque. Mesmo assim, foi substituída no intervalo.
Ficou ainda mais evidente a falta de interesse da Seleção no jogo. Estava claro que Zâmbia não tinha o menor potencial nem para empatar.

O segundo tempo foi ainda mais constrangedor.
Sem vibração.
Sem apetite de gols.
Pia conseguiu.
O Brasil escapou dos Estados Unidos.
Terá pela frente o Canadá, na sexta-feira.
Com a obrigação de vencer, já que escolheu a adversária.
A treinadora sueca teve coragem e enfrentou,mudou a filosofia ofensiva, goleadora do Brasil.
Para ela, vale tudo por uma medalha.
Que seu time mostre contra o Canadá...