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Cosme Rímoli - Blogs

Farra do Profut não bastou. Clubes querem mais R$ 3 bi do governo

Foram R$ 4 bilhões de dinheiro público, parcelados em 20 anos, em 2017. Administrações seguiram irresponsáveis. Agora, clubes querem mais R$ 3 bi

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Com o Profut foram R$ 4 bilhões de dinheiro público aos clubes
Com o Profut foram R$ 4 bilhões de dinheiro público aos clubes

São Paulo, Brasil

Um caos.

Se os clubes da Série A, a mais importante deste país, tivessem o mesmo tratamento reservado às empresas, a maioria estaria decretando falência.

Mesmo antes da pandemia, décadas de incompetência, irresponsabilidade e em alguns casos específicos, desonestidade, fizeram que os clubes estagnassem. Acumulassem dívidas, sem responsabilidade alguma para os dirigentes.


Basta prova que não houve dolo, má fé, roubo e mera incompentências, as dívidas dos clubes podem, e são aumentadas, na sua maioria, a cada presidente que deixa o cargo.

Por serem 'sociedades privadas sem fins lucrativos', os clubes aproveitam as benesses dos governos, fazem a farra.


E, de tempos em tempos, dirigentes se juntam pedem perdão de suas dívidas tributárias e fiscais. E são atendidos, jurando que tomarão jeito, serão mais responsáveis com suas administrações. 

Mas repetem o mesmo 'modus operandi'. Gastam mais do que podem. Se endividam e depois, pedem auxílio econômico ao governo federal.


Como cada clube grande tem milhões de torcedores e cada torcedor é um eleitor, as necessidades das equipes são atendidas.

Outra vez, o futebol brasileiro mostra sua face desesperadora.

A receita total dos clubes da Série A de 2019 foi de R$ 6 bilhões. 

Os clubes faturaram muito em 2019. Dinheiro não rendeu
Os clubes faturaram muito em 2019. Dinheiro não rendeu

Números impressionantes?

Não.

Porque as dívidas foram mais de R$ 8,3 bilhões.

Ou seja, conseguiram gastar R$ 2,3 bilhões a mais.

A metade dos clubes ficou devendo mais do que arrecadou.

O relatório foi feito pela empresa Ernest & Young, analisando os balanços dos clubes.

Os volumes são assombrosos.

É muito dinheiro que passa pelas mãos dos dirigentes.

Infelizmente sem a transparência ideal.

Este foram os clubes que mais faturaram.

Mas o envididamento é surpreendente.

Aqui a incrível capacidade das equipes para gastar.

Diante da exposição de suas vísceras administrativas, algumas diretorias tentaram dar explicações para conselheiros e sócios.

As incríveis dívidas dos clubes brasileiros no ano passado. Gastos sem limites
As incríveis dívidas dos clubes brasileiros no ano passado. Gastos sem limites

Já que não há como contestar a seriedade da consultoria Ernst & Young.

Como a do Atlético Mineiro.

E o que era tenebroso, deverá ficar insustentável.

Por conta da pandemia.

A própria Ernst & Young fez projeções assustadoras.

Com o futebol voltando ao país em julho, os clubes faturarão entre R$ 1,3 bilhão e R$ 1,9 bilhão a menos.

A força financeira das equipes brasileiras diminuirá, voltará para o patamar de 2016.

Lógico que as dívidas ficarão impossíveis de serem pagas.

Daí, é fácil imaginar o que já se articulou.

Os clubes se juntaram e conseguiram que o governo perdoasse mais de R$ 600 milhões do Profut, no dia início deste mês.

Além disso, a 'bancada da bola', políticos que defendem os clubes brasileiros e a CBF em Brasília, conseguiu que a Procuradoria-Geral da Fazendo Nacional decidiu suspender a cobrança de dívidas ativas da União nos próximos 90 dias.

Três meses sem pagar impostos, tributos, dívidas com o governo federal, a partir do dia 18 de março.

Além de tudo isso, o Atlético Mineiro articula o pedido coletivo de uma linha de crédito junto ao governo brasileiro.

Sim, o presidente Sérgio Sette Câmara quer que o governo ofereça R$ 3 bilhões para empréstimo aos clubes.

O prejuízo com o corona deverá ser até R$ 1,9 bilhão. Clubes querem R$ 3 bilhões
O prejuízo com o corona deverá ser até R$ 1,9 bilhão. Clubes querem R$ 3 bilhões

Ou seja, o prejuízo deverá chegar ao máximo em R$ 1,9 bilhão.

Mas o presidente atleticano quer R$ 3 bilhões.

Vários dirigentes concordam com Sette Câmara.

É inacreditável as benesses dos clubes deste país...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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