Expulsão infantil de Pedrinho. Corinthians fora da Libertadores
Cartão vermelho aos 28 minutos de jogo sabotou o Corinthians. O time, que estava bem, venceu o Guaraní apenas por 2 a 1. Caiu na pré-Libertadores
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Pedrinho decidiu.
Mas não como a diretoria e a torcida esperavam.
O jovem meia, já vendido ao Benfica, foi o personagem principal na caríssima eliminação da Libertadores.
Sua expulsão infantil, aos 28 minutos do primeiro tempo, fez desmoronar o plano de Tiago Nunes, que estava muito bem executado.
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As lágrimas de Pedrinho de nada adiantaram.
Com um jogador a menos, o Corinthians teve coração, vibração.
Chegou a ter o placar sonhado, vencia por 2 a 0.
Só que pesou muito o adversário ter 11 jogadores.
Mas encontrou uma equipe muito bem postada, marcando alto, com coragem.
Mesmo com o Itaquerão lotado, com mais de 40 mil pessoas empurrando, a vitória se tornou derrota.
Vencer apenas por 2 a 1 custou a eliminação.
O Guaraní havia vencido por 1 a 0 em Assunção.
E o Corinthians está fora da Libertadores de 2020, ainda na 'pré-Libertadores'.
O time sabotou o plano da diretoria que esperava, pelo menos, a classificação até as quartas de final da competição.
Deixou de sonhar faturar pelo menos R$ 70 milhões, com prêmios, arrecadação e transmissão.
O Corinthians repete 2011, quando caiu na 'pré-Libertadores', diante do Tolima.
Vagner Love, arrasado, só conseguiu lastimar. "Pedir desculpas ao torcedor que veio aqui e nos apoiou do começo ao fim. A culpa é só nossa, dos jogadores."
"É difícil falar, dar uma explicação. A gente fica muito triste, queríamos muito estar na Libertadores."
"Nos cobramos muito, trabalhamos muito para isso acontecer. Mas, infelizmente, hoje não foi o nosso dia. Em momento nenhum deixamos de lutar."
"Ter um jogador a menos atrapalhou muito."
O plano tático de Tiago Nunes estava dando certo.
O Corinthians esperava ansiosamente a chegada de Pedrinho do Pré-Olímpico. Ele deveria ser personagem importantíssimo para triangular com Fagner pela direita e abrir espaço para as infiltrações de Luan.
Vagner Love e Boselli entraram em campo sabendo que haveria neurônios que os descobririam prontos para finalizar.
A movimentação, as trocas de bola e de posição, a intensidade contagiaram a torcida que lotou o Itaquerão.
Tudo parecia que teria um final feliz.
A defesa paraguaia teve de ficar mais aberta pela entrada do ágil e habilidoso Pedrinho na ponta direita.
O que foi perfeito para a arrancada de Luan da direita para o centro da entrada da área. De lá, o tiro inesperado, colocado de esquerda.
Triste realidade: Corinthians já foi eliminado nove vezes em sua Arena
Corinthians 1 a 0, aos oito minutos do primeiro tempo.
Era uma bênção para o time que havia perdido por 1 a 0 no Paraguai.
Seria o fim da eventual retranca do Guaraní.
Só que o time paraguaio não veio ao Brasil só para se defender.
Muito pelo contrário.
A equipe de Gustavo Costas surpreendeu subindo a marcação.
Tirando a paz do início das articulações corintianas.
O ótimo Cantillo não teve liberdade para suas tabelas, suas inversões de jogada.
O Guaraní cresceu após o gol do Corinthians. Pressionou o time brasileiro e só não empatou, depois de falha de Cássio, que soltou a bola nos pés de Redes, porque houve precipitação do atacante. Livre, chutou forte, por cima.
O jogo crescia em emoção, estava equilibrado.
Até que Pedrinho, que já havia recebido cartão amarelo, por entrada violenta, no início do jogo, decidiu dar uma bicicleta fora da área. Acertou o rosto de Benítez. E mereceu ser expulso.
Sua saída mudou toda a partida.
Para deixar mais ressentida a direção do clube e os companheiros, Vagner Love fez excelente jogada, abrindo a defesa paraguaia com o corpo e cruzando com perfeição para Boselli, aos 33 minutos.
2 a 0, Corinthians.
Era o placar dos sonhos, da classificação.
Mas Gustavo Costas não titubeou.
Com um jogador a mais, ele reforçou o ataque.
Adiantou a equipe, abandonou a história de três zagueiros.
E, do 5-4-1, seu time passou a jogar no 4-3-3, buscava o gol salvador.
Tiago Nunes tratou de precaver mais seu time. Com um a menos, o Corinthians passou a jogar no 4-4-1.
O Corinthians já sofria para manter os dois gols de vantagem.
Nestor Pitana, visivelmente contundido, fez uma péssima arbitragem. Sempre atrasado, confundindo lances.
E ele inverteu uma falta em Boselli. Ele deu a favor do Guaraní. E a bola seguiu rolando. Até que houve uma falta na entrada da área corintiana.
Cássio arrumou a barreira.
Mas Fernando Fernández foi perfeito.
Ele bateu no alto, no canto de Cássio, que pulou, se esticou, mas não alcançou a bola.
2 a 1, aos oito minutos do segundo tempo.
Tiago Nunes adiantou o Corinthians, mas o time se desgastou rápido. Com um a menos e contragolpes bem ensaiados do Guaraní, a equipe não teve força física para aumentar o placar.
Para desespero dos torcedores no Itaquerão, o time paulista venceu apenas por 2 a 1.
A festa, merecida, foi do Guaraní.
Piores que os corintianos que foram até Itaquera, só os dirigentes.
Eles estavam transtornados.
O clube perdeu prestígio.
E muito dinheiro com a eliminação precoce.
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