Éverton Cebolinha. Nasce um improvável titular de R$ 150 milhões
Único atacante do futebol brasileiro na Copa América, Éverton ganha espaço inesperado, mas justo. Grêmio espera fazer fortuna com ele após competição
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Mensagens de WhatsApp de companheiros do Grêmio.
Recados de Renato Gaúcho.
Todos na mesma direção.
Pedindo para Everton seguir cada vez mais ousado.
Há a certeza no Grêmio que o jogador assumirá a condição de titular contra o Peru, amanhã, e não a largará mais nesta Copa América.
O que seria ótimo.
A diretoria gaúcha espera fazer da competição o grande trampolim para fixar de vez a importância do jogador no mercado internacional.
Ele é o único atacante a jogar no Brasil convocado para a Copa América.
Mas deve ir embora nesta janela.
O atacante cearense de 23 anos tem sua multa rescisória de 80 milhões de euros, R$ 340 milhões.
A expectativa realista é que, se um clube chegar a R$ 150 milhões, ele sairá.
Milan já lutou pela prioridade, não conseguiu, desistiu da negociação. Mas deixou a porta aberta. Mesmo caso do Manchester City.
A direção gremista tem certeza que novos interessados surgirão assim que a Copa América acabar.
Ele tem contrato com o clube gaúcho até 2022.
O Fortaleza tem 10% dos seus direitos, 90% seguem do Grêmio.
O atacante, que nasceu em Maracanaú, foi descoberto por olheiros do clube gaúcho na disputa da Copa Carpina, em Pernambuco.
Ele tinha 16 anos e encantou os observadores com seus dribles irreverentes. A explosão muscular e a velocidade.
Tiveram a convicção do seu potencial na Copa São Paulo. A contratação foi efetivada.
Sua maior inimiga no Grêmio era a timidez.
Tanto que, depois de Enderson Moreira o fazer até titular do time, Luiz Felipe Scolari o despachou de volta para o sub-20. Amargurado, o jogador pediu, insistiu para ir atuar no Fortaleza, que estava na Terceira Divisão. A direção gaúcha não aceitou.
Tudo mudaria de vez com a chegada de Renato Gaúcho.
Ele recebeu a confiança que tanto sonhava.
O treinado deu toda a liberdade para improvisar quando estiver com a bola dominada, da intermediária até a área adversária.
O resultado não poderia ser melhor.
Everton que era Rato de Areia, por cair, levantar, correr e não desistir de nenhuma jogada, apesar dos pontapés que recebia, virou Cebola por conta da semelhança de seu cabelo com o personagem de Mauricio de Souza.
Só que a contratação do uruguaio Cristian Rodríguez pelo Grêmio, que também é chamado de Cebola, fez o cearense ser chamado de Cebolinha.
Está acontecendo na Seleção a mesma trajetória do Grêmio do Olímpico. Aos poucos Tite entendeu que tudo o que ele precisa é de confiança dele e dos companheiros.
Até para enfrentar o badalado David Neres, do Ajax.
O Brasil precisa de um driblador velocista, com personalidade, sem Neymar.
Nasce um improvável titular nesta Copa América.
Um cearense de apelido Cebolinha...
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