Empolgado com o resultado da Copa do Catar, Infantino enfrentará a Uefa. Mundial de Clubes com 32 times
Giuseppe CACACE/AFP - 12.2.2022Doha, Catar
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, declarou guerra.
Resolveu enfrentar a Uefa.
E em vez de um Mundial de Clubes de 16 equipes, como ameaçava antes da pandemia, o que já enlouqueci os europeus, decretou hoje, aqui em Doha.
Em 2025, Mundial de Clubes com 32 equipes
Em vez de oito equipes europeias, Infantino quer 12 times do Velho Continente, o que seria um desastre para o calendário da Uefa.
Da América do Sul, seriam oito clubes.
A Conmebol não deverá criar qualquer problema, já que os sul-americanos valorizam muito o Mundial, ao contrário dos europeus.
As doze restantes vagas seriam divididas pelos demais continentes.
A competição, se for mesmo realizada, terá duas funções.
A primeira, substituir a extinta Copa das Confederações e servir como teste para os países que sediarão a Copa do Mundo.
Por isso, a chance maior de o primeiro Mundial com 32 clubes ser nos Estados Unidos é imensa.
A segunda intenção da Fifa é fazer o Mundial de Clubes lucrativo.
No atual formato, mal empata o dinheiro investido pela Fifa. Tem dado até prejuízo.
A ideia de aumentar o número de clubes no Mundial é antiga.
Desde que assumiu, em 2016, ele já enxergava como despedício o torneio no atual formato.
E iria enfrentar a Uefa em 2021, se não fosse a pandemia.
Dirigentes da associação europeia ficaram revoltados quando Infantino cravou que faria o torneio com 16 times, em 2019.
Mas a pandemia travou a ideia.
Os sorrisos que distribuía, aqui no centro de imprensa de Doha sumiram quando o assunto foi a Copa do Mundo de 2026, nos Estados Unidos, México e Canadá.
Ele também aumentará o número de seleções.
Em vez das atuais 32, serão 48.
Infantino alega que países que estão desenvolvendo o futebol precisam ter a chance de enfrentar os 'melhores'.
Só que a fórmula que a Fifa pensava apresentar se mostrou falha. Por um simples motivo: a suspeita de combinação, armação.
Meslhor explicando.
Infantino e sua diretoria imaginavam 16 grupos de três equipes na primeira fase. Se classificando as duas primeiras. Só que haveria a chance de combinação. Ou seja.
Times que, por exemplo, empatassem seu primeiro jogo. Se enfrentariam precisando empatar, ainda por exemplo, por dois gols, para ficarem com saldo maior que a terceira seleção do grupo. Poderiam jogar e o placar acabar em 2 a 2.
Infantino percebeu logo que não poderia deixar essa possibilidade no ar.
E a Fifa já pensa em 12 grupos de quatro equipes. Se classificando as duas primeiras colocadas. E aí começariam os mata-matas.
Uma fase antes da atual fórmula com a fase eliminatória começando nas oitavas.
Infantino deixou claro que seu grande desejo atual é desenvolver o futebol masculino nos Estados Unidos. Quer aproveitar todo o potencial econômico que acredita que está sendo desperdiçado. Principalmente envolvendo transmissão de jogos.
Daí ter decidido enfrentar a Uefa para estimular ao máximo a Copa do Mundo de 2026, marcada para os Estados Unidos, México e Canadá.
Entusiasmado com o sucesso da Copa no Catar, com a venda de 3,7 milhões de ingressos, o presidente da Fifa quer muito mais daqui três anos e meio.
Sonha em chegar a 5 milhões de entradas, com o maior número de jogos.
E mais dinheiro com a transmissão do próximo Mundial.
Está claro que não se deterá por conta da UEFA.
A 'nova' Copa das Confederações tem nome.
E será disputado de quatro em quatro anos.
O Mundial de Clubes da Fifa.
"Será a Copa do Mundo dos Clubes", promete Infantino...
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