Eliminação, vexame histórico. E Raí quer manter Fernando Diniz
São Paulo foi eliminado, depois de 33 anos, da fase de grupos da Libertadores. Perdeu do River Plate por 2 a 1. Raí quer que Diniz siga trabalhando
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"Não adianta arrumar desculpa ou argumento nessa hora.
"O São Paulo não é um time para cair fora na primeira fase da Libertadores.
"Infelizmente não conseguimos avançar.
"Temos que olhar para frente.
"No final de semana tem jogo do Campeonato Brasileiro."
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Foi assim, com naturalidade constrangedora, que Fernando Diniz resumiu a eliminação do São Paulo, da Libertadores, derrotado pelo River Plate, na Argentina por 2 a 1.
Nem parecia o comandante do único clube brasileiro tricampeão mundial. E que, depois de 33 anos, voltava a ser eliminado ainda na fase de grupos da Libertadores.
Com uma campanha vergonhosa, três derrotas, um empate e só uma vitória, o São Paulo deixa a competição que era a prioridade na temporada.
De maneira constrangedora, faltando ainda uma partida por jogar.
Caiu, como no Campeonato Paulista, diante do Mirassol, nas quartas-de-final.
Em um ano de trabalho, Fernando Diniz colecionou eliminações precoces, frustrações.
Mas, durante a madrugada, Raí deu entrevista.
E bancou a permanência de Diniz.
"Sim, com a comissão técnica, com o Diniz (continuam). A gente sabe que tem muito trabalho, muita seriedade, muito conteúdo, mas a gente tem que melhorar. Tivemos duas competições nesta temporada, completamente atípica com a pandemia. Tivemos duas competições (Paulista e Libertadores) e estamos fora.
"Temos a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro, então temos que acreditar nisso e o São Paulo tem que vencer e pensar em melhorar para ter mais condições, capacidade, chance de conquistar os títulos.
"Então temos duas chances nessa temporada que é a Copa do Brasil e o Brasileiro", garantiu o executivo de futebol, ao site globoesporte.com.
O inseguro presidente Leco, desde outubro de 2015 no cargo, é o pior da história do clube. Jamais outro presidente ficou tanto tempo sem a conquista de um mísero título.
Ele acreditou no executivo Raí, que jurou apoio incondicional a Dorival Júnior. Depois, a Diego Aguirre. Aí, eis que chegou a vez de André Jardine. Cuca também se iludiu. E Vagner Mancini nem sonhou.
Raí ouviu Daniel Alves, que queria jogar no meio, e queria o 'moderno' Fernando Diniz que, em 11 anos de carreira, tem um só título. O da Terceira Divisão do Campeonato Paulista, com o Votoraty.
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O treinador foi perguntado sobre os resultados de um ano de São Paulo.
"Em termos de resultado nas competições, ruins. Ano passado conseguimos avançar para a Libertadores. Neste ano fomos eliminados em duas competições. Nesse quesito não tem o que falar.
"A gente tinha que ter avançado e ter dado um título para o torcedor no Paulista e avançar na Libertadores.
"A gente tem que seguir. O trabalho está sendo feito. Estamos perto das vitórias e não temos conseguido.
"Temos que acreditar, ser persistentes e melhorar aquilo que precisamos. O São Paulo tem mais duas competições e tem chances reais de ganhar."
Diniz, nervoso, revelou que o São Paulo apostava muito no Paulista, torneio considerado mais fácil de 2020. O objetivo era tirar a pressão de oito anos de jejum.
Mas perdeu.
E há um ano, o time segue inseguro, sem proposta definida de jogo, frágil na defesa e débil no ataque.
Raí iria dar entrevista em Bueno Aires.
Mas a assessoria de imprensa da Conmebol impediu. Porque quebrava o protocolo. Tinha de ser um treinador e um jogador.
O executivo iria falar que Diniz seguiria no cargo.
Pelo menos até o final do mandato de Leco, daqui a dois meses, em dezembro.
Os dois candidatos à presidência, Roberto Natel e Julio Casares não querem Diniz no cargo. E muito menos Raí como executivo de futebol.
Ambos sonham com Rogério Ceni, que tem o contrato com o Fortaleza terminando no final do ano.
Casares quer o ex-treinador Muricy Ramalho no lugar de Raí. Natel ainda não definiu seu executivo.
Outra situação está definida.
Nem Raí e muito menos Fernando Diniz estão dispostos a pedir demissão.
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Se o São Paulo conseguir manter o terceiro lugar no grupo D, estará classificado para a Sul-Americana. Basta vencer o fraquíssimo Binacional, no Morumbi, dia 20 de outubro. LDU e River são os primeiros no grupo, inalcançáveis, e seguem na Libertadores.
Disputar a Sul-Americana é uma triste compensação.
Leco, 82 anos, acaba de sair da internação, por conta de infecção pelo covid-19.
Ele sabe que é considerado 'inimigo' por Rogério Ceni.
E que o ídolo maior do São Paulo não abandonaria o Fortaleza agora.
Fez o juramento de não voltar ao Morumbi enquanto Leco for presidente.
O dirigente sabe que qualquer treinador dificilmente aceitaria um contrato de dois meses.
Por isso, Diniz tem chances reais de sobreviver no cargo.
Após o vexame dessa eliminação da Libertadores.
O resumo da situação é simples.
O São Paulo se acostumou a perder...
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