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Cosme Rímoli - Blogs

“É sofrido demais ser narradora no Brasil! Diante da depressão que superei, críticas machistas não significam nada.” Vivi Falconi

O difícil caminho para quem escolhe ser narradora de futebol no Brasil. Vivi Falconi revela tudo o que sofre. Principalmente a luta contra o preconceito masculino

Cosme Rímoli|Cosme RímoliOpens in new window

Vivi foi a primeira mulher a narrar uma semifinal, do estádio, da Champions League Reprodução/Instagram

Mulheres narrando futebol no Brasil.

É a última barreira a ser transposta pelo sexo feminino.

A rejeição pelo público masculino ainda é enorme.

Se elas foram aceitas gradualmente como repórteres, com dois pés atrás, como comentaristas, a narração é um problema grave.


“Quem decide ir por essa área está ciente das enormes barreiras. O preconceito é o pior. Eu até entendo, porque são mais de cem anos homens narrando jogos de futebol masculino. Só que nós também temos talento, capacidade de narrar. Estamos lutando para ter o direito de mostrar o nosso trabalho. Só isso.”

A análise consciente é de Vivi Falconi, primeira mulher a narrar uma semifinal da Champions League, entre Real Madrid e Bayern, in loco. Ou seja, ela foi até a Espanha.


No dia 1º de maio de 2018, ela estava na bancada do Esporte Interativo. Venceu um concurso com outras 11 concorrentes. A voz de Vivi é marcante, vibrante, precisa, firme.

“Estudo muito, sei como usar minha voz e também o que estou narrando. As movimentações táticas dos times. Só não cometo o erro que considero fatal: tentar engrossar a voz, por exemplo, quando sai um gol. Para mim é querer imitar homem. Nada a ver. É andar para trás.”


Como é que uma mulher decide seguir a carreira de narradora? “Eu sempre gostei de futebol. Me tornei produtora. E vivia narrando de brincadeira, mas, no fundo, sonhava. Um vídeo meu foi parar no concurso do Esporte Interativo. Me aprovaram, fui e ganhei.” Quando tudo parecia que daria certo, ela teve sua maior perda. A mãe morreu.

“Era minha parceira de vida. Perdi meu chão. Tudo que já era difícil, por ser mulher, a rejeição, veio pesada. A depressão veio muito forte. Tive de ficar internada de tanta tristeza.” “Mas amigos me ajudaram. Voltei a trabalhar. Mas tudo era muito difícil. Teve dias que eu tive um ovo na geladeira para comer.”

O trabalho, esporádico. Narrou a Copa Libertadores Feminina para a Conmebol, em 2023. Narrou a primeira Copa São Paulo Feminina, a Brasil Ladies Cup Sub-20. Foi quando surgiu um concurso no Sportv, no ano passado, que buscava um novo narrador ou narradora. “

Fui muito bem. Acabei eliminada por esquecer de usar um bordão.”

Mas a eliminação veio com um enorme elogio do maior narrador de todos, o Galvão Bueno. Ele me falou para não desistir que eu ‘sou diferente, talentosa.’ E quando pudesse, ele a ajudaria." A voz de Vivi realmente é marcante. Sua narração, vibrante. “Uma coisa importante: sou contra cotas de mulheres. Para mim, trabalha quem tem talento, independente de sexo.”

Fez vários trabalhos para a Bandsports.

Atualmente ela trabalha como freelancer.

Vivi Falconi sabe que está pagando o preço por fazer parte de uma geração pioneira. “Ser narradora de futebol no Brasil é muito difícil. Profissão sofrida. Cercada de preconceito e rejeição. Mas ninguém vai dizer para uma mulher o que ela pode ou não fazer. Nasci para narrar. E é o que vou continuar fazendo.”

A entrevista completa de Vivi está no Canal Cosme Rímoli.

É uma parceria com o R7.

A cada semana exclusiva com um personagem do esporte.

Cleber Machado, Milton Neves, Paloma Tocci, Denilson, entre muitos outros já foram entrevistados.

O canal já passou de 8,5 milhões de acessos...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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