Dudu enfrenta empresário. Deixa dinheiro em segundo plano. Quer o Atlético, de Cuca. E mostrar, ao Cruzeiro, que, ainda, é um grande jogador

André Cury é um empresário que não esconde.

Não tem ligações emocionais com clubes.

Ele quer seus jogadores onde eles, e ele, ganhem mais dinheiro.

É assim com Yuri Alberto, Vitor Roque e tantos outros.

Com Dudu não é diferente.

O empresário foi o pivô do conflito, hoje judicial, entre Dudu e Leila Pereira.

Ele acertou com o executivo do Cruzeiro, Alexandre Mattos, a ida do jogador, no meio do ano passado, para Belo Horizonte.

Sem avisar a direção palmeirense que estava negociando.

Mesmo só com o acordo verbal, o Cruzeiro publicou nas suas redes sociais que a transação estava fechada.

Leila se sentiu traída, porque não foi consultada sobre a negociação, que acabou não acontecendo, pela pressão da cúpula da principal torcida organizada palmeirense.

Veio o rompimento de Leila com Dudu, o péssimo convívio no Palmeiras até a rescisão contratual, no final do ano.

A ida para o Cruzeiro, a reserva, a queixa por virar suplente, o enfrentamento com o técnico Leonardo Jardim.

E outra rescisão, em quatro meses.

Desde ontem, Dudu está livre, na prática.

Mas André Cury, que já negociava a saída da Toca da Raposa, ficou ‘aberto a contatos’.

E surgiram sondagens do Botafogo e Grêmio.

O que facilita qualquer transferência é que ele pode jogar pelo Brasileiro, porque não atuou sete vezes.

E na Copa do Brasil, já que não jogou pelo Cruzeiro.

Só que o atacante conversou com o técnico Cuca, com quem já atuou, e muito bem, no Palmeiras.

Ele soube que a direção do Atlético, muito pressionada pela torcida, contratará três ou quatro atletas no meio do ano.

E o treinador já adiantou que o indicou como prioridade.

Cury não quer que Dudu baixe o seu salário.

Ele ganhava R$ 1,7 milhão no Cruzeiro e mais bônus por conquistas de títulos.

E contrato até o final de 2027, o que é excelente para um atleta de 33 anos.

Mas o atacante já avisou ao seu agente: quer, sim, continuar a ganhar bem.

Só ele deseja atuar com a camisa do Atlético, o rival do Cruzeiro.

Se tiver de receber um pouco menos por isso, tudo bem.

Dudu quer mostrar em Minas Gerais que continua um grande jogador.

Quem conhece a personalidade do atacante sabe: ele rende muito mais com o apoio irrestrito do técnico.

O que não teve com Leonardo Jardim.

Ele ficou entre 2023 e 2024, 291 dias parado, por conta do rompimento dos ligamentos cruzados, no joelho direito.

Voltou no final de setembro de 2024.

E até hoje não teve uma longa sequência como titular.

É isso que Cuca oferece, apostando no seu talento.

Era o que o jogador queria ouvir.

Dudu chegou a ser capitão do Palmeiras, com Cuca como técnico.

O atacante faz contratos milionários desde 2017.

Conseguiu sua independência financeira, inclusive, com passagem de um ano no Catar.

Por isso pode se dar ao luxo de receber até um pouco menos para jogar no Atlético.

As direções de Grêmio e Botafogo já sabem que Dudu deseja ficar na Cidade do Galo.

E com uma desvantagem que pode virar vantagem.

Como ele só pode ser inscrito no dia 2 de junho, quando a janela reabrir, pode treinar com Cuca até lá.

Se enturmar com o novo grupo.

E vai contar com seis atletas que defenderam o Palmeiras.

Gabriel Menino, Gustavo Scarpa, Caio Paulista, Patrick Silva e Vitor Hugo.

A negociação caminha muito rápida.

E tem tudo para ser confirmada nos próximos dias, talvez até nas próximas horas.

Independente da vontade de André Cury.

O dinheiro, desta vez, ficará em segundo plano...