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Dorival implora para São Paulo não vender ninguém.Casares não garante. Clube atrasa direito de imagem e dívida chega a R$ 620 mi

Após a frustrante derrota do São Paulo diante do Cruzeiro, Dorival pediu publicamente ao São Paulo que não vendesse ninguém. Beraldo, Pablo Maia, Nestor, Arboleda e até Calleri são objeto de desejo de clubes do exterior

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Dorival Jr. implora à direção do clube para que não venda jogadores. Casares não garante
Dorival Jr. implora à direção do clube para que não venda jogadores. Casares não garante

São Paulo, Brasil

O São Paulo já foi exemplo para clubes da América do Sul.

Dirigentes, que se tratavam de "cardeais", diziam que o clube era um "pedaço do melhor do futebol europeu nos trópicos".

O tempo passou, o tricampeonato mundial ficou em 2005. 


Ainda conseguiu usar sua estrutura, sua administração diferenciada para vencer o tricampeonato nacional seguido, em 2006, 2007 e 2008. 

Nestes 15 anos, frustrações dentro de campo e fora. 


"Perder a abertura da Copa do Mundo para o Corinthians mudou a nossa vida", assume o ex-superintendente Marco Aurélio Cunha.

Além disso, veio a continuidade de Juvenal Juvêncio, com um terceiro mandato. A doença que o afastou do cargo. O vexame do retorno de Carlos Miguel Aidar, tendo de renunciar por denúncias na sua administração. 


Vieram os cinco anos de Leco, o pior presidente do São Paulo na história. Sem um título e acúmulo gigantesco nas dívidas do clube. 

Até que Julio Casares assumiu. Fez o clube tratar o Paulista como Copa do Mundo. A conquista de 2021 não trouxe a paz que esperava. 

O clube continua inviável administrativamente. São R$ 620 milhões de dívidas assumidas. Mas os juros garantem que elas baterão em mais de R$ 700 milhões.

Depois de duas tentativas, o conselho deliberativo aprovou a possibilidade de reeleição. Ele quer mais três anos, depois do término deste mandato, no fim do ano. 

O plano é tentar convencer os conselheiros a enfrentar a realidade e buscar um sócio para tornar o São Paulo uma SAF, Sociedade Anônima do Futebol. O que hoje é quase impossível. Os conselheiros não querem perder o controle do clube.

Andrés Sanchez conseguiu politicamente tirar a abertura da Copa de 2014 do Morumbi. E levou-a para Itaquera
Andrés Sanchez conseguiu politicamente tirar a abertura da Copa de 2014 do Morumbi. E levou-a para Itaquera

As dívidas impedem o São Paulo de contratar um elenco forte, digno, para brigar, de verdade, pelos grandes títulos, como os da Libertadores, do Brasileiro, da Copa do Brasil.

Até os departamentos médico e fisiológico e o método de captação de jogadores para o gigantesco centro de treinamento de Cotia ficaram obsoletos.

Para piorar tudo, Casares decidiu mexer em um vespeiro, que frustra demais os jogadores. 

Deixou de fazer todos os pagamentos dos atletas em dia.

"O contrato de jogador, em grande maioria, é 70% CLT e 30% direito de imagem. O direito de imagem, nós conversamos com atletas que podemos atrasar dois e, depois, paga um e fica um. É uma conta-corrente", revelou o presidente do São Paulo à CNN.

Casares disse que tudo foi "acordado" com os atletas.

Na verdade, o blog apurou que foi imposto. O presidente explanou os problemas financeiros do clube e disse que, para não atrasar os salários, atrasaria os direitos de imagem. Não houve como os atletas negarem o "acordo".

Não foi por acaso que Dorival Jr., ontem, após a injusta e frustrante derrota para o Cruzeiro, pediu publicamente ao São Paulo que não vendesse jogadores na janela deste meio de ano.

"Quero torcer para não perder nenhum jogador até o fim do ano; esse é o maior ponto. A minha responsabilidade tem que ser em treinar os que aqui estão."

Beraldo é o jogador mais cobiçado do São Paulo. Clubes europeus interessados no zagueiro, de 19 anos
Beraldo é o jogador mais cobiçado do São Paulo. Clubes europeus interessados no zagueiro, de 19 anos

Dorival teve uma conversa com Casares e fez o apelo ao São Paulo para que não abrisse mão de Beraldo, Pablo Maia, Rodrigo Nestor, Arboleda, Luciano e muito menos Calleri.

O técnico propôs seguir com o elenco sem nenhum reforço, para que o clube não tenha de gastar e vender atletas. Já basta Pato, com seu "contrato de risco". Jogador, aliás, que ele não pediu. Foi "contratação do presidente". 

Casares não prometeu segurar todos.

O clube precisa de dinheiro.

E não quer mais apelar para empréstimos bancários, com juros exorbitantes.

Dorival Jr. não fala publicamente, mas ele tem dois objetivos nesta temporada.

O primeiro, mais factível: classificar a equipe à Libertadores de 2024.

O segundo, surpreender e fazer o São Paulo brigar, de verdade, pela Copa do Brasil.

Mas, para isso, precisa, no mínimo, do elenco atual.

A situação do São Paulo é preocupante.

A torcida tem feito sua parte.

O clube tem a segunda maior média de público no Brasileiro, em casa.

Com mais de 26 mil torcedores por jogo, no Morumbi.

Só fica atrás do Flamengo.

A sede de títulos é impressionante.

Só que não corresponde ao poderio econômico tricolor.

Fruto de péssimas administrações.

Estagnação política.

E perda, sim, da abertura da Copa do Mundo de 2014.

Cruzeiro venceu o São Paulo, ontem, por 1 a 0. Dorival sabe que o elenco 'está no limite'. Ninguém pode sair
Cruzeiro venceu o São Paulo, ontem, por 1 a 0. Dorival sabe que o elenco 'está no limite'. Ninguém pode sair

Que a diretoria corintiana levou para Itaquera, fazendo nascer sua arena.

Enquanto o Morumbi se tornou o estádio mais antiquado diante das duas arenas modernas dos grandes rivais, Palmeiras e Corinthians.

O São Paulo deitou em berço esplêndido.

E sofre.

Por ter parado no tempo...

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