Diretoria do Flamengo vai cobrar. Acabou a tolerância com Ceni
Depois de dois vexames no Carioca, derrota para o Vasco e empate com a Portuguesa, pressionado, Ceni promete um 'grande jogo contra o Vélez'. Diretoria vai cobrar
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Gabigol, entre luvas salários e direito de imagem, ganha R$ 1,6 milhão por mês.
Todo o elenco da Portuguesa Carioca recebe R$ 250 mil.
A folha de pagamento do Flamengo é de R$ 23,5 milhões.
O empate sofrido de ontem em 2 a 2, na Ilha do Governador, mesmo com o atual bicampeão brasileiro atuando com reservas, foi desmoralizante para Rogério Ceni.
Outra vez seu time pessimamente distribuído taticamente. Espaçado, inseguro. Com a defesa falhando em bolas simples.
Não terminou o primeiro perdendo por 2 a 0 por acaso.

Só na segunda etapa, se aproveitando do recuo do time pequeno e da força física e maior técnica dos seus atletas, o Flamengo conseguiu empatar, com dois gols de Pedro.
Mas a frustração dominou os vestiários.
Atingiu a diretoria.
E, lógico, contaminou os torcedores, que descontaram sua raiva nas redes sociais.
Pedindo Renato Gaúcho no lugar de Ceni.
Pressionado, o treinador tomou atitude raríssima na sua carreira.
Prometeu que seu time fará um grande jogo em Buenos Aires, terça-feira, contra Vélez, na estreia pela Libertadores da América.
"Tenho certeza que vamos fazer um grande jogo, um jogo bem melhor do que foi feito contra o Vasco", disse, se referindo à patética partida de seus milionários titulares diante do grande rival.
Rogério Ceni está sentindo o peso das cobranças.
O vice Marcos Braz segue tentando amenizar as queixas.
Mas o clima tenso pelo fraco futebol do time já domina o clube.
A ponto de o treinador fazer o que nunca fez, prometer um 'grande jogo'.
Ele sabe muito bem da necessidade, da obrigação, da prioridade do Flamengo em 2021. Voltar a conquistar a Libertadores.
Esta competição servirá para avaliá-lo de vez na Gávea.
Por mais que tenha sido contratado em novembro e tenha conquistado o Brasileiro e a Supercopa do Brasil, seu trabalho segue sendo acompanhado de perte. Ele não conseguiu dar estabilidade ao time.
Já houve excelentes partidas como péssimas.
A insistência de Willian Arão improvisado como zagueiro, ao lado de Rodrigo Caio, provoca muitas queixas nos bastidores do clube.
O futebol de Isla também.
E a queda absurda de Gerson, mais adiantado, dividindo a responsabilidade da saída de bola com Diego.
Everton Ribeiro também não consegue recuperar seu bom futebol, fixo na direita.
Arrascaeta segue buscando a melhor movimentação.
Por vezes tirando o espaço de Bruno Henrique.
Filipe Luís é visto orientando a movimentação dos dois durante os jogos.
E Gabigol mais preso entre os zagueiros não tem o mesmo rendimento de 2019, por exemplo.
Além dos graves problemas na compactação do time, de recomposição lenta quando o Flamengo é atacado.
E nas bolas paradas.
Ou seja, Rogério Ceni tem muito trabalho até terça-feira.
E ele pode ter certeza que suas palavras serão cobradas.
Os dirigentes não aceitam menos do que um grande jogo contra o Velez.
A avaliação sobre seu trabalho será feito na Libertadores.
Esse é o torneio que Rodolfo Landim está contando.
Apesar dos aborrecimentos no Carioca.
Jogos contra o Vasco e Portuguesa o desgastaram.
Ceni sabe muito bem.
Acabou a tolerância.
A sombra de Renato Gaúcho deve ser levada a sério...