São Paulo, Brasil
O vexame do Corinthians foi tão grande no Itaquerão, com a derrota para o equatoriano Independiente del Valle, que o pressionado presidente Andrés Sanchez teve de garantir a permanência de Fábio Carille.
Tantas foram as vaias, os palavrões, a frustração da torcida que lotou o Itaquerão e viu a vitória fácil do Independiente por 2 a 0, no primeiro jogo da semifinal da Copa Sul-Americana, que as palavras de Andrés foram fundamentais.
As queixas do fraco futebol corintiano, depois da conquista do Campeonato Paulista, seguem cada vez mais forte.
A vergonha contra o Independiente do Equador teve um impacto enorme.
"Tem que ser franco. Não adianta dar desculpa. Eles deram um show de bola, nós jogamos mal e perdemos. Saiu barato o 2 a 0", disse o presidente.
Mas ele completou.
Não há chance de Carille ser demitido, caso a eliminação seja confirmada, na próxima quarta, em Quito, a 2.850 metros de altitude. O Corinthians precisa vencer por três gols de diferença para chegar à decisão.
Ou por 2 a 0 e vencer nos pênaltis.
"Esse é o grande problema da imprensa brasileira, do dirigente brasileiro, da torcida brasileira. Perde um ou dois jogos e tem que mandar o treinador embora, o presidente embora, o jogador embora. Não é assim que se faz futebol. Ninguém vai tirar o Carille, não", jurou.
O treinador corintiano, que sempre mostra empáfia nas coletivas, no começo desta madrugada estava abatido.
Percebeu a frustração que seu time provocou.
E repassou a culpa para a juventude da equipe.
"Contra Ceará alertei no intervalo para que a gente não caísse numa armadilha, mas levamos o empate (2 a 2). Fizemos 20 minutos maravilhosos contra Fluminense, depois a gente caiu (derrota por 1 a 0).
"Às vezes perde o interesse. Isso vem pela idade, de ter um pouco mais de responsabilidade.
"É um grupo novo, Libertadores só tinha nego malandro, jogador vivido. Foi um jogo de imposição física, de nego malandro, a gente com muito menino em campo, mas que tem que entrar em campo para aprender. Dificuldade do Pedrinho, Vital na marcação forte..."
O time equatoriano não teve dificuldade em neutralizar o Corinthians e, de posse de bola, atacava em bloco, sem medo.
Marcou 2 a 0, com dois gols de Gabriel Torres.
Poderia ter vencido por mais.
"A gente já tinha uma ideia, foi passado para nós o jeito de jogar ( dos equatorianos), (trocando passes) desde o tiro de meta, é difícil você marcar uma equipe que roda muito, infelizmente hoje não conseguimos neutralizar.
"Eles foram superiores.
"A gente tem que reconhecer", resumia Fagner.
O momento é péssimo no Corinthians.
O clube está atolado em dívidas.
E rachado politicamente.
O time está jogando muito mal.
Vem de empate com o Ceará, derrota para o Fluminense.
Está em quinto no Brasileiro.
O clube apostava todas as fichas na Copa Sul-Americana.
A derrota humilhante para os equatorianos foi pesada.
Perder a semifinal por 2 a 0, no Itaquerão, tornou tudo mais tenso.
Antes de garantir Carille, Andrés precisa se salvar.
Há um movimento defendendo o seu impeachment.
O resultado de ontem atingiu o dirigente em cheio.
Ele sonhava com a vitória para aliviar a pressão.
Mas ela só aumentou...