Depois de Neymar, Vini Junior ficará fora três meses do futebol. Teste para a convicção do tenso Diniz contra a Argentina, no Maracanã
Com o corte de Vinicius Junior e a confirmação de que ficará três meses fora do futebol, Diniz terá de provar, contra o time de Messi, se acredita na sua convicção. E manterá o esquema com só dois marcadores no meio-campo
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
A pior notícia para o Real Madrid.
Vinicius Junior, seu melhor atacante, sofreu rompimento do músculo femural da coxa esquerda, na partida entre Colômbia e Brasil. Ficará sem entrar em campo até fevereiro de 2024.
Serão, no mínimo, três meses sem jogar.
A previsão dos veículos de comunicação espanhóis é que ele ficará de fora por nove jogos do Campeonato Espanhol, dois pela Champions League.
Não atuará na disputa da Supercopa da Espanha, na Arábia Saudita.
E de duas partidas da Copa do Rei.
O técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, está desgostoso com a gravidade da contusão.
Mas existe uma pessoa, do outro lado do oceano Atlântico, que está muito mais tensa do que o italiano.
Fernando Diniz contava com o hábil driblador e veloz atacante para ser o jogador principal da seleção, após a cirurgia de Neymar.
Principalmente no seu mais simbólico jogo, como treinador interino, diante da Argentina, no Maracanã, na terça-feira.
O treinador ficou preocupado imediatamente após a necessidade de tirar Vinicius Junior no primeiro tempo contra a Colômbia. Ainda no intervalo, ele quis saber da gravidade da contusão do atacante. Queria saber se poderia estar em campo no Maracanã. Mesmo sem exames de imagens, havia a certeza de que não atuaria. Seria cortado. O que acabou acontecendo.
Diniz sabe que precisa vencer o time de Messi para aliviar a decepção da Seleção sob seu comando. Os fracassos, empate contra a Venezuela e derrotas diante do Uruguai e Colômbia, com o Brasil jogando cada vez pior, o obrigam a que o time tenha uma reação importante no Maracanã, que estará lotado.
Sessenta e nove mil ingressos foram vendidos.
O treinador tem como opções Endrick, Martinelli, João Pedro, Paulinho, Pepê, Raphinha e Rodrygo. Além de Gabriel Jesus, que tenta se recuperar de estiramento na coxa direita.
Será o grande teste do "dinizismo".
Se o treinador terá coragem de manter o esquema tático com apenas dois jogadores de marcação e quatro atacantes, diante dos atuais campeões mundiais.
Diante dos colombianos, esse foi o time. Alisson, Emerson Royal, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Renan Lodi; André e Bruno Guimarães; Raphinha, Rodrygo, Vinícius Júnior e Gabriel Martinelli.
Se ele tiver convicção e mantiver sua palavra de que "resultados são secundários", bastaria colocar João Pedro, atacante do Brighton de Vinicius Junior. Ou Endrick. Ou ainda Gabriel Jesus, se ele conseguiu se recuperar de contusão na coxa direita. Ele não entra em campo desde o dia 24 de outubro.
Mas se a lição contra os colombianos foi aprendida, com 23 chutes ao gol brasileiro, a tendência é que coloque um volante a mais, Douglas Luiz, e deixe o time mais equilibrado, racional.
A cúpula da CBF sente o descrédito da imprensa nacional com a seleção, contrastando com a procura intensa do público para o jogo do Maracanã.
O presidente Ednaldo Rodrigues não esperava que o Brasil tivesse uma sequência tão ruim nas fracas Eliminatórias Sul-Americanas.
Ele cedeu à pressão da mídia do Rio de Janeiro, que clamava por Fernando Diniz. O dirigente não levou em consideração o tempo que o técnico levou para implementar seu sistema de jogo preferido no Fluminense.
Quase dois anos.
Para, com saída de bola da defesa para o ataque, atrair o time adversário e abrir espaço na sua defesa adiantada, congestionamento de atletas em um lado do campo.
Diniz não tem tempo para treinar com a seleção. Jogadores que nunca atuaram no seu sistema e que não se conhecem têm de render, afinal estão vestindo a camisa do Brasil.
Já foi um golpe imenso o treinador não ter Neymar.
Agora, Vinicius Junior.
E toda a pressão para vencer os campeões mundiais no Maracanã.
Será um grande teste para Diniz.
A questão é direta.
Se terá coragem de manter as suas convicções.
Ou se submeterá ao "normal" para não correr riscos.
E lutar pelo que diz não valorizar: os resultados.
O time de Lionel Messi está à espera da definição.
Na última vez que esteve no Maracanã, os argentinos se divertiram.
E venceram a Copa América, do frágil time de Tite...
Situação que já era ruim fica ainda pior para Daniel Alves nas últimas semanas
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