Daniel Alves foi o pior negócio do São Paulo. O São Paulo foi o pior clube para Daniel Alves
Chegou ao fim o relacionamento entre o jogador de 38 anos e seu 'clube do coração'. Por causa de uma dívida de R$ 11 milhões. Jogador decidiu não aparecer enquanto não recebesse. O clube resolveu romper com o lateral
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Foi a crônica da vergonha anunciada.
Daniel Alves se cansou. Foram sete meses esperando o São Paulo pagar R$ 11 milhões de dívidas com o lateral. Houve várias reuniões e promessas. Mas nenhuma solução prática.
O jogador de 38 anos mandou avisar hoje, ao clube do seu coração, que não iria aparecer para treinar ou jogar enquanto não recebesse o dinheiro que o clube lhe deve.
Ele afrontou a diretoria, não quis mais tentar uma solução pacífica.
O presidente Julio Casares tomou a decisão.
O jogador não atuará mais com a camisa do São Paulo.
Esse foi o constrangedor depoimento do diretor de futebol, Carlos Belmonte.
"Daniel Alves e Miranda estavam servindo a Seleção Brasileira e deveriam se apresentar hoje para começarem os treinamentos normais visando os próximos jogos. Miranda compareceu, treinou normalmente. Daniel Alves não compareceu. Fomos comunicados pelos representares que o Daniel Alves não retornará ao São Paulo até o ajuste da dívida financeira que o São Paulo tem com o atleta.
Dívida essa que o São Paulo reconhece e na última semana fez uma proposta buscando o acerto, que não foi aceita pelos representantes. A negociação seguirá com o departamento jurídico e financeiro.
"Do ponto de vista do departamento de futebol, nós comunicamos, tomamos a decisão e comunicamos ao Hernán Crespo que Daniel Alves não estará mais a disposição para atuar no time do São Paulo. O São Paulo é mais importante do que todos nós", disse, Belmonte.
Daniel Alves foi a pior, a mais decepcionante contratação da história do São Paulo.
O inseguro ex-presidente Leco e o seu executivo Raí, acreditaram que contratando o jogador, os problemas do time estariam resolvidos. Ele seria o grande líder que levaria o São Paulo à reconquista dos grandes títulos: Libertadores, Mundial
E no dia primeiro de agosto de 2019, anunciaram a contratação de Daniel Alves. Fecharam contrato até dezembro de 2022, mesmo sabendo que iriam deixar o clube em dezembro de 2020.
Amarraram o São Paulo, clube que já devia R$ 600 milhões, ao seu maior contrato da história: R$ 1,5 milhão por mês.
Eles apostaram que haveria uma fila de empresas querendo amarrar contratos de publicidade com o jogador. E o clube até lucraria com ele. O departamento de marketing saiu oferecendo a imagem do atleta. Só que ninguém se interessou.
Raí e o inseguro Leco passaram a dever salário ao jogador. Daniel Alves aceitava, acreditando que seria pago 'no futuro'. O problema chegou até a administração de Julio Casares.
O atual presidente garantiu que ele iria pagar o atleta em dia. O problema estava nos R$ 11 milhões em dívidas, herança 'maldita' da administração passada.
O São Paulo segue com sua dívida crescendo.
Só que Daniel Alves viu que o clube tem feito contratações. E caras como a de Calleri.
Daí a revolta do jogador, que se cansou de esperar.
Do outro lado, o atleta não foi nada do que prometia ser. Sendo coadjuvante por onde passou, não foi o líder que o São Paulo precisava. Foi o responsável direto pela demissão de Cuca, treinador que o queria na lateral. Mas ele havia combinado com Leco e com Raí que atuaria como meio-campista.
Lateral só na Seleção Brasileira. Cuca não aceitou a situação e saiu. Fernando Diniz cedeu e foi pior para o time, porque no meio-campo, Daniel Alves é mediano.
E o jogador mais 'vencedor' do futebol mundial foi acumulando fracassos. Brasileiro, Libertadores, Sul-Americana, Copa do Brasil.
Foi necessária a chegada de Hernán Crespo para que ele aceitasse jogar onde sabe.
E na lateral foi campeão paulista de 2021.
Como o São Paulo devia dinheiro ao jogador, Julio Casares se viu sem saída, ao ouvir dele que desejava disputar a Olimpíada. Como não havia condições de pagar seus salários atrasados, foi dispensado para ir a Tóquio, desfalcando o time em nove partidas.
Mesmo satisfeito na Olimpíada, veio a dura cobrança ao clube pela falta de pagamento.
Na volta, o desgaste era evidente. Tanto que o lateral nem se deu ao trabalho de desmetir que fosse ele ou dar qualquer explicação para o flagrante que a Torcida Independente, a principal do São Paulo, avisou ter dado, o encontrando na balada, no último dia do mês passado.
O jogador enquanto estava com a Seleção para os jogos com Chile, Argentina e Peru, mandou seu estafe cobrar a diretoria. O resultado foi negativo.
Daí a decisão de não voltar enquanto não fosse pago.
Casares se sentiu humilhado e decretou o fim da passagem de Daniel Alves no Morumbi.
O São Paulo já fez uma proposta de rescisão amistosa de contrato ao jogador. Porque, vale lembrar, ele tem contrato até dezembro de 2022.
O clube não quer pagar o valor 'cheio' que ele tem direito.
O impasse pode chegar na justiça.
A certeza é uma só.
A decisão é irreversível por parte do São Paulo.
Daniel Alves também não quer mais seu clube de infância.
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