Crueldade da CBF. Massacrado pela covid, Brasil sediará a Copa América
Depois que a Colômbia e a Argentina se recusaram a organizar a Copa América, por conta da covid, o presidente da CBF ofereceu o Brasil, com seus 465 mil mortos, pela doença. E a Conmebol aceitou
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
A Conmebol conseguiu um país que se submetesse a sediar a Copa América. Mesmo mergulhado no auge da pandemia. Com os infectologistas avisando que deverá chegar uma quarta onda, ainda pior.
As três primeiras já levaram as vidas de 462 mil pessoas.
Sim, depois de a Colômbia e a Argentina decidirem não sediar o torneio sul-americano de futebol, o Brasil se ofereceu. E vai promover o torneio que reúne 10 seleções, entre o dia 11 de junho até 10 de julho.
Há uma figura responsável para o país promover um campeonato internacional de grande importância, enquanto apenas 21% da população foi vacinada. E menos de 11% tomou a segunda dose. E há cerca de 43.500 novos casos por dia.
Ela se chama Rogério Caboclo.
O presidente da CBF, que vive uma grave crise interna, por seu comportamento na entidade, aceitou de pronto a oferta do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, desesperado para confirmar o torneio.
É a oportunidade de desviar o foco sobre o que acontece na CBF. E mostrar a força de Caboclo para os que querem derrubá-lo, tirá-lo do cargo.
E ainda fazer que a entidade ganhe parte do dinheiro da organização e da transmissão dos jogos, principal motivo para a Conmebol exigir a competição.
Domínguez pensou no Chile, mas os índices seguem altíssimos de contaminação. E também nos Estados Unidos, mas não haveria tempo por conta da quarentena imposta pelas autoridades.
Ou seja, o Brasil aceitará as dez delegações, sem quarentena. Só exigirá que atletas, dirigentes, árbitros, treinadores e funcionários da Conmebol estejam vacinados.
A desculpa perfeita para Caboclo é que o time de Tite precisa jogar. A seleção não atua desde novembro. E ficaria sem aproveitar o período de férias dos atletas que atuam na Europa. Enquanto isso, no Velho Continente, a Eurocopa aconteceria. Com os grandes rivais mantendo o ritmo de jogo, se entrosando.
Para acontecer a competição no Brasil, a CBF teve de pedir permissão para o governo federal. E a obteve. O Ministério da Saúde só exigirá a vacinação dos envolvidos no torneio.
A Conmebol vai usar a infraestrutura brasileira, ainda da Copa do Mundo de 2014, da Olimpíada de 2016 e da Copa América, de 2019.
E deve usar várias sedes onde os índices de internação nas UTIs dos hospitais estão mais do que preocupantes. Como Manaus, Brasília, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo.
A final deve acontecer no Maracanã.
Como tentou na decisão da Libertadores de 2020, e não conseguiu, a Conmebol tentará até que tenha público pagante.
No jogo entre Palmeiras e Santos houve cerca de 300 convidados. Eles deveriam ter mantido o afastamento de dois metros entre eles. Mas se agruparam. Ninguém tomou providência.
A decisão está tomada.
O Brasil sediará a Copa América de 2021.
Mesmo no auge da pandemia.
Com mais de 462 mil mortos.
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