Corinthians vibra.Vitória na Argentina.E renovação de Balbuena
Cosme Rímoli|Do R7

Nem parecia que o Corinthians estava na Argentina, em Avellaneda, enfrentando o Independiente e sua fanática torcida. A competitividade e a frieza da equipe muito bem postada em campo não permitiram sequer aos argentinos criar um clima de hostilidade, catimba, discussões. Nada disso.
Estava tatuado na testa dos jogadores e de Fábio Carille o erro que custou a eliminação do Corinthians na Copa Sul-Americana de 2017. Em Avellaneda também, só que contra o Racing. Quando o time teve Jô e Rodriguinho expulsos e acabou fora da competição, quando quis mais guerrear do que jogar. O time acabou eliminado depois do 0 a 0.
Tudo foi diferente, ontem.
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Carille aprimorou sua equipe pragmática. Ralf e Maycon, juntos, deram a consistência que a intermediária precisava. Mais o espírito de sacrifício onipresente de Romero e Rodriguinho. Combinado com a visão de jogo de Jadson.
Com a irritante velocidade e os dribles curto de Clayson. Mais Fagner e Sidcley fechando os lados do campo. Cássio, corajoso, com grande reflexo e colocação. E mais uma atuação de gala de Balbuena.
O Corinthians mostrou que aprendeu a lição e calou os argentinos. Venceu com autoridade o Independiente por 1 a 0. Gol de cabeça de Jadson, que usou mais o fator surpresa do que sua baixa estatura, 1m68. Caía derrotado justo o campeão da Sul-Americana, competição que o time não soube jogar no ano passado.
O clube completou a primeira fase do grupo 7 como líder, com sete pontos. Com um empate e uma vitória fora de casa. E outro triunfo dentro do Itaquerão. Sua classificação para as oitavas da Libertadores da América está mais do que encaminhada. E está confirmada a chegada de Roger, como havia antecipado o blog.
Carille elogia: "Brincadeira o que eles se doaram em campo"
E volta da Argentina com outra excelente notícia, a renovação de contrato de Balbuena está praticamente concluída. Nas palavras do ótimo zagueiro paraguaio.
"Foi dentro do que eu esperava. Com muita tranquilidade. Hoje tivemos muita concentração, foi brincadeira o que os jogadores se dedicaram, colocaram a bola no chão. Tenho que falar do sistema todo, o que Rodriguinho e Jadson marcam, Clayson, a marcação lá na frente ajuda muito o sistema defensivo. E o Cássio segue em grande fase.
"O que me chamou a atenção é que o Independiente gosta de rodar a bola e procurar o centro do campo. A gente tentou tirar a bola do corredor, começar de um lado e terminar do outro, de pé em pé, conseguimos criar várias oportunidades", resumia, Carille, orgulhoso do desempenho do time.
Mas Carille deveria estar orgulhoso do seu trabalho.
O Independiente, do competente treinador Ariel Holan, é uma equipe de ótimo toque de bola. Que joga de forma compacta e sua muito a velocidade, com seus atacantes e meias tendo liberdade para trocar de posição da intermediária para frente. As triangulações pelas laterais também funcionam.
E o time sabe usar muito bem o fator casa. Em Avellajeda, com a vibração da torcida, a pressão na saída de bola do adversário é algo comum. Os rivais costumam ficar sem espaço e oxigênio e apelam para chutões, devolvendo o domínio constatemente ao Independiente. Até que a derrota se consolida.

Só que o Corinthians soube conter os nervos. O time não só marcava. Mas tocava com tranquilidade e habilidade a bola. Diminuía os espaços e o ritmo da partida. Correria desenfreada só interessava ao Independiente. O time precisava e tinha consciência do que fazia. Atraia os argentinos e começava a explorar os espaços deixados pela ansiedade de agradar a torcida.
Afinal, o Independiente precisava vencer. Porque havia tido um inesperado e angustiante tropeção diante do Deportivo Lara. Perder para a equipe venezuela foi quase um suicídio no grupo competitivo com o Millonários e o Corinthians.
Foi uma batalha dura e limpa nas intermediárias. Os dois times deram o máximo que poderiam fisicamente. Os argentinos tentando de todas as maneiras concluir a gol. E os brasileiros travando, buscando os contragolpes. Taticamente foi um duelo impressionante para duas equipe sul-americanas, que costumam desprezar a estratégia.
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A emoção ficou reservada para os minutos finais. Carille acertou em cheio ao colocar a vitalidade Matheus Vital no lugar do esgotado Clayson, aos 26 minutos do segundo tempo. Ele havia cumprido seu papel, cansado a marcação. Nove minutos depois de troca, gol do Corinthians.
Vital tabelou com Romero na esquerda e cruzou com qualidade. A bola caiu na cabeça do baixinho Jadson, que foi mais ágil que a zaga argentina. 1 a 0, Corinthians.
O gol desesperou o Independiente. Ariel Holan soltou de vez seus jogadores, não poderia perder a partida. E até conseguiu marcar. Em uma cobrança de falta, Cássio espalmou, Meza bateu para a área, onde havia dois jogadores impedidos. Não, Silvio Romero que tocou para as redes. Erro gravíssimo da arbitragem, que anulou o que seria o empate.
Mas foi feita justiça.
O Corinthians mereceu os suados três pontos.
E mostrou para si mesmo e para Avellaneda.
O quanto o time de Carille amadureceu...

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