Corinthians foi castigado por sua covardia tática. Atlético empatou aos 43 do segundo tempo
O time de Sylvinho jogava mal, lento, sem vibração. Mas conseguiu marcar, aos 14 do minutos do segundo tempo. Recuou, em seguida, muito cedo. Atraiu o Atlético à sua área. Até sofrer o empate
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
O Corinthians foi castigado pela covardia tática.
O time, mesmo jogando mal, morosamente, lento, sem vibração, vencia o Atlético Goianiense, em Goiás, por 1 a 0, resultado muito importante no Brasileiro. Lindo gol de Gabriel Pereira, que driblou dois zagueiros, antes de fuzilar Fernando Miguel.
O lance aconteceu aos 14 minutos do segundo tempo.
Mesmo enfrentando um adversário limitado, Sylvinho recuou sem time, ainda faltando meia hora para a partida acabar. O resultado foi o time goiano de Eduardo Barroca levantando dezenas de bolas para a área corintiana.
Até que, aos 43 minutos, a jogada deu certo. Zé Roberto completou de cabeça, falta levantada para a área. Montenegro, impedido, não participou do lance, apesar da grande reclamação corintiana.
O Corinthians perdeu dois pontos importantíssimos.
Sylvinho perdeu uma peça fundamental na partida de hoje. E onde mais precisava: Willian. O jogador foi avisado por agentes da Anvisa, em Goiânia, ontem, que não poderia atuar. Por não ter cumprido a quarentena de 14 dias, por ter vindo da Inglaterra.
A direção corintiana ficou revoltadíssima. Porque o aviso chegou 11 dias depois da apresentação do jogador. E porque o Flamengo não só apresentou, como colocou para jogar, Andreas Pereira, meio-campista que também veio do futebol inglês. E não fez quarentena. E a Anvisa só se lembrou dele, 23 dias depois. Ele seguiu jogando, como fez hoje, contra o Palmeiras.
Sylvinho tinha desfalques importantes: Renato Augusto, Jô, Luan, Adson e Gil. O que já deixava o potencial corintiano muito mais fraco. A sorte é que o Atlético Goianiense não pôde escalar Janderson e André Luis, que pertencem ao próprio Corinthians. E são importantes à equipe de Eduardo Barroca.
Os dois treinadores decidiram apostar no 4-5-1. Com superpopulação nas intermediárias. Muita briga pela posse de bola. E com raríssimas chances de gol. A partida era absolutamente sonolenta.
Até Roger Guedes e Giuliano se perderam nesta disputa insana e sem objetividade.
O forte calor em Goiás também era cúmplice da partida sem emoção.
O segundo tempo seguia na mesma monotonia, quando, aos 14 minutos, o atacante Gabriel Pereira, de 20 anos, disparou em raro contragolpe que pegou a defesa goiana desorganizada.
O jogador corintiano foi contra a lógica. Tratou de dar dois cortes inesperados, driblou dois zagueiros, e bateu muito forte, sem chance para Fernando Miguel.
1 a 0, Corinthians.

Imediatamente, Sylvinho mandou sua equipe recuar.
Sem jogadores talentosos na organização dos ataques, Barroca apelou e o Atlético cansou de mandar a bola para a área, em insistentes cruzamentos.
O Corinthians nem tentava tocar a bola. Tratava de despachá-la em chutões que iam para os jogadores atleticanos. E mais cruzamentos para a área.
Até que em um deles, no mais evitável, em uma falta na intermediária, a marcação de Roger Guedes foi falha, e Zé Roberto empatou. Montenegro, impedido, não participou da jogada, apesar dos protestos do Corinthians.
O empate foi justo.
Mas o time de Sylvinho teve a vitória nas mãos.
Só que sua estratégia foi a covardia.
E pagou caro.
Com o empate...