Corinthians e São Paulo. Parceiros nas dívidas milionárias
Andrés e o inseguro Leco seguem suas administrações amadoras. Corintianos chegam a R$ 700 milhões em dívidas. E o São Paulo bate nos R$ 450 milhões
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Andrés Sanchez fez promessas ao voltar à presidência do Corinthians.
Garantiu que o clube teria ainda mais transparência em relação à sua vida econômica.
E começou de maneira questionável em 2018.
Se as contas do Itaquerão permaneciam em segredo, pelo menos os balancetes parciais foram divulgados no ano passado.
Só que o dirigente percebeu que, cada vez que os números se tornavam públicos, mais questionamento dentro do clube.
Ele decidiu parar em 2019.
Só que os conselheiros exigiram saber o quanto o Corinthians devia, já que as notícias divulgadas pela imprensa são incompletas, porque geralmente são vazadas de um lado só.
Em setembro, ele foi convocado pelo Conselho Deliberativo. E nesta semana, também teve de dar satisfação.
E a preocupação está no ar.
Numeros muito otimistas garantem que são R$ 700 milhões a dívida do clube. E que ela cresceu R$ 170 milhões este ano.
Há dificuldade para manter os pagamentos em dia.
E, apesar do péssimo futebol do time atual, os poucos jogadores de destaque não terão suas vendas travadas no final da temporada.
Se houver interessados, Fagner, Pedrinho, Matheus Vital, Gustagol e Cássio podem sair. A multa pode segurar Fábio Carille.
A prioridade é buscar atletas como Marcelo Cirino, que terminará seu contrato com o Athletico Paranaense em dezembro. E só pagar salários.
O clube ainda busca acordo para o pagamento Itaquerão.
O governo federal está pressionando, não há mais a facilidade nos tempos de Lula, com a Caixa Econômica.
O momento é delicado no Corintians.
Assim como no São Paulo.
O inseguro Leco quer, desesperadamente, a conquista de ao menos um título. Ele comanda o clube desde 2015 e foi em 2012 a última conquista, a Copa Sul-Americana.
Como a aposição no clube é fraquíssima, o presidente fez o que quis nestes quatro anos.
Vendeu, desmanchou times fortes, não cumpriu promessas com treinadores, contratou sem consultar técnicos.
Abandonou completamente a promessa de modernização do Morumbi, de transformá-lo em uma arena multiuso, como a do Palmeiras.
O dirigente agiu como diretor de futebol.
E trouxe atletas de renome, porém veteranos, e caríssimos.
Como Daniel Alves, Hernanes, Juanfran e Pato.
Foram 15 trocas de treinadores, de filosofias.
E fracassos atrás de fracassos.
O São Paulo já caminha para R$ 450 milhões em dívidas.
Só em 2019, o prejuízo bate nos R$ 80 milhões.
Perdeu muito dinheiro com a eliminação na pré-Libertadores.
Deixou de ganhar com transmissão e arrecadação cerca de R$ 120 milhões, se chegasse pelo menos à semifinal.
Caiu antes da fase de grupos.
Ficou em pouco mais de R$ 58 milhões.
E o inseguro Leco, desta vez, foi convencido a não vender tantos jogadores como estava acostumado.
O clube conseguiu pouco mais de R$ 70 milhões, pouco para quem esperava R$ 120 milhões.
Também há o fracasso na busca de patrocinadores para pagar o salário de R$ 1,5 milhão mensais de Daniel Alves.
Ele caminha para os 37 anos.
E a empolgação passou, com sua imposição em atuar como um meia medíocre, deixando de ser um dos melhores laterais do mundo.
O clube não tem chance alguma de ser campeão do Brasil.
Luta para terminar entre os quatro primeiros, para entrar na fase de grupos da Libertadores. E não correr o risco de repetir o vexame da pré-Libertadores deste ano.
O fracasso na Florida Cup fez com que não houvesse convite para atuar nos Estados Unidos em 2020.
Ao contrário de Andrés, pelo menos, o inseguro Leco não sente a pressão dos conselheiros.
Segue fazendo o que quer no São Paulo.
Ninguém o perturba pelo aumento da dívida.
E o Morumbi estagnado, ultrapassado.
Mas a situação financeira tende a piorar no próximo ano.
Por isso, atletas como Antony, Liziero e Igor Gomes, podem ser vendidos, para decepção dos torcedores, ao final do Brasileiro.
Corinthians e São Paulo já se preparam.
2019 já foi ruim financeiramente.
E 2020 tem tudo para ser ainda pior...
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.