Corajoso, o Corinthians renasceu. Vitória fundamental contra o Boca Juniors. 2 a 0. Gols do vibrante Maycon
Depois da frustrante derrota para o Palmeiras, o time de Vítor Pereira tinha de reagir. E com mudanças corajosas do português, o Corinthians venceu o Boca por 2 a 0. E lidera seu grupo na Libertadores
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
A derrota para o Palmeiras, por 3 a 0, foi o doping pscológico ideal para o Corinthians.
Ao perceber o clima tenso, pesado, no Parque São Jorge com o fracasso diante do maior rival, o treinador Vítor Pereira tratou de montar uma equipe vibrante, corajosa e guerreira contra o Boca Juniors, em Itaquera.
A vitória era fundamental na luta pela classificação para as oitavas da Libertadores da América.
E na escolha da estratégia e, principalmente dos jogadores, o técnico português ousou.
Deixou de fora Paulinho e Roger Guedes.
Montou o time para pressionar a saída de bola do cambaleante Boca Juniors, que vive crise fortíssima. Não só financeira como técnica, que pode resultar na demissão do treinador Sebástian Battaglia.
Com muita intensidade, o Corinthians impôs um ritmo vibrante, que marca a história do clube. O time conseguiu contagiar a torcida que transformou a arena em um caldeirão.
Dentro deste cenário, Maycon roubou a cena.
O volante ocupou com força, velocidade, talento e oportunismo o lugar de Paulinho.
E foi decisivo na partida.
Marcou os dois gols contra os argentinos, na vitória necessária do Corinthians.
O resultado coloca o clube na liderança do grupo E, com seis pontos em três partidas.
E traz tranquilidade para Vítor Pereira trabalhar.
O resultado foi justo.
Além de resgatar o 'espírito corintiano', de muita combatividade, luta, dedicação em campo.
Com Covid, o treinador português não pôde ir para a arena corintiana.
Mas ele fez suas escolhas importantes para resgatar o time, após a fraquíssima partida diante do Palmeiras. Sabendo que o Boca Juniors tem hoje uma equipe fraca tecnicamente, lenta, pesada, Vítor apostou em rejuvenescer o meio-campo.
Não teve receio de deixar Paulinho na reserva. Nem pensar em Giuliano. Escalou Maycon para atuar com segundo volante com presença na área. Deixando Du Queiroz protegendo a zaga, com Renato Augusto também colaborando, preenchendo a intermediária. Mas quem tinha uma funça tática discreta, mas importante, era Adson. O meio-campista cobria o lado direito, para que Fagner tivesse liberdade e fizesse o que sabe muito bem: atacar.
Não é por acaso que Sebástian Battaglia corre imenso risco de demissão. Não é pelo Boca Juniors estar com grande dificuldade financeira e o elenco ser limitado, que o time tem o direito de não ter um esquema tático definido. Com a equipe espaçada, vulnerável, desatenta.
Battaglia é muito criticado pela imprensa argentina por mudar constantemente a equipe. Ele testa jogadores e formações seguidamente. Hoje a dupla de zaga, Zambrano e Aranda, jamais atuou junta.
E logo aos cinco minutos, o Boca Juniors já estava atrás no placar.
Sofrendo o gol de maneira muito previsível na origem. Renato Augusto serviu Fagner, livre na direita. O cruzamento do lateral que tem 451 partidas pelo Corinthians foi perfeito. Maycon surgiu livre, na velocidade, testando para as redes de Javier Garcia. 1 a 0.
O gol precoce teve dois efeitos colaterais imediatos.
O Corinthians ficou mais confiante e ainda mais vibrante, ganhando as divididas com garra, imprensando a equipe argentina. Óscar Romero, irmão de Ángel Romero que tanta saudade deixou no Parque São Jorge, foi decepcionante. O articulador do Boca Juniors atuou muito longe dos atacantes. Tratava de buscar fechar a intermediária, exercendo a função de quase um volante.
Cássio teve toda a tranquilidade no primeiro tempo.
A única arma dos argentinos era a provocação, que chegou a tirar a concentração de alguns jogadores corintianos, que tomaram cartão amarelo de forma infantil, por discussões e trocas de empurrões.
No segundo tempo, o Battaglia adiantou seu time e incomodou o Corinthians. O time já tinha Roger Guedes e Mantuan nos lugares de Jô, bem substituído, e de Adson, um dos melhores em campo. Com as entradas de Benedetto e Zeballos, o Boca tinha mais presença no ataque.
A partida ficou equilibrada.
Mas o Corinthians não caía na apatia que teve contra o Palmeiras.
Pelo contrário, lutava muito.
E quando a partida estava imprevisível, Willian serviu Roger Guedes que chutou no alto cruzado. O goleiro Javier Garcia espalmou. E a bola encontrou Maycon livre dento da área. O arremate foi fortíssimo, para o fundo do gol argentino.
2 a 0, Corinthians, aos 32 minutos.
A partir daí, o ritmo caiu.
O Boca Juniors já aceitava a derrota.
E o Corinthians comemorava, e muito, os três pontos.
Foi a vitória de uma equipe superior.
Corajosa, vibrante.
Como o torcedor corintiano cobra.
Mas que teve grande dose de ousadia, coragem de Vítor Pereira..
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