Com treinador rebaixado, no seu pior momento, o São Paulo afunda
O inseguro Leco e o incoerente Raí querem que Cuca assuma o mais rápido possível. Com Mancini, o time pode até ficar fora das quartas do fraco Paulista
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Vagner Mancini vivia o pior momento na sua carreira como treinador.
Depois do auge, em 2005, com o título da Copa do Brasil, com o minúsculo Paulista, a sua caminhada como técnico sofreu forte decadência.
Passou por 17 trocas de clubes nestes 14 anos.
Acumulou dispensas, não renovações de contrato, demissões.
Foi rebaixado com o Botafogo em 2016.
Encaminhou o Vitória para a Segunda Divisão em 2018.
Demitido em julho do ano passado do time baiano, não conseguiu recolocação.
Decidiu fazer reciclar su carreira.
Tanto que aceitou trabalhar como coordenador no São Paulo, substituindo Ricardo Rocha.
Deveria ser apenas o elo entre jogadores e diretoria.
No dia 5 de janeiro fez a seguinte afirmação diante de dezenas de jornalistas.
"A partir do momento em que sentamos para acertar o contrato, a primeira coisa que eu deixei muito claro é que não há a menor possibilidade de o Vagner Mancini assumir em qualquer hipótese.
Porque a minha vinda para cá é exatamente para exercer uma função diferente, função de coordenação, para dar respaldo, para ajudar, dar respaldo, levar informação também a outros lados, ao lado da diretoria, ao lado de todos os setores que formam a estrutura do departamento de futebol.
Então, não há a menor possibilidade."
Lógico que, com o inseguro Leco e com o incoerente Raí, Mancini foi obrigado a se desmentir.
E no dia 14 de fevereiro, assumiu o cargo que era de André Jardine.
Até que Cuca, que se restabelece de uma cirurgia cardíaca, possa assumir o time.
Pode ser em abril, maio ou até junho, como desejava o médico Constantino Constantini, que o operou em Curitiba.
O combinado era que Mancini trabalharia e Cuca daria as determinações que considerasse convinientes.
Como determinar as saídas de Diego Souza, Nenê, Jucilei e Bruno Peres, atletas que não encaixam na nova filosofia que o técnico operado deseja impor.
Diego Souza já foi despachado para o Botafogo.
E logo após sua apoteótica apresentação no Rio de Janeiro, no sábado, o São Paulo entrou em campo.
Jogo pela interminável, insuportável primeira fase do fraquíssimo Campeonato Paulista.
Foi novamente constrangedor o futebol que mostrou.
Em pleno Pacaembu, só o empate com a fraquíssima Ferroviária.
O time acabou, de novo, vaiado e xingado pela própria torcida que foi ao Pacaembu.
A equipe entrou com três zagueiros e se mostrou perdida, tensa, insegura.
Na prática, não há diferença entre o fraco trabalho do inexperiente Jardini com o vivido Mancini.
Com a grande diferença que o coordenador não será tirado do cargo.
Irritadíssimo, Hernanes mandou um recado aos companheiros após o jogo de sábado.
"É preciso se acostumar com o peso da camisa do São Paulo", criticou o capitão, se referindo à renovação da equipe, que está sendo feita de forma precipitada, sem critério.
A ordem do inseguro Leco e do incoerente Raí é o aproveitamento dos meninos da base.
E, inteligente, Mancini cumpre as ordens de quem tem o poder de mandá-lo embora.
O trabalho no São Paulo neste início de ano é constrangedor.
Justifica o jejum de sete anos sem conquistas.
O time é comandado por um treinador na pior fase de sua vida, que estava sem emprego há oito meses, acumulando nos últimos anos um rebaixamento e outro 'encaminhamento'.
Os já tensos jogadores viram a maneira com que Diego Souza foi despachado para o Botafogo. E a pressão que Nenê, Jucilei e Bruno Peres sofrem para também sair.
A equipe já passou a histórica vergonha de ser eliminada na Pré-Libertadores pelos Talleres, fracassando no maior objetivo do clube em 2019.
O clube, por incrível que possa parecer, pode até não se classificar para a segunda fase do Campeonato Paulista. É segundo no seu grupo, liderado pelo Ituano. E com o Oeste a dois pontos apenas.
Se o São Paulo perder sábado para o Palmeiras, o Ituano vencer o Bragantino e o Oeste derrotar o Corinthians, o time entrará na última rodada da interminável, insuportável primeira fase do Campeonato Paulista não dependendo apenas de si para seguir no torneio.
Na última rodada, Ituano e Oeste atuam em casa, diante do Corinthians e Mirassol. Enquanto o São Paulo jogará no ABC contra o São Caetano.
Não ficar nem entre os oito melhores do fraquíssimo Campeonato Paulista seria demais para o clube.
Conselheiros e membros da diretoria estão cobrando de forma veemente o inseguro Leco.
Ele fala em reformulação do elenco.
E busca de pelo menos quatro contratações.
Além da chegada de Cuca para o Brasileiro.
Só que o atual momento está pesado demais.
O clube tem se apequenado nos clássicos. Desde 2013, quando começou seu jejum, o retrospecto é fraquíssimo diante dos rivais. Contra o Santos, 11 derrotas, cinco vitórias e três empates Contra o Palmeiras, são sete derrotas, sete empates e quatro vitórias. Com o Corinthians, 12 derrotas, três vitórias e 10 empates.
A esperança do inseguro Leco era ter Cuca na fase final do Paulista.
Hipótese cada vez mais distante.
Agora não só por conta dos médicos.
Mas pelo péssimo desempenho do time nas mãos de Mancini.
Um treinador que rebaixou o Botafogo e encaminhou o Vitória para a Segunda Divisão.
E que não sabe nem se seguirá com três zagueiros no sábado, ainda estuda o melhor esquema para o confronto decisivo diante do Palmeiras.
Transpira insegurança.
É inacreditável o trabalho incoerente de Raí.
Já do inseguro Leco não era de se esperar outra coisa...
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