Clima pesado no Palmeiras. Em vez de entusiasmo, tensão antes do Mundial. Cruzeiro se impôs em jogo decisivo. Como foi contra o Flamengo
Abel não se conformou com dois gols que o time sofreu em bolas paradas. Em quatro minutos o Cruzeiro conseguiu grande vantagem no placar. E obrigou o Palmeiras a atacar. Raphael Veiga foi, de novo, ineficiente. Estêvão, na despedida, anulado. Derrota foi dura lição
Cosme Rímoli|Do R7

Ao final do jogo, no Mineirão, Abel Ferreira, irritado foi para o vestiário.
Deu um forte encontrão em um câmera.
O profissional acabou surpreendido com o forte esbarrão.
E teve de parar de filmar os jogadores.
Esse era um reflexo claro da derrota do Palmeiras, em Minas Gerais.
O clube era líder do Brasileiro e com o resultado caiu para o quarto lugar.
Foi a segunda derrota seguida na competição, na semana passada perdeu para o Flamengo.
Confrontos fundamentais, contra clubes que são rivais na briga pelo título.
O revés por 2 a 1 para o time de Leonardo Jardim veio em péssimo momento.
Foi a despedida de Estêvão, atuando com a camisa verde no Brasil.
E, principalmente, marcou a derradeira partida antes do Mundial de Clubes, nos Estados Unidos.
Abel Ferreira leva muito em consideração o lado psicológico, a confiança dos seus atletas.
As duas derrotas no Brasileiro vieram em hora muito delicada.
Não era dessa maneira que o treinador português queria terminar essa primeira etapa do Brasileiro.
“É difícil falar de estratégia quando se leva dois gols em cinco minutos. É difícil pegar a prancheta com isso. Como levar um gol com jogadores alto no primeiro gol. Para ter gols tem que ter erros. Temos que melhorar em algumas coisas, como a bola parada.
“O Cruzeiro marcou muito alto, foi muito competitivo. Foi agressivo no bom sentido. Hoje o Cruzeiro foi melhor, não tem muito mais o que dizer. Foram dois gols em três minutos. Isso condiciona muito, não só as estratégias como em termos anímicos. Não é normal, mas acontece. Somos fortes nas bolas paradas, mas não fomos à altura que fizemos nos última jogos.”
O treinador não quis falar sobre as ausências de Gustavo Gómez e Murilo, suspensos. A dupla de zaga titular fez muita falta.
Também não quis se alongar sobre o quanto Estêvão foi anulado por Kaiki, que ganhou todos os duelos com o hábil atacante que vai para o Chelsea.
Raphael Veiga e Maurício estiveram omissos, aceitaram passivamente a forte marcação de Lucas Romero e Lucas Silva.
Flaco López teve atuação desastrosa.
Abel não quis entrar em detalhes sobre a atuação do trio.
Preferiu desviar o foco.
Falar sobre a real vantagem do Cruzeiro e do Red Bull Bragantino por estarem de fora da Copa Sul-Americana e da Copa do Brasil, respectivamente.
“Eles vão ter uma vantagem extra pois só tem duas competições, podem descansar e ter a semanas livres para treinar. É uma vantagem muito grande. Tanto Cruzeiro quanto Bragantino tem isso e vão andar até o fim a lutar. Nós vamos seguir fazendo o que sempre fizemos.”
Abel se antecipou falando sobre o encontrão que deu no câmera.

E avisou que os câmeras são quem têm de desviar dele após os jogos.
“Não é a primeira, nem segunda e nem terceira que tem uma câmera na minha frente. Aconteceu no jogo contra o São Paulo e hoje a mesma coisa. Vou passar e tem uma câmera. Peço... Parece que querem estar dentro do meu bolso ou dentro do meu banco. E hoje quando vou sair, se me dão licença e sabem que eu vou para o meu balneário (vestiário), saiam do meu caminho que não tenho que me desviar. Quem tem que desviar é o cameraman.
“Contra o São Paulo quando foi expulso o câmeraman estava a dois metros de mim. Não pode acontecer, para não dar mais confusão. Não é a primeira, segunda ou terceira. Não sei se acontece que é o Palmeiras ou o Abel. Ele não tem que estar ali, ele tem que estar na posição certa, ao lado ou atrás do treinador do Palmeiras.”
Outro ótimo desvio de foco.
Na verdade, o ambiente entre os jogadores era de tensão.

Não conseguiram evitar essas duas derrotas importantes no Brasileiro.
Toda a festa pela excepcional primeira fase da Libertadores e a classificação para as oitavas da Libertadores foram esquecidas.
A última impressão é que conta.
E foi ruim a de hoje, no Mineirão.
Abel Ferreira precisa trabalhar ainda mais para buscar saídas criativas na parte ofensiva.
A dependência de Raphael Veiga e de Estêvão segue gritante.
E péssima para o Mundial de Clubes, que o clube tanto sonha conquistar...
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