Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Cosme Rímoli - Blogs

Cinco motivos que fizeram a Seleção, outra vez, envergonhar o brasileiro. Eliminação nas quartas da Copa América. Contra dez uruguaios

Não adiantaram nem os 22 minutos que o time de Dorival teve com um jogador a mais. O Brasil apenas empatou com o Uruguai em 0 a 0. E perdeu nos pênaltis, por 4 a 2. Eliminação na Copa América. Equipe só ganhou uma partida no torneio. Novo constrangedor vexame

Cosme Rímoli|Cosme RímoliOpens in new window

O Brasil não conseguiu ficar nem entre os quatro melhores da Copa América. Novo vexame

“É isso aí galera, pra mim já deu. Esse é um momento triste pra quem gosta do futebol brasileiro. Fica difícil encontrar ânimo pra ver os jogos. Esse é talvez um dos piores times dos últimos anos, não tem líderes de respeito, só jogadores medianos em sua maioria.

“Acompanho futebol desde criancinha, muito antes de pensar em me tornar jogador, e eu nunca vi uma situação tão ruim como essa.

“Falta amor à camisa, falta garra e o mais importante de tudo: futebol. Repito: nosso desempenho tem sido uma das piores coisas que já vi. Uma vergonha.

“Por isso, declaro aqui o meu abandono.


“Não vou assistir a nenhum jogo da Copa América, e nem comemorar nenhuma vitória.”

O texto, nas redes sociais de Ronaldinho Gaúcho, era para ser parte de uma das piores campanhas publicitárias envolvendo a Seleção Brasileira.


Mas acabou se transformando nesta madrugada de 7 de julho de 2024, como as palavras de indignação de milhares de internautas.

O motivo: a constrangedora eliminação da Seleção da Copa América.


O Brasil caiu nas quartas-de-final diante do Uruguai, depois de mostrar péssimo futebol e empatar em 0 a 0.

Mesmo com um jogador a mais por 22 minutos, depois da expulsão de Nández, não houve sequer uma chance real de gol.

Nos pênaltis, Éder Militão e Douglas Luiz desperdiçaram.

E o Uruguai venceu por 4 a 2.

Time de Dorival Júnior eliminado.

O Brasil não conseguiu sequer ficar entre os quatro melhores das Américas.

Não foi por acaso.

Aqui, os cinco motivos de mais uma vez a Seleção fazer o brasileiro se envergonhar.

Falta de coragem de Dorival Júnior

Cada vez mais clara a necessidade de um treinador estrangeiro, vivido, com visão tática ofensiva, para aproveitar a melhor qualidade dessa geração.

Dorival Júnior se mostrou um técnico mais do que previsível, que parece só ter uma maneira de montar seu time.

Ele não abriu mão de dois volantes de marcação, João Gomes e Bruno Guimarães.

As seleções mais imponentes do mundo, como a Espanha, França, Argentina, Inglaterra, Holanda, mesmo o Uruguai, de Marcelo Bielsa, têm jogadores versáteis no meio-campo. Não escalam dois atletas apenas para cobrir laterais e proteger a entrada da área.

Nem insistem com um meia que se contenta em dar passes curtos, sem capacidade de dribles, de quebrar as linhas adversárias, repete maneira burocrática de atuar, como Lucas Paquetá.

Dorival ‘conseguiu’ sobrecarregar Rodrygo. E impedir que fosse o jogador vertical, do Real Madrid. O obrigou a ficar ajudando na recomposição ou, como aconteceu diante dos uruguaios, jogar na ponta esquerda. Enorme desperdício.

De nada adiantou escalar Endrick.

A grande revelação do futebol brasileiro ficou encalacrado entre o ótimo sistema defensivo montado por Bielsa. E, cansado de ver Raphinha forçar dribles, Endrick passou a tentar ele também jogadas individuais inúteis.

Não havia triangulações pelos lados do campo.

Danilo não tem capacidade de atacar.

E Arana não conseguiu a liberação de Dorival Júnior.

O Brasil já havia sido previsível, sem variações táticas, na primeira fase.

Quando empatou com a Costa Rica, venceu o Paraguai e empatou com a Colômbia, precisando vencer para escapar do Uruguai.

Dorival Júnior deixou claro o quanto a Seleção precisa de um técnico de enorme potencial.

Porque a geração não passa de mediana.

Com jogadores como Vinicius Júnior, Rodrygo e Endrick rendendo muito nos seus times.

Por conta do técnico que os comanda, orienta.

A Seleção precisa de comandantes modernos que atuam na Europa.

Cabe à CBF ter capacidade de contratá-los.

Ficar de joelhos, como ficou atrás de Carlo Ancelotti, não adianta.

O presidente Ednaldo Rodrigues precisa mostrar competência para agir.

Não subserviência.

Se for do futebol brasileiro, Abel Ferreira já mostrou seu enorme potencial.

Dorival mostrou estar muito abaixo.

O segundo motivo da derrocada: os exageros de Vinicius Júnior

A atitude egoísta aos seis minutos do primeiro tempo, contra a Colômbia, ao dar um tapa em James Rodríguez, para não tomar um ‘chapéu’ custou caríssimo à Seleção.

Com Neymar ainda se recuperando da operação no joelho esquerdo, Vinicius Júnior era o jogador de maior potencial do Brasil.

Ele tinha plena noção que, se tomasse outro cartão amarelo, seria suspenso do jogo eliminatório das quartas.

Mesmo assim não se constrangeu.

Tomou o amarelo e ficou fora da partida de hoje.

Um comportamento absurdo, que foi tolerado por Dorival Júnior.

Triste postura de quem, até começar a Copa América, era favorito a ganhar a Bola de Ouro, como melhor jogador do mundo.

O desgaste dentro dos gramados dos Estados Unidos foi enorme.

E extremamente prejudicial à Seleção.

Seus excessos de dribles, de jogadas individuais, atrapalharam demais o Brasil.

Foi assim contra a Costa Rica, mesmo na vitória contra o Paraguai, e principalmente, no empate contra a Colômbia.

Infelizmente ficou claro que o atante do Real Madrid precisa de um técnico firme como Ancelotti, que não se dobra aos seus excessos, no Real Madrid.

Não foi o que aconteceu com Dorival Júnior.

Se o técnico tivesse cobrado de maneira firme o jogador, antes do jogo diante dos colombianos, ele se controlaria.

Aceitaria o chapéu de James Rodríguez.

Descontaria ajudando o Brasil a ganhar a partida e fugindo do confronto com os uruguaios.

Foi tudo o que ele não fez.

Teve uma atuação horrível.

E por tudo que não fez na Copa América, pode perder a sonhada Bola de Ouro.

O terceiro motivo: o desperdício de tempo da CBF, desde a saída de Tite

“A bola pune.”

A frase consagrada por Muricy Ramalho se encaixa perfeitamente com a constrangedora Copa América da Seleção.

Ednaldo Rodrigues desperdiçou todo o ano de 2023 esperando por Carlo Ancelotti, técnico que o presidente da CBF jurava ter ‘dado a palavra’ que assumiria a Seleção.

Se prometeu, o italiano tratou de não cumprir. Motivos não faltaram.

A lastimável passagem de Fernando Diniz, que aceitou ser um técnico tampão, até o Ancelotti ‘se livrar’ do Real Madrid, assustou o comandante do Real Madrid. Não havia lógica trocar o trabalho como vencedor da Champions League por assumir um time tão pressionado, com uma geração mediana.

E com o comando da CBF fraco.

A ponto de Ednaldo ser afastado do seu cargo.

Só voltou depois de uma batalha jurídica.

Enquanto isso, o tempo passava e a Seleção seguiu sem seu treinador de potencial mundial.

Todo 2023 foi desperdiçado, tempo precioso jogado fora.

Não restou nada da passagem dos interinos Ramon Menezes, e principalmente, Fernando Diniz.

A quarta razão do fracasso é a geração mediana, insegura, sem líderes

O mundo todo aponta que a atual geração brasileira não passa de mediana.

Com destaques para Neymar, de 32 anos, e Vinicius Júnior, que joga de maneira totalmente diferente no Real Madrid.

O restante de atletas com potencial para vestir a camisa da Seleção é mediana.

Endrick tem apenas 17 anos.

E precisa de orientação, que Dorival Júnior não conseguiu dar.

Sem grandes destaques mundiais, o time brasileiro é repleto de coadjuvantes.

Isso tem enorme peso, quando os atletas precisam ter de se impor contra seleções com esquemas táticos melhores que o brasileiro.

Se esforçam, mas não conseguem.

O clima de insegurança na Seleção é algo assustador.

E reflete em todas as partidas oficiais do Brasil.

Nas Eliminatórias já era nítido.

Nesta Copa América foi algo muito mais evidente.

Se depender da iniciativa e do potencial dos jogadores, em relação às principais seleções, o Brasil não conseguirá realizar seu sonho e voltar a ganhar uma Copa do Mundo.

A falta de comando de Dorival Júnior na hora dos pênaltis

Para uma equipe pressionada e assustada, como era a Seleção, que disputava a Copa América, a presença do treinador nos momentos decisivos era fundamental.

Foi constrangedor acompanhar Dorival Júnior saindo da ‘roda’ dos atletas que iriam cobrar os pênaltis contra o Uruguai.

A hora era de passar confiança a cada um dos jogadores.

Mas o treinador preferiu não participar da escolha dos atletas.

Ficou ‘de fora’, de longe, enquanto seu filho Lucas tinha a responsabilidade de definir.

Optou por escolhas mais do que questionáveis.

Como Militão ser escolhido como o primeiro cobrador.

Algo inacreditável.

E que demonstrou de uma vez por todas que o perfil de Dorival não combina com o do comandante do Brasil.

Ele é um ótimo técnico para o futebol de clubes deste país.

Mas não pode seguir como técnico da Seleção pentacampeã do mundo.

E que ganhou sua mais recente Copa do Mundo em 2002.

O vexame da Copa América precisa ter consequências.

Se o Brasil quiser voltar a sonhar com a conquista do Mundial em 2026.

Ou será mais uma Copa desperdiçada.

Não dá para depender de Neymar e Vinicius Júnior.

O problema é muito mais profundo.

E começa com o comandante, o treinador...





Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.