Ceni deixa claro. O título da Copa do Brasil virou utopia. O foco é 'dar a vida' pela Sul-Americana
Staff Images / CONMEBOLSão Paulo, Brasil
Rogério Ceni tem seis títulos como treinador.
Três pelo Fortaleza e três pelo Flamengo.
Como jogador teve 18 conquistas pelo São Paulo, recordista.
Ninguém venceu mais do que ele com a camisa tricolor.
Em dois anos e meio, somando as duas passagens, jamais ganhou um campeonato como técnico do São Paulo.
A final perdida para o Palmeiras, na decisão do Paulista deste ano, segue ainda incomodando.
Quando traçou os planos para a temporada 2022 com o presidente Julio Casares e o coordenador Muricy Ramalho, Ceni sabia que o título mais "fácil" era o Paulista. Pelos rivais estarem focados na Libertadores. O Santos, com enormes dificuldades financeiras, e elenco limitado teria também a Sul-Americana.
A previsão de Ceni estava certa. O São Paulo chegou à final do Paulista. Ceni também fez uma ótima projeção para a Copa Sul-Americana. Vendo grande possibilidade de título.
Já a Copa do Brasil dependeria do sorteio dos adversários.
No Brasileiro, o foco sempre foi a classificação para a Libertadores. Sem chance de conquista.
Ceni sabe que o São Paulo deve mais de R$ 700 milhões e que precisa de um título importante. Para o clube e para sua carreira.
Os dois cearenses, a Série B e a Copa do Nordeste são excelentes para um clube emergente. E o Brasileiro, a Supercopa do Brasil e o Carioca ficaram credenciados ao elenco do Flamengo.
Agora, no São Paulo, não. A disputa, e eventual conquista, de títulos com grande alcance, os méritos ficariam para o treinador, que montou a equipe e definiu a maneira de jogar em plena crise financeira do Morumbi.
Como maior ídolo, ele sabe o quanto a Copa Sul-Americana virou prioridade. Ainda mais depois da derrota de ontem para o Flamengo, por um placar elástico, 3 a 1. A reviravolta, com seu time vencendo por três ou mais gols no Maracanã, é quase impossível.
"Importante é o torcedor estar aqui (no Morumbi) nos próximos jogos como esteve aqui hoje, nos incentive. Vamos gastar o cartucho nestes dois últimos jogos para tentar esse título, tentar gastar este cartucho na Copa Sul-Americana."
Rogério Ceni tem plena consciência de que é muito possível vencer, eliminar o Atlético Goianiense e chegar à final do torneio internacional. E ainda ganhar do finalista, que sairá da disputa entre Melgar, do Peru, e Independiente del Valle, do Equador.
O título já classificaria o São Paulo para a Libertadores de 2023.
E na fase de grupos.
O que faria dos últimos jogos do Brasileiro um mero preparo para a competição do próximo ano.
Ceni treinou o Flamengo. Sabe que o potencial do time carioca é muito maior do que o seu
Marcelo Cortes/FlamengoA revanche para o Flamengo, na Copa do Brasil, já passou a ser vista como um jogo em que o São Paulo será franco atirador. Sem o peso da responsabilidade, da obrigação de vitória. Porque Ceni sabe o quanto o elenco do time carioca é melhor do que o seu.
O treinador já começou a focar completamente a Sul-Americana. Exigiu que a diretoria abaixasse o preço dos ingressos para a semifinal diante do Atlético Goianiense, no dia 8 de setembro. Ele quer o Morumbi com mais de 60 mil pessoas, 10 mil a mais do que ontem, contra o Flamengo.
Casares já aceitou e o preço será diminuído.
A parte do treinador será preparar o time já para o primeiro confronto, no dia 1 de setembro, em Goiânia.
Há a real chance de que já poupe atletas importantes contra o Fortaleza, domingo, no Morumbi.
Ele sabe que o São Paulo está a apenas seis pontos da zona do rebaixamento no Brasileiro. Mas no momento, ele não tem outra opção.
Apesar da derrota por 3 a 1 para o Flamengo, Rogério Ceni acredita que seus jogadores saíram mais confiantes. Conscientes. Porque se conseguiram encurralar o time mais técnico do Brasil, eliminar o Atlético Goianiense é completamente viável.
Rogério Ceni: 18 títulos como jogador do São Paulo. Nenhum ainda como treinador do clube em que é ídolo
Reprodução/Twitter FifaAos 49 anos, Ceni quer conquistar seu primeiro título como treinador do clube em que é o maior ídolo da história. É uma missão que se impôs, nesta segunda passagem como comandante do futebol no Morumbi.
O trabalho será firme.
Silencioso, sem anúncio.
Mas o São Paulo priorizará totalmente, até o dia 8 de setembro, a Sul-Americana.
Respirará o Atlético Goianiense.
Chegar à final da Copa do Brasil é uma situação quase irreal.
No Brasileiro, na 12ª colocação, o foco é somar pontos.
Para brigar por uma vaga na Libertadores.
Se as Copas derem errado, há ainda a classificação por pontos.
Serão seis os classificados no Brasileiro.
Os quatro primeiros na fase de grupos.
E dois nas fases eliminatórias, a "pré-Libertadores".
Rogério Ceni encara a realidade.
A da Sul-Americana é muito mais suave do que a Copa do Brasil...
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