CBF decide. Sem privilégios para Neymar. Sem parentes, namorada e amigos no hotel da seleção aqui em Doha
Repetindo o que acontecia na época de Ronaldo Fenômeno, Romário, Pelé. Todos os jogadores terão o mesmo tratamento na Copa. Familiares não poderão se hospedar no hotel que serve de concentração. Nem mesmo Neymar
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
Doha, Catar
Neymar é o primeiro jogador brasileiro a alcançar um patrimônio de mais de R$ 1 bilhão.
Foi enriquecendo brutalmente desde que saiu do Santos. Quatro anos de Barcelona e mais cinco no PSG, onde chegou como o jogador mais caro do mundo, o transformaram em bilionário.
Não seria problema nenhum pagar a estadia de seus familiares e "parças" no luxuoso Westin Doha Hotel & Spa. Mesmo com cada quarto custando entre R$ 900 e R$ 14 mil. Por dia!
Esse será o local onde a seleção brasileira ficará aqui no Catar.
Mas a cúpula da CBF decidiu agir.
E impediu o privilégio que o jogador desfrutou em Sochi, na Rússia. Lá, ele tratou de instalar sua família e a então namorada, Bruna Marquezine, e até recebeu a visita de dois cabeleireiros.
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, tem como assessor Rodrigo Paiva. Ele era o responsável pela comunicação na última fase de ouro com a seleção brasileira. Quando o jogador mais importante do Brasil era Ronaldo Fenômeno, que também trabalhou sob sua orientação.
E Paiva fazia questão de insistir com o ex-presidente Ricardo Teixeira: ninguém deveria ter privilégios na seleção. Nem mesmo Ronaldo Fenômeno.
Para que não houvesse ressentimento e trouxesse mais união ao grupo de jogadores nas competições.
Tite foi massacrado pelos privilégios de Neymar na Copa da Rússia.
Além da hospedagem para a família do jogador, o camisa 10 era o único a poder levar seus "parças" e a namorada para acompanhar os treinos, fechados para a imprensa, durante o Mundial de 2018.
Era uma situação constrangedora.
Os demais jogadores não tinham a mesma liberação.
Desta vez, Neymar foi avisado que seria tratado como todos os outros 25 jogadores.
Ele entendeu, e sua participativa família estuda não ficar em Doha.
E sim na luxuosa Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes. O jato particular do jogador leva cerca de 25 minutos para completar o trajeto de 121 quilômetros entre as duas cidades. Situação ótima para evitar o assédio da imprensa. Principalmente no pai e empresário do meia-atacante.
Além de Neymar, Tite foi bem claro aos jogadores que quer um mês de foco na seleção brasileira.
Não proibiu que trouxessem seus familiares, mas não estimulou que viessem.
Para evitar problemas, como discussões, cobranças, reclamações, que tirem a concentração dos atletas nos jogos do Mundial.
Com salários que variam entre R$ 26 milhões (Neymar, o mais alto) e R$ 650 mil (Weverton, o mais baixo), não haveria maiores dificuldades para os jogadores instalarem seus familiares em hotéis em Doha.
Só que a maioria ouviu Tite.
Ficarão isolados de suas famílias.
Até porque Neymar dará o exemplo.
Mesmo sem querer.
A medida de acabar com os privilégios de Neymar e isolar a seleção dos familiares será atribuída a Juninho Paulista, o coordenador da seleção.
Mas a ordem veio de cima dele.
Do presidente Ednaldo Rodrigues.
Que tem como assessor pessoal Rodrigo Paiva...
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