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Cosme Rímoli - Blogs

Cássio intermediou. Cansado da reserva, Fagner, fechou contrato com o Cruzeiro. Negociação digna para o Corinthians e para o lateral

Lateral de 34 anos ainda tinha dois anos de contrato. E com salário alto, R$ 720 mil. O ídolo se tornou reserva de luxo. Ramon Díaz preferia o vigor físico de Matheuzinho. Cruzeiro propôs empréstimo de um ano. Mas pagando 55% dos salário. Corinthians aceitou

Cosme Rímoli|Do R7

Fagner e Cássio são amigos há décadas. Goleiro indicou o lateral ao Cruzeiro. Negociação fechada Corinthians

Cássio e Fagner se tratam como ‘irmãos’.

As famílias são muito próximas, amigas.

A convivência começou cedo, na fria Holanda, quando os dois não se firmaram no PSV.

Viraram reservas em 2008, quando o lateral foi vendido ao Vasco.


Se reencontraram profissionalmente no Corinthians em 2014.

Além de titulares absolutos, assumiram a liderança do elenco.


Chegaram juntos à Copa do Mundo de 2018.

Ganharam juntos os Brasileiros de 2015 e 2017.


Mais o tricampeonato Paulista de 2017, 2018 e 2019.

Tiveram seus auges.

Foram capitães do time.

Sendo fundamentais tanto em conquistas como na sustentação de treinadores, quando o time enfrentava crises.

Os dois, com coragem, não se negavam a dar entrevistas nas vitórias e nas derrotas.

Nem fugiam, quando as várias diretorias que passaram pelo Parque São Jorge exigiam encontros com chefias de organizadas.

Para dar satisfação, explicar os motivos de derrotas.

Nos últimos anos passaram a ser questionados, criticados, perseguidos.

Pela imprensa, torcida.

E tiveram de enfrentar a covardia de ameaças com perfis falsos de Internet, que atingiram até seus filhos.

Fagner e Cássio. Fracassaram no PSV. Mas ficaram muito amigos PSV

Cássio, aos 36 anos, personificou toda a crise que o Corinthians viveu no início do ano passado.

E mudou de ideia sobre se aposentar no clube.

Decidiu ir embora.

Foi para o Cruzeiro em maio do ano passado.

De Belo Horizonte acompanhou Fagner perder prestígio com a mídia paulista.

Com Ramón Díaz.

Os tempos de idolatria também ficaram para trás.

E seus 35 anos e mais o excesso de faltas, de entradas duras, viraram o foco de 2024.

Os cartões amarelos se tornaram constante.

Assim como o fraco aproveitamento.

Não marcou um gol sequer nesta temporada.

Deu cinco assistências.

Sua personalidade forte e liderança garantiram uma questionada renovação de contrato até o final de 2027.

Por R$ 720 mil mensais.

Mas Ramón Díaz, insatisfeito com o rendimento, fixou Matheuzinho, com menos recursos técnicos, como titular.

Ou atuar com três zagueiros, o deixando fora.

Ficou no banco na excepcional recuperação do Corinthians na fase final do Brasileiro.

Fagner foi campeão da Copa América em 2019 Instagram/Fagner

Foi esquecido nas partidas decisivas da Copa do Brasil e da Sul-Americana.

Estava mais do que claro que passou a ser mero reserva de luxo.

Fagner e Cássio seguiram conversando.

O goleiro cruzeirense levou a insatisfação do amigo à direção.

Wesley Gasolina foi dispensado.

O único lateral direito da equipe mineira é o inconstante Willian.

Fernando Diniz aprovou o nome do veterano atleta de 35 anos.

O lateral também percebeu o desgaste, depois de 11 anos no Corinthians.

E aceitou ir para Belo Horizonte.

A princípio a negociação é por empréstimo.

Até o final de 2025.

Com o Cruzeiro bancando 55% dos salários.

Os outros 45% seguem com o Corinthians.

No final de 2025 haverá a avaliação da compra ou não do atleta.

Os detratores de Fagner apontam os números recentes de violência do jogador.

2024: 41 jogos / 12 cartões amarelos - 0,29 por jogo

2023: 57 jogos / 16 cartões amarelos - 0,28 por jogo

2022: 43 jogos / 9 cartões amarelos - 0,20 por jogo

2021: 47 jogos / 11 cartões amarelos - 0,23 por jogo

2020: 52 jogos / 10 cartões amarelos - 0,19 por jogo

2019: 59 jogos / 17 cartões amarelos - 0,28 por jogo

2018: 47 jogos / 12 cartões amarelos - 0,25 por jogo

2017: 53 jogos / 14 cartões amarelos - 0,26 por jogo

2016: 56 jogos / 12 cartões amarelos - 0,21 por jogo

2015: 48 jogos / 13 cartões amarelos - 0,27 por jogo

2014: 53 jogos / 12 cartões amarelos - 0,22 por jogo.

Com o Corinthians foi bicampeão brasileiro. E tri paulista Fagner/Instagram

“Me incomoda me rotularem de violento e desleal.

“Futebol é contato físico. Tenho 1,68.

“Como vou marcar um cara de 1,90?

“Falando ‘dá licença, por favor?’

“É meu prato de comida, não vou tirar o pé”, definiu em entrevista para a ESPN/Brasil.

Mas mesmo assim, o Cruzeiro decidiu fazer a aposta.

Com o aval de Cássio, Fagner chega a Belo Horizonte para tentar mudar sua imagem.

Sua trajetória no Corinthians foi marcante.

Mas chegou ao final.

Com dignidade...








Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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