Carvalhal não quis. O escolhido tem a grife Guardiola. Torrent
Carvalhal, indicado por Jesus, preferiu treinar o Braga. Flamengo decidiu fechar com espanhol Domènec Torrent, auxiliar por dez anos de Guardiola
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
A leitura na Gávea: o Flamengo escolheu o espanhol Domènec Torrent, ex-auxiliar, por de anos, de Pep Guardiola como seu novo treinador.
A leitura em Portugal: Carlos Carvalhal, o preferido pela diretoria flamenguista, e indicado pelo próprio Jorge Jesus, recusou o campeão da Libertadores, do Brasil. Preferiu trabalhar no Braga, clube médio português, onde começou sua carreira como jogador.
Tanto na Gávea como em Portugal, se sabe: Jorge Hierro, ex-treinador da Espanha na Copa da Rússia, não convenceu ao vice de futebol, Marcos Braz, e nem ao diretor Bruno Spindel.
Carvalhal mostrou motivos para rejeitar o Flamengo.
O fato de o técnico acreditar em um projeto para modernizar, fortalecer o Braga, equipará-lo ao Benfica, Sporting e Porto, os 'três grandes' de Portugal.
E sua família não quis vir ao Brasil, preocupada com a violência do Rio de Janeiro.
O técnico que fez história, classificando o pequeno Rio Ave para a Liga Europa, não quis saber de assumir o elenco de Jorge Jesus.
Diante desse quadro Marcos Braz e Spindel tinham de decidir.
O outro treinador que a cúpula flamenguista estava interessada era o português Leonardo Jardim, que fez excelente trabalho no Monaco.
Só que ele já havia avisado a intermediários que deseja seguir trabalhando na Europa.
O presidente Rodolfo Landim queria uma definição. O Campeonato Brasileiro começará dia 9 de agosto, no Rio de Janeiro, contra o Atlético Mineiro.
E a Libertadores, competição que interessa muito mais, recomeçará no dia 17 de setembro, contra o Independiente del Valle, no Equador.
Por isso, Landim avisou querer o novo treinador o mais rápido possível.
Diante deste cenário, a escolha recaiu em Torrent.
Aos 58 anos, ele segue os conceitos modernos, revolucionários de Pep Guardiola.
Torrent foi meio-campista, como o atual treinador do Manchester City.
Ele treinou equipes pequenas Palafrugell, Palamós e Girona. Até que recebeu o convite para trabalhar como auxiliar de Guardiola no Barcelona B, que estava na Quarta Divisão, em 2007.
Os dois tiveram liberdade para desenvolver os conceitos de 'futebol total', misturando a Seleção Holandesa de Cruijff e da Seleção Brasileira de 1970.
A saída de bola trocando passes desde a defesa; mais de 70%, em média, de posse de bola; a marcação por pressão no adversário; a alternância de posição do meio para a frente; as triangulações pelos lados do campo; o ataque em bloco, sem um atacante fixo de referência.
Tudo isso, com uma preparação física acima do normal, no limite.
Foi a base de formação do histórico Barcelona principal, de 2008 a 2012.
A estratégia chegou à Seleção Espanhola, bicampeã europeia e campeã do mundo, em 2010.
Torrent, como auxiliar, sempre teve a confiança de Guardiola para dar treinamentos, orientações aos atletas.
Os dois trabalharam juntos no revolucionário Barcelona, foram para o Bayern e trabalharam no Manchester City.
Em 2018, Torrent quis voltar a ser técnico.
E assinou contrato com o New York City.
De três anos.
Ficou apenas um.
Seu time foi eliminado na semifinal da Conferência Leste, a Major League Soccer é disputada como a NBA.
Classificou o clube para a Concacaf Champions League.
Seu estilo de jogo foi extremamente ofensivo, mas com sérios problemas na defesa.
Atuava no 3-4-3.
O espanhol não despertou a atenção de clubes importantes europeus.
Até que Braz e Spindel chegaram a ele.
Está marcada para hoje, a conversa sobre dinheiro, tempo de contrato.
Jordi Gris, que foi seu auxiliar nos Estados Unidos, e trabalhava com estatísticas no Barcelona e na Comissão Técnica do Manchester City, deverá vir ao Brasil, com ele, caso o acerto financeiro dê certo.
É uma aposta ousada.
E inesperada até para Braz e Spindel, que tinham como foco e indicação de Jorge Jesus, Carlos Carvalhal.
Basta torcer para que Torrent tenha 10% da genialidade de Guardiola, com quem trabalhou dez anos.
O acordo tem tudo para ser definido hoje...
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