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Cosme Rímoli - Blogs

‘Burro, burro, burro!’ Acabou o respeito da torcida do Bahia a Ceni. Clube gastou R$ 120 milhões e segue decadente. Santos se anima

No 15º jogo de Ceni contra o Flamengo e na 15ª derrota, os gritos de ‘burro, burro, burro!’ dominaram o estádio. O trabalho de Ceni vem derretendo, piorando, jogo a jogo. Grupo City investiu R$ 120 milhões e o resultado é frustrante. Mas é opção para o Santos

Cosme Rímoli|Cosme RímoliOpens in new window

Rogério Ceni foi recebido com festa no ano passado. Agora, a pressão pela demissão é enorme Divulgação/Bahia

Eram 31 minutos do segundo tempo, na Fonte Nova.

O Bahia estava sendo derrotado pelo Flamengo.

Era o 15º fracasso de Rogério Ceni em 15 partidas contra o clube carioca.

O treinador decide trocar o volante ofensivo Jean Lucas pelo lateral Iago,.


E o volante Caio Alexandre pelo volante Yago Felipe.

A equipe que já perdia por 1 a 0 e era dominada, ficou ainda mais acuada.


Os gritos revoltados foram crescendo e o respeito diminuindo.

“Burro, burro, burro!”


E o Flamengo venceu por 2 a 0.

Na saída do gramado, Ceni teve de ouvir, além do coro de ‘burro’, outros palavrões.

Além dos gritos que a torcida do Flamengo reservava a Tite.

“Ei, Ceni... Vá tomar no ...”

O treinador, maior ídolo da história do São Paulo, sentiu o golpe.

Ele que está em uma campanha para mudar sua imagem autoritária, distante da imprensa e dos torcedores, ficou abalado.

Sua marca registrada, a convicção na voz, não existia.

Sentia a ira da frustrada imprensa baiana com a decadência do clube no Brasileiro.

De vice líder, em junho, para sétimo colocado em outubro.

Lembrando que a direção do City, que controla o clube, investiu R$ 120 milhões em contratações.

Bancou a chegada do jogador mais caro da história de uma equipe nordestina.

O uruguaio Lucho Rodríguez, por 12 milhões de dólares, R$ 65 milhões.

O clube venceu a concorrência do Feyenoord e do Girona.

Só que a reação de Ceni à contratação, a aposta no atleta que, aos 21 anos é chamado para a Seleção Uruguaia, não foi boa.

O deixou na reserva, irritando grande parte da imprensa baiana e torcida.

“Eu não vou tirar o Cauly do centro para ele jogar pelo lado. A gente vai tentando, mas é claro que ele rende mais pelo centro do que por fora. Assim como é claro que temos que trabalhar mais com ele ao longo dos jogos.”

Só que o Bahia só vem piorando.

E a paciência com o treinador também.

Com ele escapou do rebaixamento, sim, em 2023.

Mas perdeu o Campeonato Baiano para o Vitória, clube em dificuldades financeiras, que tinha uma equipe muito inferior tecnicamente.

Caiu na Copa do Nordeste na semifinal, diante do CRB.

Fracassou na Copa do Brasil, nas quartas, frente a quem?

O Flamengo, com mais duas derrotas para a contabilidade de Ceni.

Com a de ontem já chegam a 15 em 15 partidas diante do rubro-negro.

Situação que chega a ser constrangedora.

Perdeu seis vezes com o São Paulo, cinco com o Bahia, três com o Fortaleza e uma com o Cruzeiro.

Jamais conseguiu sequer empatar.

Flamengo não teve dificuldade. Fez a festa em Salvador, ontem. Ceni sofreu sua 15ª derrota contra o rubro-negro Gilvan de Souza/Flamengo

O planejamento do grupo City para 2024 é, ‘pelo menos’ uma vaga à Libertadores de 2025.

Situação que parecia encaminhada.

Mas o time está decadente no Brasileiro.

A sétima colocação incomoda demais.

Acabou o respeito por Rogério Ceni.

“Sobre vaias, eu gostaria sempre que o torcedor estivesse feliz, mas quando a gente não consegue o resultado, independente contra quem seja, o torcedor paga o ingresso e é inerente ao trabalho ser vaiado. Ninguém gosta, todo mundo gosta de ser exaltado. Respeito esse lado do torcedor, vamos ter jogos difíceis e vamos tentar fazer o torcedor reagir de forma diferente, entregando bons resultados, mas é compreensível que o torcedor saia chateado.”

Ceni tem prática em demissões como treinador.

Já foi mandado embora do São Paulo, do Cruzeiro, do Flamengo.

Sabe como o ambiente se forma.

Primeiro, chegam as críticas pelo péssimo futebol.

Acompanhados de resultados frustrantes.

Os questionamentos nas escalações, na forma de montar o time.

E, por último, a impaciência, a falta de respeito.

É o que está passando no Bahia.

Ele tem contrato até dezembro de 2025, mas a pressão para a saída já é muito grande.

De acordo com setoristas do clube, ele recebe R$ 700 mil livres de impostos.

E seus auxiliares, o francês Charles Hembert, Nelson Simões, Leandro Macagnan e o preparador físico Danilo Augusto repartem R$ 300 mil.

A Comissão Técnica custa R$ 1 milhão a cada 30 dias.

Quem acompanha com interesse esse péssimo momento de Rogério Ceni é o presidente Marcelo Teixeira.

Já está definido no Santos que Fábio Carille não ficará em 2025.

Teixeira tem interesse em Jorge Sampaoli, mas sabe o quanto é imprevisível e problemático o técnico argentino.

A forma de trabalhar de Ceni, que foi campeão brasileiro pelo Flamengo.

E como montou o Fortaleza muito competitivo, com um elenco limitado.

Esse é o momento de Rogério Ceni.

Frustrando a imprensa, a torcida, e levantando sérias dúvidas na direção do grupo City.

Nenhum clube do Nordeste teve investimento de R$ 120 milhões em uma temporada.

Os resultados agora, diante das expectativas, são frustrantes.

A vingança tem vindo das arquibancadas da Fonte Nova.

“Burro, burro, burro...”



Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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