Brasil joga mal. Ganha na raça, no coração. Da Colômbia
A seleção teve de lutar muito para ganhar dos colombianos, time mais fraco, mas que se defendeu bem. Apesar do nervosismo, afobação, a vitória, chorada, veio. Aos 55 minutos do 2º tempo
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
O Brasil de Tite estava nervoso, tenso, afobado.
E, no gramado vergonhoso do estádio Nilton Santos.
Perdia para a Colômbia por 1 a 0.
Até que aos 32 minutos, Neymar tentou passar a bola na entrada da área. Só que acertou as pernas do árbitro argentino Nestor Pitana. A regra só exige que a partida seja paralisada se a bola que toca no juiz fique com o time adversário. Não foi o caso. Ficou com o Brasil.
Renan Lodi cruzou e Roberto Firmino cabeceou. O goleiro Ospina falhou feio. 1 a 1.
A reclamação foi generalizada, porque realmente alguns colombianos perderam a concentração. Inseguro, Pitana ficou na dependência do VAR, que confirmou o empate.
Mas o que aconteceu não serve para tirar o foco. O Brasil jogou mal demais. Diante de um adversário muito mais fraco tecnicamente.
A Colômbia se resumindo apenas a se defender.
E veio o castigo aos 55 minutos do segundo tempo.
Neymar bateu muito bem um escanteio e Casemiro surgiu de surpresa na área.
Cabeçada fortíssima para as redes.
2 a 1.
O primeiro tempo do time de Tite, no entanto, foi péssimo. Por um motivo simples, óbvio. A Colômbia tratou neutralizar, travar o Brasil. Reinaldo Rueda sabia que Tite iria utilizar o mesmo sistema com que começou a Copa América. Insistindo no 4-3-3.
Com Casemiro, Fred e Everton Ribeiro nas intermediárias. Lutando contra cinco jogadores, já que o time colombiano atuava no 4-5-1.

A intenção de Rueda foi atinginda. Impedir que Gabriel Jesus, Richarlison e, principalmente, Neymar, participassem do jogo. Casemiro e Fred não são especialistas em passes eficientes, em criatividade na saída de bola. Everton Ribeiro tem essa qualidade, mas estava visivelmente sobrecarregado na marcação dos contragolpes.
O Brasil precisava muito dos seus laterais. Mas, outra vez, Danilo e Alex Sandro pouco produziam, burocráticos, sem buscar triangulações. Atuaram distantes de Gabriel Jesus, aberto pela direita, e Richarlison, pela esquerda.
A principal opção ofensiva brasileira era óbvia: Neymar na intermediária, buscando os dribles. Mas, além do foco, da seriedade na marcação colombiana, havia outro inimigo pior ainda: o gramado vergonhoso do estádio Nilton Santos. Repleto de buracos, gramado desigual.
Para piorar as coisas, a Colômbia marcou um surpreendente gol, aos 9 minutos do primeiro tempo.
Cuadrado levantou para a área e Luis Díaz surgiu de surpresa, atrás da zaga brasileira. O meio-campista girou o corpo, de maneira acrobática, e acertou uma sensacional meia bicicleta.
Golaço.
Weverton nada poderia fazer.
1 a 0, Colômbia.

O gol mexeu demais com o psicológico da partida. A Colômbia ajustou ainda mais a marcação. O Brasil se afobou, se enervou. O principal jogador em campo caía na velha tentação. Neymar tentava resolver a partida sozinho, driblando. Tudo que conseguia era perder a bola e tirar o ritmo do jogo. O que era ótimo para os colombianos.
A seleção brasileira era assustadoramente previsível. E não conseguiu criar chances claras de gol. A Colômbia controlava o jogo, sem sofrimento.
Na segunda etapa, Tite trocou Everton Ribeiro por Roberto Firmino. O time passava a atuar no 4-2-4. A Colômbia voltava ainda mais retrancada. No 5-4-1.
Tite adiantou suas linhas, marcando sob pressão. Mas o Brasil seguia chutando muito pouco. Esbarrando na marcação. E com seus jogadores viciados, procurando desesperadamente Neymar, para resolver a partida.
Aos 20 minutos, houve uma chance inacreditável de gol. Roberto Firmino desmontou o sistema defensivo colombiano com toque de calcanhar. O passe chegou para Neymar, lépido na grande área. Ele driblou o goleiro Ospina, mas adiantou a bola, ela estava chegando para Gabriel Jesus, livre.
Mas Neymar foi egoísta e bateu para o gol, mesmo desequilibrado, e acertou a trave esquerda. Atitude lamentável, mas comum com Tite no comando da seleção. Neymar faz o que quer.
Aos 32, veio o gol de Roberto Firmino, com a participação involutária de Nestor Pitana.

O Brasil seguiu massacrando, imprensando os colombianos, que se contentavam em defender. Com o juiz inseguro, tenso pelo lance do gol, houve muitas ameaças, provocações e pontapés. Do lado brasileiro, Neymar foi quem mais irritou os colombianos e quem mais sofreu faltas e foi xingado, perseguido.
Quando a partida parecia que terminaria empatada, Neymar cobrou escanteio com perfeição, com curva, e Casemiro surgiu a toda velocidade para cabecear a bola para as redes.
2 a 1, Brasil.

Time classificado como primeiro no Grupo B.
Nas quartas de final enfrentará o quarto colocado do Grupo A, que ainda está indefinido.
Mas por trás de toda a festa, há a preocupação com o fraco futebol brasileiro.
E o estado psicológico fraco do time de Tite...
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