Brasil bipolar, sofre contra o Peru. Mas está na final da Copa América
No Rio de Janeiro, Paquetá marcou o único gol da semifinal. Depois de fazer ótimo primeiro tempo, Tite fez o time recuar e sofreu para segurar o 1 a 0. Esperará agora por Argentina e Colômbia
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Não foi da maneira esperada. Jamais alguém imaginaria o fraco elenco do Peru pressionando os badalados e milionários jogadores brasileiros. Em pleno estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, com seu gramado completado com areia pintada de verde.
O Brasil venceu o Peru, por 1 a 0, gol de Paquetá.
Mas sofreu demais, com os peruanos partindo para o ataque, imprensando a seleção na defesa. No segundo tempo, o time de Gareca fez o que quis. Ele se aproveitou da insegurança de Tite, que recuou demais o time.
E sofreu.
Foi 'chorado', mas o Brasil está na final da Copa América.
Time bipolar.
Esperará pelo vencedor de Argentina e Colômbia.
"Eu quero a Argentina (na final). Estou torcendo (para a Argentina vencer a Colômbia). Tenho amigos na seleção argentina. E, na final, vai dar Brasil", diz Neymar, que também sumiu no segundo tempo.
O roteiro segue. Tite continua invicto contra equipes sul-americanas, em partidas oficiais, pela Copa América.
Ricardo Gareca havia tentado atacar o Brasil na fase de grupos.
Era um teste, já que sabia que a classificação era algo garantido. A tentativa de ir contra o bom senso, já que tem um elenco com muito menos talento, acabou em vexame. Derrota por 4 a 0, que deveria ser seis, sete a zero.
Porque o Brasil naquela partida atuou sem medo, com personalidade, vibração.
Hoje, valendo vaga na final da Copa América, Gareca tratou de montar um esquema defensivo, 3-6-1. Buscava travar o Brasil e explorar os contragolpes.
Só que a seleção comecou a semifinal muito bem.
Com marcação alta, intensidade, vibração. Tite apostou em Everton Cebolinha no lugar de Gabriel Jesus, suspenso. Atuando na direita, o ex-jogador do Grêmio era violentado. E não rendia. Tite segue convocando certo e escalando errado.
Em compensação, pelo lado esquerdo, Neymar, Paquetá, Richarlison e Renan Lodi atormentavam o sistema defensivo peruano.
Os peruanos davam espaço e o Brasil fez o goleiro Gallese trabalhar muito. Eram chutes da entrada da área, cruzamentos, arremates seguidos na grande área.
A única bola que não conseguiu segurar foi depois de Neymar conseguir desmontar o sistema defensivo peruano e rolou a bola para Paquetá estufar as redes, aos 34 minutos.
Com personalidade, a seleção seguiu atacando, pressionando, marcando os peruanos na saída de bola. E perdendo gols.
Quando se esperava que o Brasil seguisse na mesma postura, o time de Tite foi supreendente. Recuou demais, tentando atrair o Peru. Só que não precisava porque Gareca já havia tirado seu terceiro zagueiro e colocado um meia. Christian Ramos por Raziel Garcia.
E adiantou suas linhas. Foi para o tudo ou nada. E o Peru passou a dominar o jogo. A postura do Brasil mudou para muito pior. Atraindo os peruanos para a entrada da área. Ederson foi obrigado a fazer pelo menos três defesas importantes.
Pareciam outros times.
Gareca fazia o Brasil sofrer.
Fred outra vez marcava mal. Paquetá também pouco contribuía nas intermeditárias. A pressão era incessante. E o Brasil insistindo em sair pelo meio.
Foi muito decepcionante a chegada do time de Tite à decisão da Copa América.
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