Atlético perdeu como time pequeno. Gol de sorte dá esperança
O time se encolheu diante do humilde Colón. Mereceu perder, por virada, 2 a 1. Mas vitória simples em Minas leva a equipe à final da Sul-Americana
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Um gol sem querer foi o que de melhor o Atlético Mineiro fez na Argentina.
Diante do Colón, adversário fraco, sem necessidade, a equipe de Rodrigo Santana se encolheu como um time pequeno.
E foi castigada com a derrota de virada por 2 a 1, na semifinal da Copa Sul-Americana.
Foi impressionante como o Atlético Mineiro abdicou de buscar o gol. Se deixou intimidar pelo estádio Brigadier General Estanislao López, em Santa Fé. A pressão da vibrante torcida fez valer o apelido de Cemitério de Elefantes, pelo Colón vencer inúmeros adversários maiores do que ele no estádio.
O time brasileiro tem a chance de vencer um torneio internacional depois de seis anos, quando conquistou a Libertadores. Mesmo sem mostrar futebol constante, convincente, o Atlético chegou na semifinal do torneio.
O Botafogo foi o adversário mais forte. Os demais, Union La Calera, La Equidad justificam classificar a Copa Sul-Americana como Segunda Divisão da Libertadores.
O time de Rodrigo Santana chegou à semifinal diante de uma equipe sem grandes destaques técnicos. Que usa a correria, a força física para buscar seus resultados. Situação assumida pelo técnico Pablo Lavallén.
Mas o Atlético Mineiro vinha de cinco derrotas no Brasileiro. Escândalo Cazares. Ricardo Oliveira e Luan nem viajando para a Argentina. Pressão para a demissão de Rodrigo Santana. A intenção clara era voltar com um empate sem gols.
O time brasileiro tocava a bola com lentidão, quebrando o ritmo acelerado que o Colón tentava impor.
E mesmo com um futebol precavido, o Atlético saiu na frente. Bafejado pela sorte. Chará travou o zagueiro Ortiz, que iria dar um chute forte para a frente, e a bola entrou no gol do supreso Burián.
No segundo tempo, Rodrigo Santana fez seu time recuar, para buscar os contragolpes. Mas tudo o que o treinador conseguiu foi atrair os argentinos para sua área.
E, trocando o talento pela garra, o Colón adiantou suas linhas. Tratou o Atlético Mineiro como time pequeno.
Empatou o jogo em um lance ortodoxo, comum, que pegou desprevenida a zaga atleticana. Em cobrança de escanteio, Escobar desviou a bola para Morelo empurrar para as redes.
Com a igualdade logo aos seis minutos, o Colón partiu de vez para o ataque. E criou várias chances de vencer.
Quando parecia que o empate iria prevalecer, aos 40 minutos, Zuqui cruzou forte e "Pulga" Rodríguez fez 2 a 1 para os argentinos.
Jogo fácil que o Atlético Mineiro desperdiçou.
"Fizemos um bom primeiro tempo. Saímos na frente, não sofremos tanto. No segundo tempo, tomamos o gol muito cedo, parece que a equipe parou um pouco de jogar.
"O adversário cresceu na partida, não repetimos o primeiro tempo, tentamos fazer algumas alterações, mas acabamos sofrendo o segundo gol. A gente perdeu, mas sabemos que temos chance, diante do nosso torcedor, de reverter esse placar."
Essa a análise equivocada, sem ligação com a realidade, feita por Rodrigo Santana.
O treinador não quis admitir o péssimo futebol do Atlético Mineiro. A atuação acanhada, digna de time pequeno.
Mas o gol de sorte de Chará foi fundamental.
Basta uma vitória simples, no Mineirão, por 1 a 0, que o time chegará à final.
A Sul-Americana é um torneio fraco demais...