Ataque de Neymar a Casagrande atinge alvo errado. O próprio camisa 10 do Brasil. Não há como debochar de quem luta contra o vício
Neymar curtiu, deu o seu aval, à publicação que ironizava o vício de Casagrande. Era a lastimável maneira de defender o camisa 10 da seleção de fortes cobranças do comentarista. O tiro saiu pela culatra
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"Para variar, o crack Casagrande metendo o nariz onde não deve.
"Ele quer que a seleção brasileira vire pó.
"Isso não está cheirando nada bem.
"Que triste fim de carreira."
Esse seria mais um dos milhares de ataques que Casagrande já recebeu por criticar Neymar. Fãs irresponsáveis apelam para a torpe relação do vício às drogas, que quase levou a vida do ex-jogador.
Custou internação, afastamento dos familiares, amigos.
Causou muito sofrimento ao ex-comentarista da TV Globo.
Como para qualquer viciado.
É um um golpe baixo, muito utilizado.
Desta vez foi dado por um "humorista" que usa o pseudônimo Joaquin Teixeira.
Infelizmente, tudo normal.
Até que, ontem, o próprio Neymar resolveu "curtir" a publicação.
Quem "curte" nas redes sociais dá seu aval ao que a pessoa escreveu, postou. É a sua aprovação pública.
Neymar tem mais de 230 milhões de seguidores em todas as suas redes sociais. A maioria formada por jovens e adolescentes.
Ao dar sua aprovação, por mais que Neymar tenha sido criticado por Casagrande, a mensagem é outra. Dá toda margem, para quem analisa a sua curtida, a que ele considere certo ironizar o vício de Casagrande.
O ex-jogador vem, sim, sendo um crítico contumaz de Neymar.
E com fundamentos.
As críticas são duras porém construtivas.
O talento do jogador é desperdiçado por seu comportamento de celebridade.
Com o aval da Comissão Técnica da Seleção.
O resultado foi a Copa do Mundo de 2018.
Neymar deveria ouvir, analisar e corrigir o que está errado.
Não "bater palmas" para quem atinge seu crítico de forma mais torpe.
Casagrande se sentiu atingido, evidentemente.
Classificou a postura tanto do "humorista" quanto de Neymar como deboche ao vício.
"As críticas que faço ao Neymar sempre foram em cima de fatos, nunca usando qualquer tipo de problema pessoal que ele tenha. Portanto, Neymar, se a sua intenção foi me causar algum mal emocional, mostrando todo o seu lado preconceituoso, isso não aconteceu", escreveu no seu blog.
"Sofria muito no início, quando lia pessoas me chamando de drogado, viciado, cheirador. Não são críticas, são ataques preconceituosos. Não me surpreende de forma alguma quando uma pessoa como Neymar curte um post com essas perversidades, preconceitos e grosserias", admite Casagrande.
A situação é surreal, triste, deprimente.
Atinge o alvo inesperado.
Não Casagrande, que conta os dias desde que conseguiu parar de usar cocaína. Lutando para não voltar a cair na tentação.
Mas a imagem de Neymar, que deu seu aval à quem faz troça, ironiza a desgraça alheia.
Se não concorda com as cobranças, críticas, há duas saídas.
Ou argumente, mostre seu ponto de vista. Aos 30 anos e meio, ele tem toda condição de se posicionar. Ou, então, despreze o que o colunista escreve. E siga sua vida.
Curtir um ataque tão baixo é a reação mais decepcionante.
Até porque Neymar passou por episódios pessoais lastimáveis, que poderiam ser ironizados pelo comentarista.
O jogador do PSG precisa entender que as críticas são pela postura do atleta.
Pecados fora do gramado ele tem. E eles não são citados.
Casagrande não vai processar o "humorista".
Já deu a resposta ao camisa 10 de Tite.
O mundo do futebol acompanha, constrangido, mais um episódio envolvendo o principal jogador desta geração.
Em quem está depositada a esperança de conquista do hexacampeonato mundial.
A camisa 10 da seleção brasileira não merecia essa exposição...
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Depois de tantas festas e comemorações, os convocados compartilharam nas redes sociais a reação de ter o nome chamado pelo técnico Tite para defender a seleção brasileira na Copa do Catar. A maioria dos atletas, inclusive, apareceu rodeado de familiares. Entre compositoras a engenheiras, conheça as esposas dos jogadores do Brasil no Mundial:
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