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Cosme Rímoli - Blogs

As lágrimas no abraço de Willian e seu pai Severino, na volta ao amado Corinthians

Todo o envolvimento milionário de troca do Arsenal pelo Corinthians ficou para trás, na chegada do jogador ao Parque São Jorge. O abraço e as lágrimas do pai Severino foram muito mais importante que dinheiro

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

As lágrimas no abraço do pai Severino. Mistura de alegria, saudade e tristeza
As lágrimas no abraço do pai Severino. Mistura de alegria, saudade e tristeza

São Paulo, Brasil

A imagem foi singela demais, neste mundo capitalista selvagem.

Todo o dinheiro que o Corinthians terá de movimentar, R$ 1,5 milhão por mês, até o final de 2023. As libras esterlinas que Willian abriu mão até o final de 2022, R$ 1,3 milhão a cada 30 dias.

A movimentação que a diretoria de marketing faz para tentar encontrar uma empresa disposta a bancar pelo menos parte do salário milionário do jogador de 33 anos.


Tudo ficou para trás, diante de um abraço.

Depois dos protocolares abraços de Willian no presidente Adilson Monteiro Alves e o diretor de futebol e ex-presidente Roberto de Andrade, chegou a vez do meia envolver nos seus braços Severino da Silva, seu pai.


E o abraço foi longo, pungente, com Severino chorando muito.

Essa foi a cena mais importante do aniversário de 111 anos do Corinthians.


Tem explicação.

Severino é o responsável direto pela carreira de Willian.

Foi ele quem o incentivou quando era menino a joga futebol de salão no Ribeirão Pires Futebol Clube. Sabia que a única maneira do filho franzino se sobressair seria a habilidade.

Foi o domínio da bola e a velocidade que fizeram com que passasse em um teste no Corinthians, aos 10 anos. Desde então, Severino fez de tudo para o sonho do menino em se tornar jogador profissional desse certo.

Acompanhou o filho de perto no Parque São Jorge. 

Até se mudou para São Paulo para acompanhar a carreira do filho. Para que na folga não ficasse sozinho no Parque São Jorge. Não queria seu filho 'solto' em São Paulo.

Foi uma vida difícil ao lado da esposa Maria. Severino era vendedor de peças de carros.

Viu com orgulho Willian se firmar no Corinthians e ser escolhido por Kia Joorabchian, ex-presidente da MSI, para ser seu agente. E, aos 19 anos, o levar para a Ucrânia, para o Shakhtar Donetsk. E daí, ao Anzhi, do Daguestão, província russa. Depois, ao auge, no Chelsea.

E a frustrante ida ao Arsenal.

Willian apresentado oficialmente. Com a camisa do clube que mudou sua vida
Willian apresentado oficialmente. Com a camisa do clube que mudou sua vida

Severino sofreu muito com o péssimo desempenho do filho no clube londrino, rival do Chelsea. A imprensa inglesa não perdoou o fraco futebol de Willian. O que só piorou a angústia do jogador em não ser mais convocado por Tite, desde 2019.

Daí a alegria e a torcida de Severino para que seu filho, já com a vida financeira resolvida, voltasse ao Parque São Jorge. Tivesse o apoio da torcida, da imprensa, dos dirigentes. Recuperasse o respeito como jogador.

Os dois sofreram enorme baque em 2016, quando faleceu a mãe de Willian, de câncer. Ela queria muito que o filho voltasse a jogar no Brasil, perto dela. Com as netas Valentina e Manuela.

Juntando a alegria de ouvir a sirene tocando para saudar a volta do filho, no Parque São Jorge, com a tristeza de a esposa Maria não estar mais viva para ver esse momento, Severino chorou muito, abraçado ao filho.

Lágrimas de alegria e de tristeza, saudades ao mesmo tempo.

Foi o momento mais tocante.

Mais especial do aniversário de 111 anos do Corinthians.

O abraço amoroso entre um pai e um filho...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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