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As lágrimas de Neymar. Ele foi o menor dos culpados em mais uma Copa perdida. Os erros cruciais foram de Tite. A conta chegou

A conta chegou. O Brasil caiu pela quinta vez seguida em uma Copa. Eliminado nos pênaltis para a Croácia. A preparação foi fraca. Convocações equivocadas. Acabou para o Brasil o Mundial nas quartas de final

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Neymar foi o menor dos culpados. Representa uma geração que fracassou em três Copas
Neymar foi o menor dos culpados. Representa uma geração que fracassou em três Copas Neymar foi o menor dos culpados. Representa uma geração que fracassou em três Copas

Doha, Catar

Neymar sentado no meio de campo.

Chorando, desesperado, chorando.

Ele sabia que a conta maior cairá sobre ele.

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Por ser o grande talento de uma geração que fracassou em três Mundiais.

Daniel Alves foi até ele, tentou consolá-lo, mas Neymar chorava desesperado.

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Será a imagem que ficará marcada da participação do Brasil na Copa do Mundo do Catar.

Assim também como Tite, que encerra seu ciclo de seis anos de decepção na Seleção Brasileira.

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Fez história. Foi o único treinador a fracassar em duas Copas seguidas, completando o ciclo de seis anos.

Pela quinta vez seguida, o país caiu diante de um europeu. Mostrando o quanto foi falha a preparação para a Copa jogando por quatro anos com sul-americanos, africanos e asiáticos. Só fez uma partida contra a fraquíssima República Theca.

França, Holanda, Alemanha, Bélgica e, hoje, Croácia.

O Brasil caiu eliminado ainda nas quartas de final, pela eficiente Croácia, nos pênaltis.

Rodrygo e Marquinhos perderam suas cobranças.

Enquanto Majer, Vlasic, Modric e Orsic marcaram.

4 a 2.

São vinte anos de frustrante espera.

A última conquista foi em 2002.

A CBF promete mudar radicalmente os rumos da Seleção.

A expectativa é de um treinador estrangeiro, com competência internacional.

O primeiro tempo foi assustador para o Brasil. O time de Tite caiu na armadilha croata. O time conduzido por Modric tinha muito clara a determinação de não permitir que o Brasil começasse suas jogadas. Ia no nascedouro.

A bola não chegava a Neymar, a Vinicius Junior, a Raphinha, nem, muito menos, a Richarlison. Por um motivo. Ninguém tinha paz para sair com a bola a partir da intermediária brasileira. 

Como drones, os jogadores croatas davam aula de compactação. Com três linhas flutuantes, que não permitiram que nem Casemiro tivesse liberdade para sair com a bola dominada, com a cabeça levantada.

O Brasil visivelmente não esperava tanta intensidade. 

E sofria em dobro por não ter laterais ofensivos, com boa saída, habilidosos. Eram dois improvisados. O zagueiro Militão pela direita e pela esquerda, o lateral-direito Danilo.

A Croácia mantinha uma constância no preenchimento de espaço que irritava os brasileiros. Eles pareciam presos em uma teia de aranha. 

A marcação era justa. Mas faltava força nos contragolpes dos europeus.

Daí a monotonia dos primeiros 45 minutos de jogo, sem emoção.

A Croácia voltou para o segundo tempo da mesma maneira, trocando passes, buscando um jogo mais lento. Lembrando que o envelhecido time havia disputado suas quatro partidas com os titulares, ao contrário do Brasil contra Camarões. E ainda jogado a prorrogação diante dos japoneses, antes de ganharem nos pênaltis.

O cansaço permitia erros em passes, e divididas não eram mais tão garantidas. 

Por duas vezes, o ótimo Livakovic teve de salvar seu time. A primeira vez em uma rara avançada de Militão, que cruzou e Gvardiol desviou para o próprio gol. E segunda vez foi quando, em uma bola rebatida, Richarlison saiu da área e deixou Neymar livre. O chute saiu muito fraco, e o goleiro defendeu. 

O time brasileiro seguia sentindo falta de triangulações pela esquerda. O melhor preparo físico, no entanto, estava ajudando o confronto com o melhor time tático do Mundial. E já havia espaço para jogadas individuais.

Raphinha e Vinícius Júnior, no entanto, sem o apoio dos laterais brasileiros, acabaram sendo anulados facilmente pelas linhas compactadas croatas. E Tite decidiu trocá-los por Antony e por Rodrygo. Buscava mais improviso.

Lucas Paquetá e Neymar, de novo, foram abafados por Livakovic.

A Croácia fraquejava.

O Brasil atingia nove chutes a gol, contra apenas três dos europeus.

Eles não conseguiam mais equilibrar a posse de bola, como no primeiro tempo.

Era preciso paciência, mais foco nas finalizações, já que havia sobra de bola para os atacantes brasileiros.

Quem estava se poupando para o último terço de campo era Neymar. Ele andava quando a Croácia saía com a bola dominada.

Aos 37 minutos, Tite tirou Richarlison. Apostou em Pedro. Buscando um cabeceador, capaz de mudar a forma de o Brasil atacar. Em vez de tentar no toque de bola, também passaria a poder apelar para os cruzamentos aéreos.

A tensão dominava o estádio. 

A Croácia sempre se mostrou o time mais frio do Mundial. 

TIte não permitia que Casemiro e Lucas Paquetá abandonassem a intermediária, temendo contragolpes. O pior era que Antony e Rodrygo seguiam órfãos.

O jogo passou a ser de uma pobreza ofensiva enorme.

E terminou 0 a 0.

O Brasil voltava a disputar uma prorrogação em Copa do Mundo depois de oito anos — a última vez foi em 2014, contra o Chile.

A iniciativa continuou do time de Tite.

Havia jogadores que estavam claramente desgastados, como Militão.

Neymar parecia poupar forças.

Não se expunha como normalmente.

O time precisava dele.

O primeiro tempo da prorrogação estava passando. A pressão brasileira não era efetiva.

Até que, aos 14 minutos, a estrela de Neymar brilhou.

Ele pegou a bola na intermediária, procurou Rodrygo, a defesa croata foi se encolhendo. Descobriu Lucas Paquetá, que o serviu. O péssimo lateral Sosa não conseguiu acompanhar Neymar. E ele com muito talento driblou o goleiro Livakovic. 

E estufou a rede croata.

Com justiça, Brasil 1 a 0.

O estádio inteiro Education acreditou que o jogo estava terminado.

Só que no segundo tempo da prorrogação o Brasil, de forma ingênua, estava aberto.

E aos 11 minutos, faltando quatro apenas, tomou o gol de empate.

De contragolpe!

Casemiro e Fred estavam adiantados.

Vlasic arrancou e tocou para Orsic.

O cruzamento encontrou Petrockic, que bateu de primeira.

A bola desviou em Marquinhos e traiu Alisson.

1 a 1.

Um castigo tático que o Brasil mereceu.

Vieram os pênaltis.

E o adeus à Copa do Mundo do Catar.

O fracasso não foi por acaso.

Nasceu na preparação, na convocação de Daniel Alves, por exemplo, na escalação de Alex Telles contra Camarões, quando Alex Sandro já estava machucado.

O Brasil enfrentou a Croácia com dois laterais improvisados.

E nas trocas de Tite, que tirou Vinícius Júnior cedo demais.

Colocar o caçula do time, o jogador mais jovem, para começar as cobranças.

Neymar é o menor dos culpados desta vez.

Enquanto os jogadores choravam, Tite foi para o vestiário.

Ele era o comandante brasileiro, aqui no Catar...

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