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Andrés avisa. Corinthians não quer volta imediata do Paulista

O dirigente trava os planos da Federação Paulista de Futebol, que articula a volta aos campos em junho. Como o Palmeiras, Corinthians é contra

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Andrés não aceita a volta do futebol em plena alta dos casos de coronavírus
Andrés não aceita a volta do futebol em plena alta dos casos de coronavírus

São Paulo, Brasil

Andrés Sanchez conversou com os dirigentes mais próximos da sua diretoria.

E decidiu expor a posição do Corinthians.

Com o apoio do grupo político que o elegeu, e que domina o clube desde 2007, Andrés deixou claro em carta aberta à população.


Como não há unidade no país em relação à volta do futebol, o clube mais popular de São Paulo não quer entrar em campo agora.

É contra o retorno enquanto a epidemia do coronavírus estiver na curva ascendente.


Ou seja, não apoiará a postura da Federação Paulista de Futebol, que deseja a volta do Campeonato Paulista já em junho.

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O Corinthians quer jogar futebol, mas sem risco algum.


A postura de Andrés é surpreendente, já que seu clube vive grande dificuldade financeira.

E atrapalha os planos de Reinaldo Carneiro Bastos.

O presidente da FPF acreditava que só o Palmeiras se colocaria contra a volta do futebol em junho, por ter o respaldo da Crefisa.

A postura corintiana abala as convicções de Bastos.

Aqui, a inesperada carta que Andrés tornou pública...

"Depois de 23 mil mortes causadas pela covid-19, todo debate é menor. Por isso, em nome do Corinthians, manifesto antes nossa solidariedade a cada brasileiro afetado por doença, luto, ou prejuízo profissional. Tudo isso importa.

E é legítimo que o futebol – como qualquer setor – procure saídas junto ao governo federal e a seus respectivos estados, prefeituras e federações, a fim de impedir um aprofundamento da crise na atividade. É preocupante, porém, que o Brasil viva um cenário muito diferente daqueles países que retomam suas ligas.

A queda de receitas já obrigou muitos clubes a executar cortes e demissões. O Corinthians tem adotado medidas de austeridade, como a redução temporária de salários e jornada, apoiada na MP 936. Fazemos e refazemos as contas diariamente, mas somos realistas: trata-se da pior epidemia no país nos últimos 100 anos, e nenhuma atividade econômica sairá dessa sem transformações inevitáveis.

No Corinthians, não será diferente. O que não muda é o nosso compromisso com um futebol forte como carro-chefe e a parte social como tradição, e é para isso que estamos trabalhando. Como também vemos o clube como um veículo capaz de impactar mais de 30 milhões de torcedores via mídias digitais, levamos informação útil e iniciativas solidárias, com o sonho de terminar a pandemia sem nenhum torcedor a menos.

Andrés vê como precipitada a volta do futebol. E não aceita expor os jogadores
Andrés vê como precipitada a volta do futebol. E não aceita expor os jogadores

Somos testemunhas dos elogiáveis esforços da CBF, da Federação Paulista de Futebol e de outros clubes. Mas é preciso repensar, de forma ampla, o papel do futebol e sua influência nesse jogo.

Na Alemanha, houve diálogo intenso entre todos os agentes políticos e esportivos, e um princípio foi claro para a Bundesliga: o futebol não pode se antecipar ao controle da pandemia. Quando a sociedade confiou no sucesso do combate alinhado entre governo e estados alemães, a Bundesliga finalmente retomou seus jogos em sincronia, no último dia 16. Houve responsabilidade com seu produto, seus astros e seu público.

O futebol brasileiro, porém, caminha para outra direção.

Se o combate ao vírus não tem alinhamentos entre os governos, no futebol as reações estão ainda mais fragmentadas.

Com decisões facultadas aos Estaduais, criam-se ruídos. O futebol perde muito como produto quando transmite que, para a bola rolar, basta decidir qual clube está mais pronto, ou qual estado está mais disposto a riscos, enquanto se somam mais de mil óbitos por dia.

Em 2020, a Série A tem 20 clubes de nove estados, cada um com panoramas distintos da doença. Isso pede um trabalho mais coordenado entre governos, clubes e federações. Num esporte coletivo, não dá para jogar sozinho.

Sem isso, qualquer retorno apenas adiará a próxima pausa forçada, em que os clubes vão, de novo, agonizar. Como negócio sustentável, o futebol só poderá voltar depois de uma articulação eficiente, focada tanto no bem-estar das pessoas quanto na segurança da Saúde nos estados envolvidos."

Quiz: você consegue acertar o nome verdadeiro desses jogadores?

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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