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Ancelotti realista. O Brasil chegará competitivo, forte na defesa na Copa. Como era o ‘seu’ Real Madrid. Virada do Japão, e da Croácia no Catar, são marcos. Seleção campeã de Parreira serve como exemplo

O italiano percebeu que não pode seguir o caminho da utopia. A pressão no Brasil é que a Seleção priorize o ataque. Mas está claro, para Ancelotti, que ideal é repetir o que fez com sucesso na sua carreira. Fazer um ‘jogo seguro’, e não vistoso, como a Seleção de 1994, para ser campeão

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Dunga e Mauro Silva deram consistência defensiva, equilíbrio, para o Brasil ganhar a Copa de 1994. Para admiração do jovem Ronaldo Fenômeno Divulgação/Site oficial da Conmebol

A eliminação da Copa de 2022 do Brasil é um dos exemplos.

Carlo Ancelotti já há havia examinado com profundidade.


O Brasil vencia a Croácia nas quartas-de-final no Catar, gol de Neymar, aos 15 minutos da prorrogação.

E a Seleção seguiu atacando.


Tite não controlou o time.

Em um contragolpe, aos 11 minutos do segundo tempo da prorrogação, Bruno Petkovic empatou.


E o time europeu venceu nos pênaltis por 4 a 2.

Outra imagem relevante ao italiano.


Sob seu comando, há um mês, o Brasil vencia o Japão por 2 a 0, mas os jogadores, e até o treinador, empolgados, seguiram atacando. Mesmo tomando um, dois gols. Resultado, perdeu a partida por 3 a 2, em Tóquio.

“A história da penúltima vitória do Brasil em Copas do Mundo estava focada na defesa. Não gostava muito do jogo.

“Lembro da Copa de 1994, a equipe era muito sólida, com dois atacantes, duas linhas de quatro e com Romário e Bebeto na frente para fazer a diferença.

“É um aspecto muito importante para o próximo Mundial: uma defesa sólida ajuda os jogadores de qualidade a fazer a diferença.

“Defender bem é um aspecto fundamental.”

Não foi por acaso que ele testará amanhã, contra o Senegal, em Londres, seu jogador de confiança, na defesa do Real Madrid, Eder Militão, na última linha, pela direita.

“Militão tem um perfil diferente dos outros laterais direitos, pode ser Wesley ou Vanderson. Vou pedir algo de diferente qualidade e maneira de jogar.

“É uma opção que podemos ter na Copa do Mundo, de dar mais solidez ao time atrás, mas sofremos três gols contra o Japão, avaliamos os erros e tentamos melhorar nesse aspecto para fazer um bom jogo”, assumiu o técnico, sem meias palavras.

Militão será um ‘falso’ lateral, ao lado de Marquinhos, Gabriel Magalhães e Alex Sandro.

Com Casemiro e Bruno Guimarães protegendo o setor defensivo.

Rodrygo será o elo entre o meio-campo e um ataque poderoso.

Estêvão, Matheus Cunha e Vinicius Júnior.

Ancelotti viu os graves erros na virada que o Brasil tomou do Japão. Não quer que aconteça outra vez. Por falta de marcação Divulgação/CBF

Ancelotti sabe que os senegaleses, classificados para a Copa, têm como característica a velocidade, a explosão nos contragolpes. E a força física na disputa pela bola nas intermediárias.

Daí a necessidade de o Brasil mais equilibrado, seguro, quando precisar se defender.

Ancelotti percebeu na prática o que já supunha.

A pressão não só da imprensa deste país, mas da própria CBF para que, com ele, a Seleção resgate o protagonismo, as vitórias consagradoras.

Mas para se tornar o treinador mais vencedor do mundo atual, ele várias vezes montou suas equipes para marcar forte. Sem o menor constrangimento.

Nas avassaladoras duas passagens pelo Real Madrid, ele não ganhou 15 títulos, entre eles três Champions, escancarando a equipe. Muito pelo contrário.

Inúmeras vezes, mesmo com seu time recheado de craques, se defendeu muito, para ganhar jogos importantes nos contragolpes.

Ancelotti é pragmático.

Por isso entende tão bem a Seleção de 1994, comandada por Parreira, que foi campeã. Mas não desperta saudade aos brasileiros pela maneira sem brilho que atuava.

Com as duas linhas, a de zaga e a do meio-campo próximas, recuadas. Deixando o ataque para a explosão de Bebeto e Romário.

Daí também a importância de Casemiro e Bruno Guimarães, que se mostram titulares absolutos do Brasil.

O vivido Fabinho, de 32 anos, que joga no Al-Ittihad, não foi chamado por acaso. Ele tem esse poder defensivo.

“São muito importantes, têm feito bons jogos com boa qualidade e confio muito neles.

“Temos que encontrar jogadores que possam jogar nesta posição e por isso o Fabinho está aqui. Estou contente com os treinos, vamos ver se ele tem minutos amanhã ou terça-feira (contra a Tunísia).”

Ou seja, o que aconteceu na Copa do Mundo de 2022, com o Brasil vencendo na prorrogação, por 1 a 0, e atacando com cinco jogadores, tomando gol no contragolpes, a quatro minutos de uma classificação para a semifinal de uma Copa do Mundo, não acontecerá com Ancelotti.

Não se deixará empolgar pelos jogadores como fez Tite.

“Quando o Mister (Ancelotti) quer o time marcando, ele coloca sim para preencher os espaços, dificultar aos adversários. O Real Madrid sempre foi ofensivo com ele, quando era para ser. Mas de vez em quando tinha de marcar. E a gente sempre marcou muito bem”, relembra Casemiro.

Ancelotti não conquistou 31 títulos como treinador na Espanha, Alemanha, Itália e Inglaterra, por acaso.

Sabe como comandar seus jogadores.

E como ganhar.

Sem ter vergonha de fazer o time defender.

O que interessa é ser campeão.

Simples assim...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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