Acabou a proteção a Gabigol. Leonardo Jardim não tolera indisciplina e nem privilégios. No Cruzeiro não haverá espaço para expulsões infantis
O treinador português é conhecido por sua rigidez com os atletas que treina. Não aceita que sabotem seus treinamentos nos jogos. Foi o que Gabigol fez ontem. Deu uma cotovelada proposital em Lyanco, do Atlético. Expulso aos 29 minutos. Acabaram as desculpas
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Gabigol calou o Mineirão, ontem.
Não da maneira que estava acostumado.
Marcando gols pelo Flamengo.
Mas por uma tola, infantil, expulsão.
Eram apenas 29 minutos do primeiro tempo.
Irritado com a marcação de Lyanco, decidiu agir.
De propósito deu uma fortíssima cotovelada no zagueiro atleticano.
Gesto que até alguns selvagens infiltrados nas organizadas repudiaram.
Frustração para os 60 mil cruzeirenses espalhados no estádio, que formavam torcida única.
Não havia nada de coragem, só irresponsabilidade.
A expulsão foi mais do que merecida.
Sem seu atacante mais contundente, ídolo maior, o interino Weslei Carvalho nada pôde fazer.
Recuou a equipe, sonhando em segurar o 0 a 0.
Cássio fez fabulosas defesas.
Mas o Atlético tinha Hulk, o atacante que ‘duelaria’ com Gabigol.
Aos 38 anos, ele fez o que se espera de um artilheiro que ganha milhões de reais.
Marcou os dois gols que decretaram a vitória do rival do Cruzeiro, no campo do adversário.
Gabigol repetiu, nos vestiários, o que aprendeu a fazer no Flamengo, quando cometia erros infantis.
“Pedi desculpas. A derrota foi culpa minha. Por mais que eles me ajudaram muito, e o estafe também me ajudou bastante…
“A gente teve uma semana incrível de trabalho e estava muito convicto que poderia ganhar. Tanto que quando estava 11 contra 11, a bola era nossa, e eles mal chegavam no nosso gol. Aí quando fui expulso, foi outro jogo e eles acabaram vencendo.”
Ou seja, Gabigol sabe muito bem o quanto sabotou a ‘semana incrível de trabalho’ com sua expulsão.
Ele não recebeu qualquer punição por parte da direção cruzeirense.
Não houve multa, nada.
Só que este escudo invisível ao ídolo contratado vai acabar.
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A imprensa portuguesa não cansa de repetir que Leonardo Jardim tem o perfil fortíssimo.
Ele é líder do grupo que comanda.
Não tolera indisciplinas.
Se impõe de forma muito forte, diante do elenco.
O grande exemplo foi o trabalho espetacular no Monaco.
Ele mudou o status do clube, ganhando o Campeonato Francês.
Levando a equipe à semifinal da Champions League.
Mbappé surgiu nas suas mãos e sabe.
Não teve regalias.
Pelo contrário, apesar de seu grande talento, trabalhava e era mais cobrado que os outros.
Ele será apresentado hoje como treinador.
Acertou contrato até dezembro de 2026.
De acordo com a imprensa mineira, receberá R$ 2,5 milhões.
E, o mais importante, terá ‘carta branca’ para agir.
Ou seja, ninguém no elenco estelar montado pelo Cruzeiro será poupado.
A começar por Gabigol.
Evidentemente, hoje, na apresentação, não será declarada ‘guerra’ aos jogadores.
Mas eles irão perceber que terão um treinador muito diferente do que foi, por exemplo, Fernando Diniz.
Jardim é adepto da hierarquia, do comando firme.
A vida no Cruzeiro vai mudar.
A começar pela de Gabigol...
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