São Paulo, Brasil
Só no dia 4 de janeiro, Duílio Monteiro Alves assumirá a presidência do Corinthians.
Andrés Sanchez, homem que domina politicamente o clube há 13 anos, segue mandando de maneira centralizadora como sempre, mesmo tendo 'homenageando' seus vices, os deixando 'assumir' a presidência', nestes últimos dias.
Sanchez está cuidando efetivamente do futebol desde a demissão de Tiago Nunes, no dia 11 de setembro, quando o clube caminhava para o rebaixamento. Arriscou dar o cargo ao ex-jogador Coelho, treinador da categoria sub-20. Foi uma experiência desastrosa.
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Quando Andrés Sanchez foi sondar o mercado, ele acabou pressionado por amigos e mesmo companheiros de diretoria. Luiz Felipe Scolari estava desempregado e não via problemas para assumir o Corinthians.
Só que Andrés lembrou de algo fundamental. A identificação de Felipão com o Palmeiras. Não queria que acontecesse no Parque São Jorge a rejeição ao caríssimo treinador. Repetindo o que o Palmeiras fez com Mano Menezes.
A ala mais jovem de conselheiros queria Sylvinho. O ex-lateral do Corinthians, ex-assessor de Tite, que está morando na Espanha, desde que foi demitido de sua passagem-relâmpago pelo Lyon. Aliás, ele recusou projeto para comandar a Seleção Olímpica para se aventurar no futebol francês.
Andrés 'democraticamente' optou por Vagner Mancini.
A escolha foi sua.
Pelo 'perfil'.
Ou seja, um treinador barato, que aceitou o contrato de risco. Embora tenha sido anunciado até o final de 2021, ele poderia ser demitido em janeiro. Caso o candidato de Andrés, Duílio Monteiro Alves, não vencesse a eleição à presidência.
Andrés sabe o quanto prejudicou a montagem do time, com seu descabido acordo para pagar a arena, que sugava as finanças corintianas.
Tanto que as missão de Mancini era clara.
Fugir do rebaixamento.
Ao ouvir as palavras 'Corinthians' e 'convite', Mancini tratou de virar as costas ao ótimo trabalho que fazia no Atlético Goianiense.
E assumiu.
Desde então, aos trancos e barrancos, ele conseguiu primeiro estruturar o sistema defensivo. E está apelando para a intensidade, vibração, correria, velocidade para compensar a falta de talento do meio para o ataque.
Andrés está 'encantado' com o trabalho de Mancini.
O dirigente tem acompanhado o dia-a-dia do time, chegando a dormir na concentração, até como um ritual de despedida.
E está muito satisfeito com o desempenho do time.
Sua empolgação chegou até Duílio Monteiro Alves.
O comportamento do time contra o São Paulo, a reação na tabela do Brasileiro, a 13 pontos da zona do rebaixamento e a oito pontos da área de classificação para a Libertadores.
Tudo isso fez com que Andrés e Duílio concordem.
O pensamento é manter o treinador até depois do Brasileiro.
O fim da competição nacional não será o fim do seu trabalho, como muito se cogitou no Parque São Jorge.
Andrés acredita que ele mereça ter a chance de montar uma equipe muito mais poderosa em 2021, com a mudança no pagamento do empréstimo para a construção do estádio. Com o clube ficando com parte da arrecadação, quando acabar essa pandemia.
Vivido, Mancini já percebeu a mudança de rumo.
Daí a sua cobrança nos vestiários ser muito mais forte.
Ele sente que o período de 'teste' passou.
Será também o 'treinador de Duílio'.
Mas, esperto, seguirá exigindo o máximo dos seus jogadores.
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