‘Abri mão de casamento, filhos. Pelo meu sonho. Ser bandeira da FIFA. Meu pai era contra. Nunca assistiu a uma partida minha no estádio. Foi sofrido.’ Nadine Basttos
Não bastasse a luta contra o preconceito como bandeira, ela se tornou a primeira mulher comentarista de arbitragem do Brasil. Se tornou a melhor. ‘Depois da final da Champions, quero comentar um jogo de Copa do Mundo. Vou conseguir"

A melhor comentarista de arbitragem do Brasil tem nome e sobrenome.
Nadine Basttos.
Uma guerreira.
Filha da classe média alta de Itajaí, cidade de Santa Catarina, tinha traçado o caminho de sua vida.Ser dentista como pai.
Só que, caçula, com dois irmãos homens, se apaixonou pelo futebol. Queria ser jogadora. Não conseguiu. Mas uma amiga, Maira, a convidou para fazer o curso de arbitragem e aí, sim, descobriu a verdadeira vocação.
Seguiu com a Odontologia, mas o prazer estava em apitar.Árbitra severa começava a se empolgar, quando chegou o preconceito.“Eu ouvi: melhor você ser bandeira do que árbitra. Terá mais espaço na carreira.”
E foi o que ela, a contragosto foi fazer. Mas outra surpresa. Se tornou a melhor auxiliar de Santa Catarina, por cinco anos seguido. Seu talento instintivo e muito trabalho a tornaram a melhor do Brasil. Loira, muito, trança com gel. Corpo atlético.
Logo surgiram convites para posar para revista masculina.
Inclusive a Playboy insistiu muito.
Negou.
“Respeito quem fez. Mas pude seguir a minha vida sem esta exposição.”
De personalidade forte, enfrentou críticas de torcedores e jornalistas, pelo simples fato de ser mulher. Só que era impossível não se render à sua competência. Mas ninguém sabia os dramas pessoais.
O pai jamais aceitou o fato dela trabalhar no futebol e não se focar na Odontologia. Nunca foi assistir a uma partida no estádio na qual ela trabalhasse. Ele não queria tocar no assunto.
Ao mesmo tempo via seus relacionamentos amorosos falirem.
“Meus namorados não aceitavam as minhas viagens para trabalhar com outros homens, os árbitros.“Não havia nem como pensar em filhos. “Não há uma árbitra que teve filho e voltou em alto nível. Mulheres árbitras da elite do futebol abrem mão de coisas fundamentais na vida pessoal. E que as pessoas nem imaginam.
”Depois de uma carreira importante, abrindo caminho para outras mulheres.
Nadine foi convidada para ser a primeira comentarista de arbitragem. “Foi na Fox Sports. Estava no caminho para acabar a minha carreira. Tinha 34 anos, meu joelho já estava me incomodando. Pensei e decidi ir para a televisão.”
Com muita coragem, facilidade de comunicação, sinceridade, ganhou respeito dos telespectadores, dos jornalistas e dos próprios árbitros. “Perdi algumas amizades por ser sincera. Mas faço o meu trabalho. E da maneira mais honesta, como sou como pessoa.”
Nadine saiu da Fox, convidada pela Globo. Resolveu deixar a emissora carioca para ser a principal comentarista de arbitragem no SBT.Onde trabalha com muita competência.
“Me falaram que eu era louca em sair da Globo. Mas foi uma escolha que me fez muito feliz. Aprendi muito na Fox e na Globo. Mas estou realizada no SBT.”
Nadine segue com metas na vida.
‘Fui a primeira comentarista de arbitragem na final de uma Champions League. Meu sonho agora é comentar em uma Copa do Mundo. Este momento vai chegar...“
A entrevista com Nadine Basttos é uma das mais importantes do canal Cosme Rímoli
Toda semana há uma entrevista exclusiva.
Já são mais de 120 personagens ligados ao esporte.
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