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Cosme Rímoli - Blogs

Abel Ferreira e Dorival Júnior. Os nomes mais fortes para sucederem Tite após a Copa. As candidaturas de Cuca e Diniz derreteram

A setenta dias da final da Copa do Catar, a pressão na CBF dos aliados de Ricardo Teixeira e de Marco Polo aponta Abel e Dorival como os treinadores ideais para assumir o Brasil depois de Tite

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Abel e Dorival Júnior são, hoje, os grandes favoritos para sucederem Tite, após a Copa
Abel e Dorival Júnior são, hoje, os grandes favoritos para sucederem Tite, após a Copa

São Paulo, Brasil

Como muitos políticos desse país, as candidaturas de Renato Gaúcho e Cuca para a Seleção Brasileira se derreteram de modo irreversível, nos dez meses de 2022.

No meio de 2021, quando comandavam Flamengo e Atlético Mineiro, estavam à frente. Não saíam das bocas dos dirigentes da CBF. Muitos representantes dos ex-presidentes Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero.

Renato teve a grande chance com o Flamengo na Libertadores. Seu trabalho já vinha decepcionando, quando veio a grande queda na decisão, com a equipe rubro-negra travada pelo Palmeiras. Saiu da derrota na final já sem emprego.


Cuca teve 2021 fabuloso, com a conquista do Brasileiro, da Copa do Brasil, do Mineiro. Só tropeçou diante do Palmeiras, na semifinal da Libertadores, de forma injusta.

Por cima, Cuca anunciou sua saída estratégica. Teria o ano de 2022 sabático, para cuidar da família, mas também estudar, se aprimorar, esperar a saída de Tite, depois da Copa. E assumir seu lugar, já que contava com passagens importantíssimas pelo Atlético, campeão da Libertadores de 2013, Brasileiro também pelo Palmeiras.


Mas cedeu à tentação de voltar ao Atlético, após a decepção com Turco Mohamed. Foi sua desgraça. Fracassou na Libertadores, no Brasileiro. Perdeu todo o prestígio que tinha. Jogou fora com seu retorno emotivo.

No páreo, hoje, dia 8 de outubro de 2022, são três nomes que chegam constantemente para o presidente Ednaldo Rodrigues. 


Abel Ferreira, Dorival Júnior e Fernando Diniz.

Todos têm prós e contras, diante da filosofia da CBF.

A ala paulista, dos aliados de Marco Polo del Nero, defendem o treinador palmeirense. Bicampeão da Libertadores, vencedor da Copa do Brasil e que tem as duas mãos no Brasileiro de 2022. É o melhor dos três no currículo, no equilíbrio tático, na visão europeia do futebol e do contexto do país diante do cenário mundial.

Mas, os aliados de Ricardo Teixeira, alegam dois graves problemas. O primeiro é o fato dele ter nascido em Portugal. Há ainda xenofobia em relação ao cargo de técnico da Seleção. Eles se comportam como se fosse um direito divino, reservado apenas a quem nasceu nos 8.516.000 km² de área do Brasil.

E o segundo problema está na personalidade de Abel. Que parece a Ednaldo ser forte e incapaz de seguir o mesmo molde de Tite, que aceitou inúmeros jogos inúteis, a falta de intercâmbio com seleções europeias. E privilégios absurdos para o mimado Neymar.

Mas ele conta com a admiração pessoal de Ednaldo, seduzido por seu trabalho impecável no Palmeiras. Hoje ele seria o grande favorito ao cargo.

Correndo por fora, está o inesperado Dorival Júnior. No dia dez de outubro, ele completará só quatro meses de Flamengo. Com um trabalho intenso, mas simples, conseguiu fazer que o melhor elenco do país entrasse nos eixos.

Fez tudo o que o ex-técnico português Paulo Sousa sonhava: conseguiu tirar todo o potencial do melhor elenco da América do Sul. Colocou a objetividade a serviço do talento.

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Vencendo esses títulos, ele ficará apto à briga com Abel Ferreira. Por ter nascido em Araraquara. O período ruim que passou nos últimos cinco anos, seria esquecido, pela postura volúvel dos representantes de Ricardo Teixeira na CBF. Eles lembram, inclusive, que Dorival superou uma doença terrível e voltou ainda melhor como técnico.

Quem despencou nesta corrida foi Fernando Diniz. O treinador apontado como o mais moderno do país, fracassou na semifinal da Copa do Brasil diante do ortodoxo Corinthians, de Vítor Pereira. E caiu nos jogos decisivos, quando poderia sonhar em brigar pelo Brasileiro.

Diniz não tem sequer um título importante na carreira. Ele só consegue fazer suas equipes atuarem em planos táticos de dois, três anos de uso na Europa. Daí a onda de comentaristas esportivos apaixonada por ele. Mas quando chega nas fases decisivas dos torneios, seus times fracassam. Com o defeito crônico de não conseguirem ser equilibrados, marcarem muito mal.

A Copa do Mundo terminará no domingo, dia 18 de dezembro. 

A previsão mais otimista da direção da CBF coloca o time de Tite jogando neste dia, na decisão. 

Apesar de banidos do futebol, Ricardo Teixeira e Marco Polo seguem com muito poder na CBF
Apesar de banidos do futebol, Ricardo Teixeira e Marco Polo seguem com muito poder na CBF

Mesmo se o sonho se confirmar, na segunda-feira, dia 19 de dezembro, o Brasil não terá mais treinador. O novo nome precisa estar mais do que definido para o novo ciclo, até a Copa de 2026.

Os grandes nomes mundiais, como Pep Guardiola, Klopp e Carlo Ancelotti estarão no auge da Champions League e será quase impossível largarem o Manchester City, o Liverpool e o Real Madrid para trabalhar na CBF.

A escolha deverá ser de um nome que está trabalhando no futebol brasileiro.

Essa disputa tem elementos distintos: políticos, xenofóbicos, tradicionais.

Os favoritos são Abel Ferreira e o surpreendente Dorival Júnior.

Eles sabem: esses dois meses e dez dias serão fundamentais para a escolha.

Tite quer um brasileiro,desejava Cuca, que 'derreteu', para não abrir o mercado a estrangeiros. Sonhando com uma possível volta.

Ednaldo é mais modernista e abre a possibilidade para um estrangeiro. Já foi defensor de Jorge Jesus, que vive péssima fase.

Nele reside a esperança de Abel Ferreira.

O grande problema está na guerra de influência de Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero.

Apesar de banidos do futebol, jamais perderam influência nas principais decisões da CBF.

E escolher um novo técnico da Seleção tem implicações enormes.

Daí a guerra silenciosa por Abel e Dorival...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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