Abel Ferreira dá o quarto título ao Palmeiras. Desta vez, a inédita Recopa Sul-Americana
O Palmeiras dominou a final da Recopa Sul-Americana. Não deu a menor chance para o acovardado Athletico Paranaense. 2 a 0. Foi o quarto título de Abel Ferreira: duas Libertadores, Copa do Brasil e o título de hoje
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Quatro minutos do segundo tempo.
Zé Rafael bate falta da entrada da área, do lado esquerdo.
O toque é firme e preciso.
O excelente goleiro Santos se estica, toca na bola, mas não é suficiente para evitar que ela chegue à rede.
42 minutos do segundo tempo.
Atuesta rouba a bola na intermediária, desce em velocidade, e serve o onipresente Danilo, que chuta cruzado, rasteiro, sem chances para Santos.
Os gols garantiram a merecida vitória do Palmeiras sobre o Athletico Paranaense, por 2 a 0, e a conquista inédita da Recopa Sul-Americana.
Foi o quarto título de Abel Ferreira, em oito decisões sob o comando do português, depois de apenas um ano e cinco meses. Ele conquistou a decisão entre o campeão da Libertadores diante do campeão da Sul-Americana, que escapou no ano passado, diante do Defensa y Justicia.
Abel chegou à conquista do terceiro torneio internacional.
O técnico muito emocionado, com o segundo gol, chutou uma garrafa de água. E ela voou em direção ao banco do Athletico Paranaense. E acabou expulso.
"Sou um cara que trabalha muito e hoje fui coroado. A gente pressionou, espírito forte , de lutar. Ano passado escapou e esse ano não podia deixar isso acontecer. A gente trabalha muito, treina e sabe que é dificil acertar uma batida dessa. Estou muito feliz. Acho que fica marcado na história, nas páginas do clube, era um título que o Palmeiras não tionha. Quando olharem nossos nomes lá estaremos marcados na história", comemorava Zé Rafael.
Depois do sofrido 2 a 2, na arena da Baixada, na semana passada, o treinador palmeirense tratou de colocar seu time de maneira diferente. Mais ofensiva, para buscar a vitória no Allianz Parque e conquista da Recopa.
Com Verón em campo e Gustavo Scarpa na reserva, o plano tático era abrir a previsível armação tática defensiva de Alberto Valentim. O plano tático diferente era para encontrar espaço entre as duas linhas de marcação, no 4-5-1 do time paranaense.
A estratégia foi planejada para que Dudu e Rony tivessem espaço pelas laterais do campo, com Veron atuando como 'falso centroavante'. Raphael Veiga tinha mais liberdade para atuar do meio para a direita da intermediária ofensiva. Danilo e Zé Rafael eram mais meias do que volantes.
Valentim exagerou no medo do Palmeiras. Na semana passada, seus jogadores mostraram força para, ao menos, enfrentar o milionário elenco paulista.
Com as linhas muito recuadas, só se sujeitou a aceitar o domínio palmeirense e se desdobrar para não sofrer gols. Nem contragolpes era possível articular, com o lento Pablo isolado no ataque.
Abel decidiu, no intervalo, outra vez apostar na velocidade e poder de drible de Wesley, passando Rony para jogar como o falso centrovante.
A dinâmica da partida não mudou.
Só que tudo complicou de vez para o time paranaense, logo aos quatro minutos, quando Zé Rafael cobrou com perfeição a falta que sofreu, da entrada da área.
1 a 0, Palmeiras.
Perdendo o jogo, Valentim resolveu abrir seu time.
E quase toma mais gols.
Rony deu uma lindíssima bicicleta que Santos espalmou aos oito minutos.
Wesley chutou por cima ótima oportunidade.
O Athletico colocou o atacante John Mercado e o meia Marlos, e adiantou seu time, para tentar marcar sob pressão o Palmeiras. Só que seus jogadores estavam desgastados, cansados de tanto defender no primeiro tempo. E deixavam espaços para contragolpes do time de Abel Ferreira.
E tudo ficou definido aos 42 minutos, quando Atuesta roubou a bola da intermediária atleticana e serviu Danilo.
O tricampeão da Libertadores comemorava mais um título, o primeiro de 2022.
Mais que isso, evidenciava a eficiência espantosa do trabalho de Abel Ferreira.
Oitava final em um ano e cinco meses de trabalho.
O elenco ganhava confiança para lutar para vencer, de novo, a Libertadores.
Para voltar a decidir o último título ainda inédito no clube.
O Mundial...
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.