São Paulo, Brasil
"Acho que o Corinthians vai conseguir coisas grandes.
"Pelo que vi hoje."
Fosse a definição de Vítor Pereira, nenhum estranhamento, já que foi sua estreia.
Mas as frases são de Rogério Ceni, treinador do São Paulo, que venceu o Corinthians, de Vítor, por 1 a 0, no Morumbi.
Ele estava se referindo às mudanças táticas, à pressão, às triangulações. Ao sofrimento que foi para o São Paulo segurar o resultado, depois de marcar 1 a 0, aos 52 segundos, com Calleri.
O sufoco aconteceu principalmente no primeiro tempo, enquanto os jogadores do Corinthians ainda não haviam cansado. Vale a pena destacar que o time do Parque São Jorge entrou em campo com sete atletas com mais de 31 anos, como alertou meu amigo PVC.
E o português demonstrava seu nervosismo, continha a irritação, pela derrota logo na sua primeira partida como comandante do Corinthians.
A primeira atitude foi defender seus veteranos Renato Augusto, Paulinho, Willian, Giuliano, Cássio, Fagner e Gil.
"Em relação aos experientes, temos que jogar um jogo onde nós controlamos o ritmo e a bola. E é isso que vamos tentar fazer."
Ele está mais do que ciente que o Corinthians não tem capacidade física para pressionar o adversário, ter intensidade durante os 90 minutos. O que aconteceu no Morumbi, com o time não suportando o ritmo no segundo tempo, tentará ser solucionado com a equipe tendo inteligência para dosar o toque de bola, as investidas, a marcação por pressão.
Vítor deixou claro que o gol aos 52 segundos e a demora para o início da partida, após o aquecimento, por conta do apagão e a chuva de granizo, foram os vilões da derrota.
"Acho que o gol no começo condicionou um pouco. O gol no começo e a chuva que caiu, que não podemos controlar. O campo ficou muito pesado, dificultando a circulação da bola. O que tínhamos feito no aquecimento acabou neste período esperando a luz voltar. Tivemos essa desconcentração, enquanto o São Paulo entrou no jogo desde o primeiro minuto. Demoramos para reagir. Quando reagimos, já tínhamos concedido o primeiro gol.
"O campo ficou pesado, também condicionou o aspecto tático do jogo. Nós começamos a circular a bola com mais qualidade, rodamos de um corredor para o outro, encontramos espaços, tivemos combinações interessantes, mas o São Paulo sempre esteve mais confortável pois estava em vantagem, com possibilidade de defender mais baixo e contra-atacar."
Vítor terá uma semana para trabalhar. E analisar dois problemas graves.
O primeiro, a ausência de um atacante que atue no meio da zaga adversária. Mas com poder físico, algo que Jô não está conseguindo entregar.
O segundo, se continua ou não, com tantos veteranos entre os titulares. Ou os reveza.
"Evidentemente, tem muita coisa para corrigir. Tivemos cinco treinos, três com a equipe completa. Sabemos exatamente o que temos que melhorar.
"Vou tirando impressões, avaliando os jogadores que tenho, e este jogo me permitiu avaliar, mais uma vez.
"(...) É necessário trabalho na alteração da estrutura. E é o que vamos fazer. Sabemos das qualidades e que temos defeitos a esconder", dizia, evidentemente, abatido...
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