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Cosme Rímoli - Blogs

A mais humilhante demissão de Tite. Flamengo se cansou do fraco futebol e das desculpas. E dos palavrões da torcida. Sonho é Luís Castro

O presidente Rodolfo Landim percebeu que seu grupo político poderia até perder a eleição se mantivesse Tite. Técnico foi enorme decepção na Gávea. Confuso. Ditatorial. Sem capacidade de montar um esquema confiável. Ele não esperava, mas foi mandado embora

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Tite JORGE RODRIGUES/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

“Ei, Tite. Vá tomar no ...”

Ouvindo esse coro da torcida do Flamengo que Tite foi para o vestiário, ontem.

Mesmo a vitória diante do Athletico Paranaense se mostrou suficiente para que o técnico fosse poupado.

E acordou demitido.


O seu empresário Jorge Machado recebeu, de madrugada, a ligação do vice de futebol, Marcos Braz.

Tite não seguiria no comando do futebol do Flamengo.


Receberia 50% dos últimos três meses de salário de R$ 1,8 milhão.

Ou seja, R$ 2,7 milhões.


E nem precisava mais voltar para a Gávea.

Não iria dirigir a equipe na semifinal da Copa do Brasil contra o Corinthians, na quarta-feira.

Foi humilhante demais para Tite.

O ex-lateral Filipe Luís, que comandava o sub-20, assume.

O desejo da direção é convencer o português Luís Castro, que fez muito sucesso no Botafogo, a voltar a trabalhar no Rio de Janeiro.

Ele já não conseguia sair para jantar, andar pelas praias do Rio de Janeiro, como tanto gosta.

Era xingado por onde passava.

Justo Tite, que planejava uma longa era no clube mais popular do país.

Por pelo menos três anos.

Era um sonho que cultivava desde que começou sua carreira.

Por ele, traiu a própria palavra, se colocou nacionalmente como ‘mentiroso’ quando garantiu que não assumiria clube brasileiro algum, em 2023. Vinha de fracasso em duas Copas do Mundo com o Brasil.

‘Traiu’ também o Corinthians, clube que o colocou na Seleção Brasileira, virando as costas duas vezes ao convite do ex-presidente Duílio Monteiro Alves, representante do grupo comandado por Andrés Sanchez.

Tite chegou na Gávea de maneira totalmente ditatorial.

Já fez questão de afastar o maior ídolo do clube, Gabigol.

Não o perdoou por tê-lo xingado por não ter disputado a Copa do Catar.

O colocando na reserva da reserva, acabou por desvalorizar um patrimônio de, pelo menos, R$ 100 milhões.

Mesmo sabendo que o atacante iria ter seu contrato acabando em dezembro.

A direção permitiu que fizesse o que desejava.

Recebeu sete reforços para o elenco que já era o melhor e o mais caro do Brasil.

O Flamengo gastou R$ 275 milhões.

Sabia muito bem que a sua missão era fazer excelente campanha na Libertadores.

Sem meias palavras, a direção queria o título.

A desilusão não demorou.

E foi muito além de afastar Gabigol, Tite não conseguiu dar um padrão para o Flamengo.

O elenco foi montado com jogadores talentosos e ofensivos.

O que se esperava era uma equipe competitiva, vibrante, goleadora.

Como era nas mãos de Jorge Jesus, em 2019 e 2020.

Só que o técnico gaúcho, especialista em contragolpes, não conseguiu ser o que nunca foi.

O choque foi enorme.

O fraquíssimo Campeonato Carioca, tão comemorado por Tite, não enganou ninguém.

Nem direção, nem torcida, nem a mídia carioca, que costuma ser tão festiva.

Veio o grande objetivo, a Libertadores.

O time capengou na competição.

Perdeu quatro partidas.

Duas para o Bolívar, uma para o Palestino e outra, decisiva, para o Peñarol.

Todos os clubes muito mais fracos tecnicamente.

Capengava também no Brasileiro.

Se classificou para as quartas da Copa do Brasil jogando de forma covarde, contra o Palmeiras.

Perdendo no Allianz, por 1 a 0, tomando 19 chutes a gol, dando cinco.

Atuando como equipe pequena.

Na melancólica eliminação do Flamengo, depois do 0 a 0, no Peñarol, a certeza da direção que Tite não renovaria seu contrato.

E mais, Rodolfo Landim, já estava pressionado por conselheiros, para a demissão.

Para não correr o risco de não eleger Rodrigo Dunshee de Abranches, quem quer como sucessor.

Até porque, há um acordo para que Landim siga comandando o futebol.

E cuidando pessoalmente dos trâmites do novo estádio.

A eleição é em dezembro.

Além disso, o vice de futebol, Marcos Braz, é candidato a vereador no Rio de Janeiro.

Além do fraco futebol, de ‘matar’ o ídolo Gabigol, a direção não tolerava algumas atitudes do treinador.

Como entregar o elenco caríssimo nas mãos do seu filho Matheus para alguns treinamentos.

Ele era responsável pelo sistema defensivo do Flamengo, que tanto falhou na temporada.

Foram 70 jogos com Tite.

41 vitórias, 13 empates e 16 derrotas.

O clube está em quarto no Brasileiro, 11 pontos distantes do líder Botafogo.

E dez do segundo colocado, o Palmeiras.

O ambiente de Tite era insuportável.

O treinador de 63 anos está milionário.

Mas vive a pior fase de sua carreira.

Inseguro, arrogante, sem conseguir dar a mínima estrutura tática em 11 meses ao Flamengo.

Saiu muito menor da Seleção do que quando assumiu.

Os seis anos, fracassando com o Brasil abalou sua confiança.

Não teve convite algum de clubes europeus, como sonhava.

Aceitou o Flamengo e o país inteiro viu suas enormes deficiências para montar um time ofensivo.

Vai embora humilhado.

Torcedores comemoram nas redes sociais a demissão.

Como se fosse um título.

A direção dá a chance para Filipe Luís ficar até o final do ano.

Mas vai buscar um técnico experiente, vitorioso.

E que seja acostumado a atacar.

Não com sistemas táticos acovardados.

Sem rumo.

Que desonraram a história do Flamengo.

E desperdiçaram um elenco de R$ 1,3 bilhão...








Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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