A direção do Corinthians considera ‘bobagem’ a discussão do Inter, querendo o título de 2005. Edilson Pereira ganhou dinheiro de apostadores. Não de dirigentes corintianos
Desde que o esquema de corrupção do ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho foi descoberto, em 2005, a mesma discussão. O título daquele tenebroso Brasileiro é do Corinthians, afirmou a CBF. Não foi o clube paulista que corrompeu o juiz

Não há preocupação alguma com a direção do Corinthians.
O presidente Osmar Stabile soube da situação.
Mas disse a um conselheiro importante na sua eleição que a sua preocupação é ‘arrumar os R$ 33 milhões para tirar a transfer ban’ que o clube enfrenta, do que ‘um campeonato de 20 anos atrás’.
Toda celeuma que vem de Porto Alegre é tratada como uma ‘bobagem’ pelo comando do clube paulista.
Por um motivo muito simples.
E que se perpetua desde que o falecido presidente Alberto Dualib comandava o Corinthians, ao lado do iraniano Kia Joorabchian, da extinta MSI.
Edilson Pereira de Carvalho é réu confesso.
Admitiu que vendeu resultados do Campeonato Brasileiro de 2005. Mas para apostadores que não tinham ligação alguma com o Corinthians.
Estas foram as 11 partidas que Edilson apitou no Brasileiro de 2005.
- Vasco 0 x 1 Botafogo
- Ponte Preta 1 x 0 São Paulo
- Paysandu 1 x 2 Cruzeiro
- Juventude 1 x 4 Figueirense
- Santos 4 x 2 Corinthians
- Vasco 2 x 1 Figueirense
- Cruzeiro 4 x 1 Botafogo
- Juventude 2 x 0 Fluminense
- Internacional 3 x 2 Coritiba
- São Paulo 3 x 2 Corinthians
- Fluminense 3 x 0 Brasiliense
Ou seja, o Corinthians só perdeu com Edilson apitando.
Para Santos e para o São Paulo.
Ou seja, não foi favorecido pelo esquema de corrupção.
Pelo contrário, Edilson ganhou dinheiro de apostadores em derrotas corintianas.
Nas partidas lícitas, com o juiz corrupto longe, que aconteceram novamente, o Corinthians venceu o Santos e empatou com o São Paulo. Ganhou quatro pontos. E foi campeão com três de vantagem sobre o Internacional.
A CBF, na época comandada por Ricardo Teixeira, entendeu que não houve favorecimento algum.
O STJD confirmou o clube paulista campeão.
O conselheiro do Internacional, Leonardo Aquino, apresentou um pedido por escrito para que a direção do Internacional acione a justiça para que o clube seja declarado campeão brasileiro de 2005.
Nem a direção do Internacional levou a sério o pedido.
Mas ele vazou para a imprensa gaúcha.
Para a brasileira.
A principal alegação de Aquino é que o Olympique de Marseille perdeu o título francês em 1992 e foi excluído do Mundial de Clubes. E a Juventus foi rebaixada após escândalo de manipulação de resultados no Italiano de 2005/2006.
Só que, outra vez, a tese do Corinthians se sustenta.
Olympique e Juventus estavam envolvidos nos esquemas.
Toda confusão voltou à tona porque em um documentário Edilson Pereira disse que o Inter deveria ter sido campeão. Porque nas partidas que ele se vendeu, o Corinthians perdeu.
E teve a chance de jogar novamente contra Santos e São Paulo.
O conselheiro do Internacional está levando muito a sério a palavra de um corrupto, de acordo com a lei.
Nas partidas com arbitragens isentas, o Corinthians ganhou.
Quem garante que Edilson não colocou dinheiro no bolso para o Corinthians perder os dois jogos?
Em 2005, um torcedor recorreu à Justiça Comum, com a alegação do conselheiro.
E teve de retirar porque o Internacional estava para ser punido pela Conmebol pelo uso da Justiça Comum e não disputaria a Libertadores.
Ou seja, a direção corintiana não está preocupada com as palavras de Edilson e nem com documentário algum.
Osmar Stabile foi claro.
Tem ‘mais o que fazer’ do que esta polêmica vazia...