Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Cosme Rímoli - Blogs

68 minutos com um a mais. E não adiantou. O Corinthians fracassou. O Flamengo calou Itaquera. Finalista, com Gerson, ‘dono do partida’

27 minutos do primeiro tempo. Bruno Henrique dá uma solada na cabeça de Matheuzinho. E foi expulso. Filipe Luís teve visão de jogo diferenciada. Trocou Gabigol por Fabrício Bruno. Travou o Corinthians. Segurou o heroico 0 a 0. Flamengo na final da Copa do Brasil

Cosme Rímoli|Do R7

Com o Flamengo com um a menos, Gerson dominou as intermediárias. Atuação sensacional Alexandre Vidal/Flamengo

Gerson é uma prova viva de quanto Tite fazia mal ao Flamengo.

Com o ex-treinador, ele ficava preso ao lado esquerdo da intermediária.

Com Filipe Luís ele ganhou licença para atuar de acordo as jogadas se desenham.

E ele virou onipresente.


O meio-campista teve uma atuação determinante para o seu time calar Itaquera.

De nada adiantaram o estádio lotado e a expulsão infantil de Bruno Henrique, aos 27 minutos do primeiro tempo.


Mesmo com 68 minutos com um jogador a mais, o Corinthians foi travado.

Não conseguiu escapar do 0 a 0, que o tirou da final da Copa do Brasil, contra o Atlético Mineiro.


Prevaleceu a vantagem carioca, da vitória na primeira partida, no Maracanã, por 2 a 1.

“(Foi) Difícil, com um a menos, mas quando o Bruno foi expulso ali numa infelicidade, estava só olhando a bola, acertou o Matheuzinho, mas sem querer também é falta. Triste, mas eu disse para ele que íamos buscar a classificação por ele. Ele merece. Tenho um carinho enorme. Ele luta pela gente sempre até o final. Tínhamos de classificar por ele”, comemorava Gerson, a chegada do Flamengo, pela terceira vez consecutiva à final da Copa do Brasil.

Filipe Luís também foi fundamental.

O treinador fez uma opção ousada, perigosa, mas que deu mais do que certo.

A partida estava elétrica, parecia um clássico da Champions League, com intensidade, vibração, de lado a lado.

O ritmo se mostrava alucinante, com o Flamengo e o Corinthians criando e perdendo chances.

Até que Bruno Henrique, tal qual um juvenil, olhou apenas para a bola.

Esticou a perna para tocar nela, não percebeu que Matheuzinho estava atrás dele.

Acertou com a sola da chuteira o lateral corintiano.

Anderson Daronco, que esteve muito bem no jogo, tratou de dar cartão vermelho, com convicção.

Acertou.

A expulsão, aos 27 minutos do primeiro tempo, foi comemorada como um gol pela torcida corintiana.

A lógica indicava que o domínio, no futebol moderno, que Ramón Díaz fizesse seu time dominar, encurralar, o Flamengo.

E ficar muito mais próximo da final da Copa do Brasil.

Só que não.

Garro foi absolutamente travado na intermediária. Sem ele, o Corinthians não conseguiu atacar Rodrigo Coca/Corinthians

Filipe Luís teve a ousadia de tirar Gabigol, que ficaria mesmo sem função.

E colocar Fabrício Bruno para atuar com Léo Pereira e Léo Ortiz.

O Flamengo passou a ter uma linha de três zagueiros.

Ficou sem qualquer atacante.

Tinha apenas Arrascaeta mais à frente.

Mas a classificação foi ganha nas intermediárias.

Pulgar e De La Cruz foram ótimos coadjuvantes de Gerson.

Se desdobrando eles conseguiram tirar os neurônios do Corinthians.

Não deixaram Garro pensar em articular as jogadas ofensivas.

De nada adiantava ter Talles Magno, Yuri Alberto e Romero mais à frente.

A bola não chegava.

Nem mesmo com a entrada, tardia, de Coronado.

O Flamengo não demonstrava ter um jogador a menos.

Os ataques corintianos nasciam na raiz, nas intermediárias.

Matheuzinho e Matheus Bidu, que seriam fundamentais para criar triangulações pelos lados do campo, foram bem vigiados por Pulgar e De La Cruz.

E muitas vezes por Gerson, com liberdade de movimentação, para travar os afobados adversários.

As trocas de Ramón Díaz para melhorar o ataque, deram em nada.

Carrillo, mas técnico e mais ofensivo do que Martínez, acabou também travado pelos meio-campistas do Flamengo.

Só aos 23 minutos do segundo tempo, que Ramón Díaz percebeu que seu rival não tinha atacantes.

E tratou de tirar Matheuzinho e colocar Giovanne.

Além de sacar o volante Charles, apostando em Igor Coronado.

Ramón Díaz tomou um 'nó tático' de Filipe Luís. Eliminação do Corinthians Rodrigo Coca/Corinthians

Pedro Henrique no lugar de Thalles Magno foi a busca de mais um definidor.

Mas a bola do Corinthians não rondava a área flamenguista.

Pela forte e inteligente marcação.

Com as linhas bem postadas, não acovardadas, como eram com Tite.

O estádio todo percebeu que o gol não viria.

A torcida corintiana fazia o que podia, gritava, chorava, esperneava.

Mas via seu time impotente, sem poder de definição.

Yuri Alberto se desdobrava, mas sentia falta demais de Memphis.

O holandês talentoso e aguerrido não foi inscrito na Copa do Brasil, pela direção corintiana não conseguir fechar seu contrato antes do fim do prazo de inscrição, para a semifinal.

O que foi péssimo para o ataque corintiano.

O final da partida foi marcado pelo desespero inútil diante da consciência de jogo flamenguista.

Gerson foi o maestro da equipe com apenas dez jogadores.

O goleiro Rossi não foi obrigado a fazer nenhum milagre, aliás, pouco foi incomodado.

Vale ressaltar a vitória flamenguista também nos bastidores.

Porque conseguiu o adiamento do confronto, de quarta para hoje.

Contou com seus atletas convocados para a data-Fifa.

Apesar de a CBF ter divulgado o calendário no dia 5 de janeiro.

Assim, pôde contar com De La Cruz, Pulgar e, principalmente, Gerson.

Se o jogo acontecesse na data prevista, eles estariam, no mínimo, desgatadíssimos.

Ou não entrariam em campo.

Ramón Díaz repassou a culpa pela eliminação, mesmo contando com um jogador a mais por 68 minutos, aos atletas.

“Como dissemos desde que chegamos, buscando uma equipe ofensiva, mas que seja contundente, buscando mais a tranquilidade. Vimos uma equipe muito acelerada tentando entrar um pouco rápido demais no ataque. Vamos ter mais uma chance, uma partida importante (na Copa Sul-Americana) e tomara que possamos ganhar.”

“Creio que o Flamengo se agrupou muito bem defensivamente. Tivemos duas ou três chances, mas não claras como na outra partida. Isso nos custou. Tínhamos de manter mais a calma. Havia muita pressão porque era uma partida importantíssima para nós. Entregamos tudo. Sabemos que quando perdemos em uma partida tão importante como essa, fica dolorido. Mas, com sorte, não é a única chance que temos. Jogaremos outras coisas importantíssima pelo clube. Vamos tratar de recuperar para ter um bom rendimento”, disse o treinador, sem se aprofundar no fato de ter 11 atletas contra dez do rival.

Filipe Luís explicou que estava preparado para o caso de uma expulsão.

E que a profunda mudança tática estava articulada, treinada.

“Vivi muitas experiências, já joguei e treinei vários sistemas com um a mais ou um a menos. Nós decidimos muito rápido, já estava previsto que faríamos isso caso acontecesse. O time tem que ter uma resposta imediata do treinador para saber o que fazer nesses momentos.

“Meu pensamento era proteger a defesa, entregar a bola para o Corinthians e saber que eles iam ter que criar. Muitas vezes a gente vai pressionar, correr riscos e eles têm jogadores rápidos na frente. A partir desse momento, entregar a bola.

“A gente sabe dos jogadores, a capacidade do Arrascaeta e Gerson, que não perdem a bola. O Erick fez um jogo extraordinário, perde pouco a bola. São jogadores que conseguem segurar e fazem a equipe avançar. A partir do momento em que iam forçar a jogada, a gente teria jogadores que iam tirar o time de trás e eventualmente tentar fazer o gol.”

Filipe Luís foi fundamental na classificação do Flamengo à final. Nem parecia que hoje foi apenas sua quarta partida como técnico Reprodução/Instagram Filipe Luís

Foi assim, assumido, Filipe Luís queria que o Corinthians tivesse a posse de bola, porque sabia que o time paulista, mesmo com um jogador a mais seria contido, travado.

O time de Ramón Díaz não tinha repertório tático.

Mesmo com um a mais, não custa repetir.

Absolutamente dependente da criatividade de Garro.

Só que as intermediárias, por onde o argentino caminhava, tinham um dono.

Ele se chamava Gerson.

O Flamengo pode salvar seu ano, com um título significativo em 2024.

Em um confronto selvagem com o Atlético Mineiro.

O Carioca foi fraquíssimo e só foi levado a sério, para se valorizar, pelo demitido Tite.

Além disso, ao despachar o clube paulista, abocanhou R$ 71,5 milhões de premiação da CBF.

Enquanto isso, o Corinthians tenta chegar à final da Sul-Americana.

E, muito mais importante, escapar da Segunda Divisão no Brasileiro...

Veja também: Gerson e De la Cruz voltam ao campo na reapresentação do Flamengo

O Mengão treinou no Ninho seguindo a preparação para a segunda partida das semifinais da Copa do Brasil, contra o Corinthians; Gerson, De la Cruz e Erick voltaram a treinar com a equipe principal.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.