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Cosme Rímoli - Blogs

25 anos depois, Raí deixa claro. CBF não teve nada a ver com o tetra

O quarto título mundial do Brasil, em 1994, foi mérito dos jogadores. Raí organizou a festa de comemoração dos jogadores. Sem dirigentes da CBF

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Romário e Raí sabem que o mérito do tetra é dos jogadores. Não da CBF
Romário e Raí sabem que o mérito do tetra é dos jogadores. Não da CBF

São Paulo, Brasil

Se, desde dezembro de 2017, Raí não consegue sequer um título como responsável pelo futebol do São Paulo, o ex-jogador obteve grande vitória nos bastidores.

Foi ele quem organizou a festa dos 25 anos do tetracampeonato mundial, no Rio de Janeiro, que acontecerá na próxima quarta-feira, 

Raí não quis nenhum membro da CBF na comemoração.


Por dois motivos muito simples. 

O primeiro é que ele aspira, um dia, comandar a Confederação Brasileira de Futebol. Algo que já deixou claro ao liderar o movimento #OcupaCBF, em 2015. 


"A CBF é um feudo que precisa ser quebrado", declarou para a BBC.

O executivo de futebol quer ex-jogadores com poder no comando do futebol deste país.


E o segundo é por lembrar a desorganização, a preparação caótica para o Mundial de 2014. Desde o sofrimento do time nas Eliminatórias. Até a trajetória dentro dos Estados Unidos.

O comandante pelo improviso, pela exposição da equipe foi o ex-presidente Ricardo Teixeira.

Dirigente que renunciou à CBF, pressionado pela Polícia Federal e pela Fifa, foi acusado, em 1994, de contrabando de equipamentos para um bar que havia montado, o El Turf. O material teria vindo no vôo da Varig, que trouxe os jogadores.

Quando saiu do Brasil, o avião tinha 3,4 toneladas de bagagem. 

Ao voltar da Copa, o material da delegação, pesava 14,4 toneladas, segundo a Procuradoria Geral da União.

Foi um escândalo a liberação da bagagem.

E que derrubou o então secretário da Receita Federal, Osíris Lopes Filho.

Teixeira acabou pagando R$ 46.209,60 de multa.

Raí e Romário não querem nem ouvir falar de Ricardo Teixeira
Raí e Romário não querem nem ouvir falar de Ricardo Teixeira

25 anos depois, os atletas não querem vínculo ou reconhecem mérito do dirigente na conquista.

A união dos jogadores foi a principal virtude pelo título, depois de 24 anos do tricampeonato mundial.

A postura de Raí entusiasmou Romário.

Ele foi o responsável em campo pela tetra.

Acabou escolhido com o melhor do mundo pela Fifa naquele ano.

Aceitou de imediato festejar o triunfo sem dirigente algum.

E, principalmente, boicotar a comemoração que a CBF resolveu fazer. 

A maioria dos tetracampeões decidiu participar das duas festas.

"Quando eles falaram isso eu estava dentro totalmente. Depois, eles me passaram que a CBF entendeu que era importante para ela essa conquista, que faz parte da história, quis participar e resolveu organizar.

"A maioria dos jogadores entendeu que seria bom fazer a festa junto com a CBF. É um direito deles, cada um tem seu pensamento. Mas a partir do momento que a CBF entrou, eu saí. Me sinto muito feliz em não participar dessa comemoração do tetra pelo simples fato da CBF estar presente", disse Romário ao globoesporte.com.

Político, Romário não quer a CBF mais. Já quis.

Pretende encontrar uma maneira que mudar a eleição, que garante o escolhido das federações no comando da entidade.

Mas algo é certo.

Raí conseguiu o que queria.

Raí conseguiu o que queria. Tirou qualquer mérito da CBF no tetra
Raí conseguiu o que queria. Tirou qualquer mérito da CBF no tetra

Expôs para os brasileiros o que os líderes do quarto título mundial acreditam.

A conquista foi dos jogadores.

Não dos políticos da CBF.

Principalmente, Ricardo Teixeira...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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